Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
16 thoughts on “A quatro meses do fim do prazo, está encontrada a melhor crónica de 2016”
Isto não é um (insuportavel) pedante…
Boas
antes pedante que pedinte como tu.
… não ainda o guru do Valupi, mas digo-te que um artigo bem trabalhado (é de um artigo que se trata, não é?…)* poderia vender como ginjas, ou como pinheiros e luzinhas no Natal (marketing, amigos). Estará à venda no Continente, no Pingo Doce ou na Fnac, sabes Valupi?
* penitencio-me antecipadamente do trocadilho e da ironia, calma.
não li ainda, não.
Li-o agora, Valupi, e lamento dizer-te que é um artigo sem nada de especial (não chega a ser pedante mas, no fundamental, não me lembraria tal coisa e nem lembra ao careca). O Nuno Galopim se quisesse, os gajos da Blitz com aspecto hard ou o chavalo da Fnac e da Antena 3 que já tem milhares de horas nos auriculares fariam melhor, e assim melhor seria o nosso mundo.
[Está abaixo do joelho do António Guerreiro, acho.]
pra mim está encontrada a desilusão do ano. e a hipérbole também
não é por mal mas, concordo muito contigo.
Ah, primo, custa-me concordo contigo. Para além de atrasar a modernidade um ou dois séculos (então e o Lawrence Sterne e o Diderot?), só se aproveitam as referências cinematográficas (as musicais são um desastre). Mas o miolo é denso, pertinente e saboroso.
Primo, e a mim não me custa nada concordar contigo. Mas chamo a tua atenção para o contexto. E para o próprio texto, nomeadamente a última frase. Assim, espero, a ironia do título ganhará o seu magritteano destino.
Ouves este som? São as minhas orelhas de burro a crescer.
“Isto não é um cachimbo” disse o pintor.
“Isto não é uma crónica” diz o cronista.
“Isto não é a mesma coisa” e não diz a bota com a perdigota.
Ó Val, larga o vinho…
Entre parentis, algures numa barreca da fêra de Castro:
– Ai, a mim «custa-me concordo contigo»…
– Ah primo, e a mim tamêm nã me custa náda isso de concordar.
– E o cachimbo, trôxesti?
– Sim, mas está refundido na carroça.
– Aiiiiiii, falêmos mais e que preguiçadêra.
Rádio Voz da Planície
104.5 FM
pois eu adorei que o mundo ouça de quando em vez o mundo das metáforas. e o cão! ai o cão! – a melhor metáfora do mundo para a linguagem que, não sendo, é. vivam as crónicas surreais! :-)
Quel(s) sens ?
Alors qu’on descend, spéléologues,
au plus profond de la collection
de Magritte, Maxime me
questionne : quel est le sens du
cheval sur le toit d’une voiture,
d’une pomme qui remplit une
pièce entière, d’un train qui sort
d’une cheminée ? Quel est le
message de Magritte ? Mon
hypothèse est celle d’une définition
par opposition à tout ce qui
était « avant » : il a voulu détruire
le sens pour laisser une place à
la possibilité. Mais alors, quelle est
la fonction de l’art ? Peut-être
simplement de provoquer une
réaction, et dès lors le questionnement
serait suffisant. Ou peut-être
que non. Au fond, il y a quelque
chose de grisant dans la permission
de définir et redéfinir, par
chacun et pour chacun. Un langage
et une représentation mentale
mouvantes sont bien plus fidèle à
un monde qui tourne, change et
grandit.
e isto significa o quê , exactamente ? “Adeus à linguagem? Sim, sem dúvida. Não porque possamos sair dela, antes porque a proliferação de circuitos do mundo contemporâneo – a mitologia cândida da “globalização” – tende a fazer-nos esquecer a nossa condição de “habitantes” da própria linguagem ”
Sokal , dá uma ajuda aqui no Baudrillard de trazer por casa , pá :)
Isto não é um (insuportavel) pedante…
Boas
antes pedante que pedinte como tu.
… não ainda o guru do Valupi, mas digo-te que um artigo bem trabalhado (é de um artigo que se trata, não é?…)* poderia vender como ginjas, ou como pinheiros e luzinhas no Natal (marketing, amigos). Estará à venda no Continente, no Pingo Doce ou na Fnac, sabes Valupi?
* penitencio-me antecipadamente do trocadilho e da ironia, calma.
não li ainda, não.
Li-o agora, Valupi, e lamento dizer-te que é um artigo sem nada de especial (não chega a ser pedante mas, no fundamental, não me lembraria tal coisa e nem lembra ao careca). O Nuno Galopim se quisesse, os gajos da Blitz com aspecto hard ou o chavalo da Fnac e da Antena 3 que já tem milhares de horas nos auriculares fariam melhor, e assim melhor seria o nosso mundo.
[Está abaixo do joelho do António Guerreiro, acho.]
pra mim está encontrada a desilusão do ano. e a hipérbole também
não é por mal mas, concordo muito contigo.
Ah, primo, custa-me concordo contigo. Para além de atrasar a modernidade um ou dois séculos (então e o Lawrence Sterne e o Diderot?), só se aproveitam as referências cinematográficas (as musicais são um desastre). Mas o miolo é denso, pertinente e saboroso.
Primo, e a mim não me custa nada concordar contigo. Mas chamo a tua atenção para o contexto. E para o próprio texto, nomeadamente a última frase. Assim, espero, a ironia do título ganhará o seu magritteano destino.
Ouves este som? São as minhas orelhas de burro a crescer.
“Isto não é um cachimbo” disse o pintor.
“Isto não é uma crónica” diz o cronista.
“Isto não é a mesma coisa” e não diz a bota com a perdigota.
Ó Val, larga o vinho…
Entre parentis, algures numa barreca da fêra de Castro:
– Ai, a mim «custa-me concordo contigo»…
– Ah primo, e a mim tamêm nã me custa náda isso de concordar.
– E o cachimbo, trôxesti?
– Sim, mas está refundido na carroça.
– Aiiiiiii, falêmos mais e que preguiçadêra.
Rádio Voz da Planície
104.5 FM
pois eu adorei que o mundo ouça de quando em vez o mundo das metáforas. e o cão! ai o cão! – a melhor metáfora do mundo para a linguagem que, não sendo, é. vivam as crónicas surreais! :-)
Quel(s) sens ?
Alors qu’on descend, spéléologues,
au plus profond de la collection
de Magritte, Maxime me
questionne : quel est le sens du
cheval sur le toit d’une voiture,
d’une pomme qui remplit une
pièce entière, d’un train qui sort
d’une cheminée ? Quel est le
message de Magritte ? Mon
hypothèse est celle d’une définition
par opposition à tout ce qui
était « avant » : il a voulu détruire
le sens pour laisser une place à
la possibilité. Mais alors, quelle est
la fonction de l’art ? Peut-être
simplement de provoquer une
réaction, et dès lors le questionnement
serait suffisant. Ou peut-être
que non. Au fond, il y a quelque
chose de grisant dans la permission
de définir et redéfinir, par
chacun et pour chacun. Un langage
et une représentation mentale
mouvantes sont bien plus fidèle à
un monde qui tourne, change et
grandit.
Ceci n’est pas une chronique
Le Musée Magritte,
à la page 3.
http://www.ittreculture.be/files/PDF/pt445site.pdf
e isto significa o quê , exactamente ? “Adeus à linguagem? Sim, sem dúvida. Não porque possamos sair dela, antes porque a proliferação de circuitos do mundo contemporâneo – a mitologia cândida da “globalização” – tende a fazer-nos esquecer a nossa condição de “habitantes” da própria linguagem ”
Sokal , dá uma ajuda aqui no Baudrillard de trazer por casa , pá :)
https://www.theguardian.com/books/2016/sep/11/tom-wolfe-v-noah-chomsky-roots-of-language