Há brincadeiras que, pura e simplesmente, não são admissíveis. Os professores não estão nas aulas para brincar e os alunos também não podem estar.
Mário Nogueira não quer alunos a brincar nas aulas. As aulas são um assunto muito sério e só para gente séria. Os alunos, se quiserem brincar, podem sempre participar nas manifestações dos sindicatos, carregando cartazes durante três horas, porque isto da luta contra o fascismo toca a todos e os que começam ainda novinhos tornam-se nos grandes dirigentes sindicais e partidários do futuro. Outra excelente brincadeira consiste em agredir com palavrões e ovos os responsáveis ministeriais e as autoridades escolares; que é tão giro e a malta nos bares dos sindicatos ri-se tanto a ver na televisão eles a fugirem dos ovos, ó pá que galhofa, é um espectáculo enquanto se bebe mais uma e depois outra, só rir pá. Mário Nogueira também autoriza os alunos a fechar escolas a cadeado e a dizer mal do Governo aos papás, porque as eleições estão à porta e o filha da puta do Sócrates vai perder a maioria, o cabrão. Ai vai, vai. O cabrão.
Neste contexto tão negativo, o que se espera dos professores?
MN: Que continuem a lutar como até aqui: com a firmeza e a determinação que são próprias de quem sabe que a razão está do seu lado. Será uma luta difícil e, previsivelmente, longa, mas a razão sobrepor-se-á, como acontece sempre, à teimosia. Lamentável é que os teimosos não compreendam o mal que fazem com a sua obstinação e, neste caso, o mal que fazem às escolas, aos professores e aos alunos. Pela nossa parte, continuaremos a lutar. Desistir é próprios dos fracos e os professores nunca estiveram tão fortes!
Neste processo de “simplificação” da avaliação, a Ministra afirmou que a proposta sindical cabia numa folha A4. Que tens a dizer a isto?
MN: […] Não sei se a proposta ministerial cabe numa folha A4, se basta uma A5 ou se precisa de um A3, o que sei é que pretende fazer a folha às escolas, pois constitui um factor de grande instabilidade que, de forma irresponsável, nelas é introduzido.
Mário Nogueira, nos idos de 15 de Dezembro de 2008, não duvida de que a razão coincide plenamente com os seus interesses. A partir dessa constatação, todo o cosmos se organiza com uma simplicidade miraculosa: quem não lhe dá razão é teimoso. A luta continua, lá está, porque dos fracos não reza a História, portanto… Aliás, os professores nunca estiverem tão fortes, como as notícias não param de confirmar: o Governo uniu-se e reforçou-se à volta da Ministra da Educação, Sócrates deu a cara pela política educativa, o Ministério fechou as negociações quanto à avaliação face à ausência de modelo alternativo, as sondagens revelam uma sociedade onde o apoio ao Governo é crescente e outra vez eleitoralmente maioritário, Cavaco fez saber que está do lado de Maria de Lurdes Rodrigues, Mário Soares espetou fundo a navalha no PS reaccionário ao vir apoiar o Governo, o PC e o BE manipulam à descarada, aviltantemente, o conflito, de forma tão febril que só tem paralelo com a cegueira ideológica do PREC, e os comentadores de referência que cavalgaram a onda de protestos no seu auge, esperando colher dividendos caso o Governo cedesse e a Ministra ficasse fragilizada, estão calados como ratos. Mas isso que importa quando 100 mil manifestantes, mais 120 mil manifestantes, mais 132 mil grevistas, mais 60 mil assinantes (perfazendo 412 mil professores, segundo a matemática sindical), estão satisfeitos com a visão política, cultura democrática e capacidade negocial do Sr. Nogueira?
Saúda-se, de caminho, a recuperação da expressão fazer a folha, para gáudio dos saudosos dos anos 70. Dito por falante ostentando bigode, até cheira a Lisnave.
Aquilo que nós esperamos, e registamos muito positivamente as palavras do Senhor Cardeal, aliás, já tínhamos também registado palavras muito semelhantes do Senhor Presidente da República, é que o Governo e o Ministério da Educação percebam esta mensagem. É que o Governo e o Ministério da Educação percebam que não podem manter a sua posição de inflexibilidade.
Mário Nogueira, no dia 25 de Dezembro de 2008, declara ter recebido o apoio do Cardeal Patriarca e do Presidente da República na sua luta contra a inflexibilidade do Governo. O silêncio que cobriu esta deturpação desembestada aparece como muito higiénico. O Ministério da Educação, entretanto acusado pelo mesmo Sr. Nogueira e apaniguados de já ter feito alterações a mais às propostas iniciais, só deixará de ser inflexível quando desistir de governar. Cada passo dado pelo Ministério da Educação na direcção das pretensões dos professores e sindicatos é acolhido com acusações de ser apenas divisionista. Nesta lógica, se todas as reivindicações fossem satisfeitas, o Sr. Mário Nogueira apareceria furibundo a denunciar Maria de Lurdes por ter terminado com o conflito, assim privando os sindicatos de causas para se revoltarem, e ainda prejudicando os alunos pois os professores lá teriam de voltar ao modo depressivo, outra vez reduzidos ao sonho da reforma antecipada e ao ideal do horário zero.
O Sr. Mário Nogueira já ameaçou boicotar a avaliação do 1º Período, tendo depois recuado porque alguém lhe deve ter feito notar que os professores se arriscavam a sofrer na pele o ricochete de tamanha afronta à comunidade. Agora, aproveita todas as ocasiões para aquecer a luta, preparando a greve de 19 de Janeiro. Está condenado a repetir o discurso radical combinado com PC e BE, satisfazendo os operacionais e as vítimas dessa frente reaccionária. Só que lhe cai em cima uma funda indignação popular, a cada vez mais notada consciência de que neste conflito a defesa do bem comum está a ser assumida exclusivamente pelo Governo. O resultado da sua estratégia foi a invenção de uma super-Ministra, de seu nome Maria de Lurdes Rodrigues. E também conseguiu levar uma classe profissional a ter comportamentos públicos vergonhosos e patológicos em dimensão inaudita. O culto da violência verbal, simbólica e emocional – que tem sido decisivo para o prolongamento do conflito no actual impasse – foi uma exploração intencional das fragilidades cognitivas de milhares de pessoas. Que a classe que assim se desqualificou, e desfigurou, à nossa frente tenha sido a dos professores, fica como uma tragédia nacional. Ao que sabíamos da fraca qualidade e falta de vocação dos docentes, em termos médios, junta-se agora a irresponsabilidade cívica de um número assustador, os quais exibem características psíquicas e morais que deviam tornar interdita a sua entrada numa escola para exercer qualquer profissão, mesmo a de auxiliar.
A pistola que o Sr. Mário Nogueira agita também é de plástico. Mas já demasiado mal foi feito com ela.
O gajo é cínico e descarado, é. Eu ouvi-o defender essa interpretação marada das palavras do cardeal. É rasca, mas condiz com a pessoa. Espero que na próxima vez que um dirigente da Fenprof peça audiência aos bispos eles o mandem pró diabo. Não quero acreditar que o patriarca goste que os seus actos e as suas palavras sejam objecto de sistemática deturpação por este jogador de vermelhinha. Mas lá que há pessoas com gostos estranhos, isso há. O aproveitamento que este vigarista tentou fazer do episódio da pistola devia servir de aviso para os professores decentes.
a participação das universidades na avaliação (sobretudo na componente científico-pedagógica, mais morosa e com escassez de professores titulares em algumas áreas científicas) seria uma óptima oportunidade para estas anteciparem quem lá chega a cada ano lectivo. perceber também que alguns não chegam mas podiam bem ter chegado, poderia conduzir a maior cooperação entre instituições para elaboração de conteúdos e estratégias científica e pedagogicamente actualizados. a educação está demasiado quebrada nas sucessivas etapas, e ao longo de cada uma é repetitiva na maioria das suas componentes.
vê lá Valupi, se estás a mandar tudo para o manicómio também vais lá parar. Que é uma tristeza isto tudo com certeza, que já não se possa brincar com bisnaga sem vir a polícia e os telejornais é terrível, mas que a ministra não soube, não soube, conduzir isto a bom porto é um facto.
Mais uma vez o Valupi põe o dedo na ferida. Já não é ferida simples, é cancro e dos malígnos. Já tinha dito que também a mim me apavorou a adesão impressionante dos professores à constestação da avaliação. A incompetência parece ser assumida em bloco pelo “corpo docente” e por isso tentam fugir da avaliação como o diabo da cruz. E nem se coibiram de ir pedir um borrifo de água-benta aos senhores bispos que, usados e abusados, sem pudor, pelo Mário Nogueira e pela comunicação social, não tiveram a dignidade de desmentir cabalmente o abuso. Até ficou a impressão de que gostaram da coisa.
Definitivamente, por má formação ou por simples irresponsabilidade, os professores esqueceram-se de que são educadores ou co-educadores. Como um pai que vai aparecendo bêbado em casa, diante dos filhos, uma e outra vez e mais outra, assim os professores se deixaram arrastar para uma bebedeira irracional de contestação, perante os jovens alunos. Belo exemplo! E, contrariamente ao que diz Mario Nogueira, perderam toda a razão quando decidiram que não aceitam nem a avaliação já corrigida, nem outra que venha a ser melhorada, ano após ano. Porque não querem nenhuma.
Curioso Valupi branquaer uma agressão, sendo o culpado o sindicalista. Complexo? Ou um cão de fila?
Toda a gente já percebeu que a grande «motivação» da maioria dos professores é o seu medo de serem avaliados, porque sabem que até agora fizeram sempre os mínimos e receberam sempre pela medida maior, muitos deles, sem serem minimamnete incomodados pela sua total irresponsabilidade como verdadeiros educadores. O sistema sempre os protegeu, sempre conseguiram impedir as grandes reformas,especiamente com aquelas que lhes poderiam beliscar mínimamnete nos seus interesses, o fracasso no ensino nunca foi responsabilidade deles mas sim de todos os outros. Conheço o caso dum, que actualmente goza tranquilamente a sua choruda reforma, que no mínimo deveria estar preso pelos danos que causou impunemente ao longo da sua desastrosa carreira como professor primário(os seu alunos não sabiam ler no fim do 3o ano).
O sr Nogueira explora isto como ninguém, pois sabe bem das limitações da classe que defende e que esta vai fazer tudo o que puder para que não se lhes mostre a careca e que o melhor é ficar tudo como está.
Claro que tudo o que aqui é dito por todos tem a sua razão de ser, porque todos nós constatamos estes factos no nosso dia a dia que duma maneira ou doutra são demasiado evidentes, para passarem despercebidos. É por tudo isso e por outras semelhantes que quanto mais os governantes resistiram,especialmente no sector público (toda a gente sabe como este sector funciona), mais vão subindo nas sondagens.
Queria realçar que há muitos professores que são muito dignos na sua profissão e que tudo fazem para darem o seu melhor para a contribuiçâo duma sociedade melhor, apesar de terem de vencer adversidades constantes no seu dia a dia. Estes não têm medo de serem avaliados, pois já o são pelos resultados que apresentam e pela maioria dois pais dos seus alunos.
Valupi
Eu estou de acordo com Tundra que em poucas palavras disse tudo!
O comentador Nik já não é capaz de explicar seja o que for. Só se é para estar de acordo com uma minoria seguidista e reacionária.
A torrente é enorme, espessa e imparável…
Continuação de Boas Festas!
J.C.
A partir dos anos 80 os licenciados que não arranjavam emprego na sua especialidade “iam dar aulas”. E por lá foram ficando, pelas escolas. Agora são chamados de professores e é-lhes exigido que sejam pedagogos! Coitados deles e de nós todos, que não sabemos o que queremos do Ensino…
Nik, é isso mesmo: rasca. Aliás, é Roskopf.
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susana, excelente sugestão. Talvez ainda precise de mais 20 anos até que aconteça.
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Z, está por saber o que seria ter conduzido bem este processo. O que sabemos sem margem para dúvidas é que a classe docente está cheia de egoístas e incompetentes. Não admira que recusem ser descobertos.
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Mario, muito bem. Eles não querem ser avaliados nem perder qualquer dos privilégios. As duas instâncias estão interligadas. Daí o desvario vergonhoso que encheu as ruas, as conversas e as declarações dos responsáveis sindicais.
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Tundra, tens de te explicar melhor. Onde é que viste o branqueamento de uma agressão? E onde é que viste o endosso de culpabilidade para o sindicalista?
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jv, assino por baixo. Claro que há muitos professores excelentes, bons, talentosos, dedicados e sacrificados. Mas quando se pergunta quantos deles gostariam de abandonar o ensino e ir já para a reforma, e 75% responde afirmativamente, está tudo explicado. A enorme maioria daquelas pessoas é docente por auto-condenação, não admira que só se unam para defender os seus benefícios individuais.
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J.C., estás de acordo com alguém que em poucas palavras disse nada. Também tu tens de te explicar melhor.
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Manolo Heredia, sábias palavras…
Não consigo compreender esse mundo Valupi, se 75% dos professores se querem reformar é porque o ambiente nas escolas está muito mau, já não é só o problema da avaliação; é verdade que até aos anos oitenta entraram muitos prof.s de profissões técnicas que não encontraram emprego, mas de então para cá são fornadas das escolas superiores de educação, cheias de disciplinas pedagógicas, ao que se dizia.
No ano 2000 fiz um trabalho que me obrigou a estudar os programas e os livros do 10º, 11º e 12º anos de Matemática, achei que aquilo estava bem alçado com excepção do uso e abuso da calculadora gráfica, que pode iludir e até induzir erros graves em problemas com descontinuidades; aí sou clássico: nada como saber calcular bem limites e derivadas à mão, mas se calhar sou reaccionário face à corrente dominante, de facto existem softwares de cálculo simbólico muito bons à disposição, e não erram. Também nessa altura tive de acompanhar um rapaz em Biologia e fiquei espantado, aprendem coisas no 12º ano que eu só aprendi no mestrado. Há portanto um efeito de compactação dinâmica na aprendizagem que faz com que se introduza uma aceleração sem precedentes. E ainda não havia internet como base de trabalho.
O problema da avaliação é só a ponta do iceberg de um problema muito mais difícil que é o da dificuldade de ser professor face às pressões todas envolventes e à desvalorização social da profissão. Creio que os pais só dariam valor ao que existe se as escolas parassem. Mas de facto não conheço esse mundo por dentro.
Quanto às formas de luta e manifestações em defesa dos interesses da classe vê lá se concordas que 6 meses sem democracia davam jeito para resolver muita coisa, como escapou à Fleite.
Arranjou-se foi aqui um problema que parece insolúvel e não posso dissociar a ministra do caso, vi-a a anuir enfaticamente no parlamento que o modelo de avaliação anterior era muito burocratizado, portanto a coisa começou mesmo mal.
Enfim, não concordamos.
Tenho uma nota de 20 euros e um talão de desconto de 5%/litro de gasóleo. O preço do gasóleo nesta bomba é de 1,02 euros/litro. Quantos litros devo abastecer para gastar 20 euros (nem mais nem menos).
Uma aluna da faculdade de bolonha não soube resolver este problema. É a minha filha mais nova. Já estou arrependido de não a ter posto no colégio do planalto!
O problema de fundo até pode ser esse. Quanto menos ensinarmos na escola pública, mais hipóteses de vencer na vida têm os filhos de quem controla a qualidade do ensino público. Não estou a falar dos filhos dos políticos, claro está.
Z, a que te referes com “o ambiente nas escolas está muito mau”? Seja o que for, não estará muito melhor do que há 10, 20 e 30 anos? Os professores queixam-se de fartos, as condições laborais são extraordinárias: emprego garantido, nenhuma avaliação, progressão automática por tempo, excelentes remunerações e reformas. O que há é falta de vocação, falta de profissionalismo, falta de brio e de cidadania, isso sim.
Os professores sempre se queixaram, sempre revelaram mal-estar. Basta ter sido aluno para o saber. Mas os Governos nunca tiverem coragem de os afrontar, pelo que lhes foram dando benefícios atrás de benefícios. É por isso que esses milhares que se dizem desgraçados não abandonam a manjedoura, olá.
A Ministra foi ao Parlamento fazer o que é paga para fazer: política. Dizer nessas circunstâncias que o modelo estava a precisar de correcções por se ter revelado demasiado burocrático é algo que devia ser aplaudido ou recebido com indiferença. Como é óbvio, qualquer modelo que ambicionasse rigor numa área tão complexa como a avaliação de professores estaria sujeito à acusação de ser burocrático. É muito fácil atacar por aí, numa explosão de raiva e má-fé. Mas a verdade é a de que o modelo antecipava futuras alterações, as quais teriam de nascer da prática, da experiência. Estar a reconhecer a necessidades de mudanças, tanto pode dar conta de problemas científicos, como metodológicos, como políticos, mas o que não poderá ser é uma surpresa, muito menos uma prova de incompetência. Não achas que o que seria completamente errado era estar a recusar fazer alterações a um qualquer modelo?…
Tu não queres reconhecer que os professores e sindicatos têm estado de má-fé, apenas procurando proteger os seus interesses mesmo quando eles colidem com o bem comum. De facto, assim nunca iremos concordar – mas é disso que se faz a democracia.
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Manolo Heredia, a iliteracia matemática é um flagelo com diversas, e perversas, consequências. Bom exemplo.
Valupi, já deixei escrito dez vezes aqui no Aspirina que sou a favor de uma avaliação dos professores, e sou mesmo, nunca posso fazer política profissional (graças a Deus) porque sou frontal e não dissimulado; o que eu digo e mantenho é que a avaliação deve ser simples, objectiva e transparente e deve estar sempre indexada ao critério de o sucesso de um professor deve ser medido pelo sucesso dos seus alunos; e a esse propósito também defendi que oa alunos deviam fazer exames regionais ou nacionais cada dois ou três anos, por eles e para se poder aferir o desempenho dos profs de uma forma não enviezada, mas como ninguém parece concordar com isso paciência.
Mas eu estou atento ao que dizes, todos temos as nossas distorções psíquicas, tu porque andaste lá e eu porque não andei e na universidade sempre ouvi dizer que a culpa era toda do secundário e não acho justo, ora fiquei farto de diabolizações contumazes.
Mas não te preocupes porque eu não tenho nenhum osso a roer e que seja o melhor para o país.
Claro, Z, a questão é mesmo complexa, e difícil, tóxica. Mas o facto permanece: durante todos estes longos meses, ou anos, de protestos, nunca os professores e sindicatos, ou alguém por eles, conseguiu apresentar um qualquer modelo de avaliação alternativo, credível. O que veio foi uma vergonhosa proposta de auto-avaliação. Assim sendo, não é a Ministra a má da fita. Ela está sujeita ao erro, como todos nós, mas tem uma missão clara: introduzir qualidade e justiça no sistema de ensino. Caso os professores e sindicatos tivessem o mesmo interesse, estaríamos agora a discutir as propostas alternativas às do Governo, mas não estamos porque não existem.
Finalmente,descobri um blog anti-professores e anti-sindical.Como qualquer professor com sanidade mental (somos quase 140.000)não concordo nada com o que os senhores acima citados dizem.E,sem corporativismos,diria que só sabe o que se passa no convento quem vive lá dentro.E convidaria todos esses senhores com nomes esquisitos (porque será que todos têm medo de,como eu.assinar com o nome verdadeiro?)a ir até uma escola pública dar uma aula(de preferência num curso profissional).Depois falamos.
Já agora,Valupi,como eu gosto de olhar nos olhos(metaforicamente falando)aqueles que critico,gostaria que tu,como autor do blog,te identificasses .Se for preciso,predisponho-me a dar a minha identificação completa referindo o outro nome próprio e o resto dos apelidos e ainda a cidade onde vivo e onde,com muita honra,sou professor,delegado e dirigente sindical,programador cultural e autarca.
P.S.(o latino,não o outro,cruzes canhoto):no texto de cima cometi um lapso por distracção que quero rectificar.Na penúltima linha,a seguir a “como eu” claro que não é ponto final mas sim vírgula.Os dois sinais de pontuação estão próximos no teclado e falhou a revisão de texto.
Zé Coimbra, e para que queres tu outra identificação para além da que tenho neste blogue? Pretendes enviar-me dinheiro?
Não,não te quero mandar dinheiro.Só acho que as opiniões têm mais valor e são mais defensáveis quando quem as emite dá a cara.O que num blog significa dar o nome como eu faço.Se calhar,é por isso que os blogs são tão atacados.É que pouca gente tem coragem para se identificar,responsabilizando-se assim pelas suas opiniões.Ou será que tens medo?Não vivemos em democracia?
Se não queres mandar dinheiro, já começamos mal. Mas conta lá: chega-te um nome ou também precisas duma fotografia?
Se calhar,até é de louvar não te quereres identificar.É que sendo um tão zeloso defensor do regime socrático,identificares-te poderia parecer que te estavas a candidatar às “merecidas” recompensas ministeriais .Não o fazendo,mostras que,ao inverso da maioria dos teus comparsas, não estás á procura de nenhum tacho.
E se queres dinheiro,tens uma solução fácil.Funda um banco e leva-o à falência.
Espero que o caro Valupi e respectivos apoiantes nunca sejam ameaçados por um bando de delinquentes através de uma pistola de plástico e depois lerem num blog que a culpa é vossa porque não se dão ao respeito!
Enfim, como se chegou a um nível tão baixo?
Não sou professor, mas é óbvio e evidente a qualquer pessoa com dois dedos de testa que sem exames NACIONAIS a todas as disciplinas de dois em dois anos aos alunos é IMPOSSÍVEL avaliar os professores.
Também me parece EVIDENTE para qualquer pessoa com dois dedos de testa que enquanto não se acabar de uma vez por todas com a INDISCIPLINA na sala de aula não será possível obter resultados!
É, também evidente para qualquer pessoa com dois dedos de testa que o ENSINO só terá resultados quando se devolver à escola a sua missão – ENSINAR!
Já agora gostava de ver um governo a fazer aquilo que quase todos os professores pedem há mais de VINTE ANOS:
1. Expulsar os alunos indisciplinados da escola normal;
2. Exames nacionais a todas as disciplinas;
3. Responsabilização dos encarregados de educação pela educação dos filhos;
4. Escolas comerciais e industriais;
4. Propinas, sim propinas!
5. Autonomia das escolas, sim autonomia;
6. Desmembramento do gigantesco Ministério da Educação.
Isto sim são reformas!
Quem se atrevesse a realizar estas reformas, pedidas todos os anos há mais de vinte anos pelos professores, teria centenas de milhar de alunos e de pais (sim de pais) nas ruas!
É por isto que ninguém faz o que tem que ser feito! Porque a populaça, não quer TRABALHO! A populaça gosta de atirar com as responsabilidades da educação dos seus filhos para a escola e que seja de borla!
Até digo mais – porque passo a vida a ouvir dos meus amigos e colegas de trabalho – o que a populaça no fundo quer é que a escola esteja aberta TODOS OS DIAS, TODAS AS HORAS apenas para ter onde deixar os filhos!
Esta é que é a verdade, o resto é populismo saloio muito semelhante ao produzido todos os dias pelo “Engenheiro” José Pinto de Sousa – O Populista!
Zé Coimbra, ainda não entendi o que pretendes como identificação e para quê. Afinal, faz-te falta a fotografia ou não? E a morada, também precisas? Conta lá.
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fartinho, não há qualquer dúvida de que tu tens dois dedinhos de testa.
Caro Valupi, estava à espera de alguma substância da sua parte, ingenuidade minha :(
fartinho, estamos perante duas substâncias diferentes.
fartinho,como dizem os nossos irmãos brasileiros,estou contigo e não abro.É que nem todas as substâncias são feitas da mesma substância.E há substâncias,como as tuas,que são mais substantivas que as outras.