A Política de Verdade está de saúde

Acabo de ouvir Paulo Rangel, na SIC-N, declarar que não deve existir um excesso de ética na política. Excesso de ética. Foi isso mesmo que ele disse, verdade.

17 thoughts on “A Política de Verdade está de saúde”

  1. E este senhor queria ser primeiro ministro! Pior ainda: Cavaco, Ferreira leite e Pacheco queriam a todo custo!

  2. A Política de/da Verdade

    Incumbe ao Estado «defendê-la [a opinião pública] de todos os factores que a desorientem contra a verdade, a justiça, a boa administração e o bem comum».

    Excerto do art. 22.º da Constituição de 1933.

    Onde é que já ouvi essa conversa?

  3. Todos nós sabemos que Dra. Ferreira Leite fala sempre verdade, portanto não a vamos contradizer. Quem somos nós para pôr esse dogma em causa?

    Porém, no discurso de Rui Rio, aquando do nosso querido 25 de Abril, vejam só como determinados políticos sabem ser oportunistas em tempos desgraçados:

    “Defender o 25 de Abril passa por apontar os graves erros que temos cometido e não por fazer discursos hipócritas e de ocasião que apenas agravam o descrédito e comprometem a esperança. O melhor contributo para o futuro de Portugal é falar verdade e ajudar a encontrar soluções que nos possam vir a firmar como uma sociedade verdadeiramente democrática e desenvolvida.”

    Atentem na esperança, no discurso da verdade. Numa frase só, encontramos o substantivo “verdade” e o advérbio “verdadeiramente”.

    Isto tudo não é verdadeiramente incrível? Andará a História, a sofrer de uma crise de Alzheimer, repetindo-se continuamente?

  4. Realmente começa a ficar difícil defender o dono, não é Valupi. Já só lhe resta apontar o foco a fait-divers e irrelevâncias…

  5. Adoro este blog.

    Quando fico deprimido pela dura realidade economica e financeira do país venho aqui me divertir. Aqui não há mais de meio milhão de desempregados, não há o espectro da bancarota nacional. Nem sequer se econtra ultimamente a critica vinda da cartilha de um certo filósofo alemão do século 19, às forças malévolas do capitalismo financeiro. Não, apenas temos prosa acerca do glorioso, invencível e genial líder de Portugal: Sócrates o Defensor contra as Forças do Mal…

    Aqui a vida é simples, diria mais, simplória…

  6. Ola,

    Pequeno parêntesis que não significa que discorde do post (muito pelo contrario) :

    (Por vezes, a verdade sai da boca dos imbecis. Parecendo que não, o oximoro é significativo de uma confusão muito comum nas nossas sociedades laicas.

    O que ele quer dizer é que o “rigorismo” é condenavel, e eu até concordo com isso. Ora ai esta. Precisamente, se ele fosse (se nos fôssemos) ao fim do argumento, descobririamos que é condenavel por razões… éticas !

    Ou seja, que o “rigorismo” é uma falta de ética e mesmo… uma falta de rigor ético.

    Da mesma forma que o “juridismo” é muitas vezes um erro juridico, como Socrates acaba de experimentar se percebi bem o que relatas no post anterior.)

    Abraços

  7. Ética é Ética !

    Esta palavra não possui o significado que lhe quisermos dar. E também não há Ética aos bocadinhos, do tipo, agora aplicamos um pedacinho e mais tarde aplicamos outro pedacinho maior.

    Em minha opinião, simplesmente vivemos um período confuso, em que a ética como princípio é abandonada e talvez não se saiba ainda muito bem porquê.

    O Paulo Rangel, é um individuo medíocre que expressa sem filtros o que pensa, tal como Ferreira Leite sua mentora e orientadora espiritual

  8. PMatos,

    bem visto. Pelo menos o sujeito tem mostrado alguma coerência no discurso. Acho que é o único ponto de que não abre mão e não anda ao sabor do interesse do momento.

  9. Mas digam-me, se fazem o favor:
    O que é a ética na política?
    De que forma esta é medida?
    Quando se fazem promessas nas campanhas eleitorais e que depois são esquecidas, onde está a ética?
    Quando um político diz aquilo que os eleitores querem ouvir, apenas no intuito de lhes sacar o voto, onde está ética?
    Quando se elegem deputados – como figuras de cartaz – por um determinado círculo mas que vivem a muitos km dele e depois ficam a receber ajudas de custo ou o pagamento das viagens a casa, onde está a ética?
    Quando se nomeiam assessores ou administradores de empresas para pagamento de favores, onde está ética?
    Quando o possuir um determinado cartão partidário é condição sine qua non para ocupar certos cargos na administração pública, onde está a ética?
    Quando um governo se desculpa, de forma sistemática, com os governos anteriores ou com a situação externa para justificar a sua incapacidade, onde está a ética?

    Assim sendo, presumo que Paulo Rangel quis fazer a ponte entre aquilo que a Política deveria ser e o que na verdade ela é nos dias de hoje.
    Um dia destes todos concordaremos que a ética na Política só serve para atrapalhar e, segundo a Teoria da Evolução, ela não será mais do que um apêndice que apenas servirá para estudo dos futuros politólogos.

  10. Mário Pinto, a ética na política será muita ou pouca coisa, depende de cada qual. O que nunca ninguém tinha ousado dizer era que ela podia ser excessiva. É só disso que se trata, não da tua falta de ética.

  11. Valupi

    Espero bem que a sua “muita ética” seja suficiente para compensar a minha “falta de ética”.

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