A “Operação Marquês” é legítima pois existem indícios suficientes para o Ministério Público ter de investigar. O próprio Sócrates o reconheceu, tendo-se oferecido para ir voluntariamente prestar declarações antes de ter sido detido no aeroporto vindo de Paris, e não conheço ninguém com voz pública que conteste a bondade da acção da PGR que levou à abertura inevitável de um inquérito. Este é o único aspecto estritamente judicial do processo, o resto é essencialmente político.
Lançaram-se foguetes nos centros de influência da direita quando Bataglia negociou uma espécie de delação premiada para oferecer a Rosário Teixeira a possibilidade de terminar a investigação com algo parecido a uma prova da corrupção de Sócrates. Até lá, e depois de terem revolvido ao longo de vários lustros todas as pedras pisadas pelo demónio desde os tempos em que jogava à bola na rua, nada tinham com mais consistência do que bolas de sabão. Havia dinheiro a transitar ocultamente e uma relação de amizade estranha para os critérios convencionais da paróquia, mas sem o acto corrupto não seria possível estabelecer o binómio corruptor-corrompido. É verdade que investigar a corrupção ao nível de um primeiro-ministro seria sem surpresa a missão mais complexa alguma vez levada a cabo na Justiça portuguesa, mas também por isso temos de falar de política perante o modo como se chegou à acusação.
Que estaríamos agora a dizer da equipa que investigou os indícios, dispondo de todos os recursos humanos e materiais solicitados, caso a acusação apenas apontasse para crimes fiscais e para a habitação durante uns meses de um apartamento que nunca pertenceu a Sócrates? Diríamos que algo profundamente injusto se tinha passado, algo grotesco, pois para se descobrir tal não se podia começar por prender um ex-primeiro-ministro, ou que fosse um pedreiro, e só depois investigar. E que medidas o poder político se veria obrigado a tomar perante aquilo que ficaria como um ataque da Justiça ao Estado de direito democrático e à soberania e dignidade dos representantes políticos? Não se concebe, tamanha a magnitude da questão. Logo, não custa imaginar que a quantidade e exuberância dos indícios levaram o Rosário e a Joana a terem a certeza de que seria apenas uma questão de escarafuncharem um bocadinho para darem com um filão gigantesco de provas de corrupção. Ou que fosse apenas uma, prontos. Mas nem essa solitária prova encontraram, e quem nos garante tal é a própria Cofina que apenas conseguiu publicar calúnias ao longo destes anos e até à hora em que teclo.
Quando não se tem a certeza se um cidadão cometeu uma ilegalidade, as autoridades estão obrigadas a tomarem como valor superior a carência de prova em vez da presença da convicção. A convicção é irrelevante precisamente por não passar de uma fantasia subjectiva. Este o sentido de todos os edifícios penais onde a liberdade seja o fundamento da Lei. A história dos erros judiciais, quando não passa pela adulteração ou erro nas provas, é invariavelmente o registo do triunfo da convicção sobre a realidade. É por ser tão difícil e arriscado julgar suspeitas de crimes que a civilização republicana e liberal inventou um sistema repleto de equilíbrios, garantias e oportunidades para se corrigirem eventuais erros. A logística gongórica do universo judicial nasce do nosso amor à liberdade. Quem declara que não devemos esperar pela Justiça para fazer julgamentos políticos não gasta uma caloria a defender a liberdade.
Conseguir impor a um político a condição de arguido, fosse qual fosse o processo em causa, seria sempre uma festa para os seus adversários. Não só, dada a morosidade da Justiça, ficaria politicamente condicionado e enfraquecido por muito tempo como haveria danos indeléveis na sua reputação. O que está acontecer, todavia, ultrapassa os sonhos mais delirantes da direita e dos inimigos de Sócrates, muitos deles dentro do PS, pois a “Operação Marquês” envolve suspeitas de corrupção e já castigou Sócrates com uma prisão efectiva. Só que ainda não chega para satisfazer os desejos de vingança, transtornos de ódio e puro oportunismo partidário. Destruir Sócrates, para além do êxtase bacante da experiência e dos danos causados ao PS, é também a única forma da direita decadente se afirmar diariamente, horariamente, ao minuto, posto que nada mais têm para dizer (excluo Rio e seu projecto do bando dos pulhas e broncos). Nesta lógica, a “Operação Marquês” é um processo político desde Julho de 2014, meses antes da sua detenção, quando material das investigações foi usado para interferir nas eleições em curso no PS entre Seguro e Costa usando-se a Sábado para o efeito. Quem decidiu fazer essa violação do segredo de justiça estava tão confiante, ou já tão desiludido, que nem sequer se importou com os eventuais efeitos nos suspeitos de se anunciar que estavam a ser investigados. A pulsão e agenda políticas dentro da Justiça portuguesa foram muito mais fortes do que a responsabilidade, o dever e o cumprimento da lei.
O Ministério Público decidiu fazer da “Operação Marquês” um megaprocesso. Foi mais um castigo aos acusados e uma opção puramente política. Tão política que atenta contra o bom senso judicial e cívico, pois o trânsito em julgado poderá demorar uma década ou mais. Quando se olha para o que Sócrates gastou em numerário, no que alega serem empréstimos e que até poderá já ter pago na totalidade ou em grande parte, e depois se relaciona esse valor com as quantidades de dinheiro usadas nas teses do MP, vemos que a acusação aposta tudo na prova indirecta e no clima de pressão mediática e opressão popular sobre os juízes. Exacto, é a política no seu pior.
As gravações dos interrogatórios e as insinuações sobre Pinho estavam prontas há muito tempo. O calendário da sua divulgação sincronizada segue a estratégia política clara de condicionar o Congresso do PS. Manipulação grosseira da democracia com política partidária travestida de jornalismo.
“e não conheço ninguém com voz pública que conteste a bondade da acção da PGR que levou à abertura inevitável de um inquérito”
Talvez, mas com voz “aspirinica” conheço alguns.
Larga o vinho, Valupi. Processo politico foi o do Nelson Mandela ou o do Alavaro Cunhal. Aqui, como tu proprio és forçado a reconhecê-lo (tarde e a mas horas) existe uma acção baseada em suspeita de pratica de crimes, e não fundada directa ou indirectamente nas opiniões politicas ou nas posições politicas do Socrates. Basta alias ver as reacções no PS de hoje para percebê-lo. Um processo feito a uma personalidade politica não passa por isso a ser politico.
Pode ser que estejamos perante um processo injusto. O futuro dira. Agora processo politico, por muito que forces a retorica, não é com certeza.
Mas deixo um espacinho aqui em baixo para os teus fãs aplaudirem o teu post apocaliptico. Ja agora, tens a certeza que é so “politico”. Eu diria antes que é “religioso”. Não achas ? Pelo menos, o unico precedente que conheço foi ha uns bons 2 milénios na Judeia.
Tem juizo pa !
Boas
parece o maluquinho da aldeia a falar de ets e bruxas.
“Quando se olha para o que Sócrates gastou em numerário, no que alega serem empréstimos e que até poderá já ter pago na totalidade ou em grande parte”
Ahahahahahah! Claro que pagou! Só falta saber a quem é que pediu emprestado para pagar este empréstimo. É que ele é um pobre provinciano que andou uns anos na política…
Ah, grande Valupi! Continua, pá! Cada vez é mais hilariante
Leiam o artigo de opinião de Maria Luís Albuquerque, no Observador acerca do assunto, é divinal!
a verdadeira anonima
Leiam também o artigo de Luís Reis no Observador, está DIVINAL!
a verdadeira anónima
Teste
Há comentários pendurados Valupi?
“António Campos entende a decisão tomada por José Sócrates, ao desfiliar-se do PS, e considera que o partido “traiu a sua própria origem” nas posições que foram tomadas nos últimos dias por dirigentes socialistas. O ex-primeiro-ministro “tem toda a razão em estar revoltado”, diz o fundador do PS à TSF.
Numa reação à notícia avançada pelo Jornal de Notícias, António Campos lembra que o PS “nasceu como um partidos dos direitos e liberdades dos cidadãos” e que não embarca em “julgamentos populares”.
Foi isso, entende-se da posição do histórico socialista à TSF, aquilo que dirigentes como o porta-voz João Galamba, o presidente Carlos César ou o próprio secretário-geral António Costa fizeram ao falar em “vergonha” que sentem por casos como os de Manuel Pinho e José Sócrates. Sempre na condição de virem a ser julgados. Sócrates “não tinha outra alternativa”, resume o fundador.”
Por uma questão de comodidade faço minhas as palavras de António Campos. Com quem concordo quase na íntegra menos na questão final de Sócrates não ter alternativa. Há sempre alternativa. Os partidos políticos não são pertença das Direcções em funções. E não era a primeira vez que alguém se opunha à estratégia da Direcção num partido politico.
Socrates foi vítima do lawfare, a nova arma que a direita usa para derrubar governos legítimamente eleitos e substituí-los por marionetas que vendem os países ao desbarato. Se podiam existir dúvidas para alguns, na altura, hoje está tudo à vista como as novas ditaduras se colocam em conluio o poder judicial e mediático junto com os políticos verdadeiramente corruputos e traidores das pátrias. O lawfare faz parte da batalha do neoliberalismo para escravizar de novo os povos. A esquerda portuguesa que abra os olhos de vez porque aqueles que perseguiram Socrates continuam no activo e a perseguir pessoas sempre que lhes convém armando o mesmo espectáculo mediático. O Governo de António Costa não está imune e se não conseguirem derrubá-lo de uma forma será de outra. Por exemplo, estendendo-lhe a armadilha de um novo bloco central com um Rio que com facilidade lhe retirará o tapete assim que chegue a hora certa e o país é que de novo perderá com mais este golpe. Quem tiver paciência para ler estes artigos ficará mais esclarecido sobre o que realmente aconteceu em Portugal (fazendo o devido paralelismo). Mas os verdadeiros culpados deste crime (que no fundo teve Socrates como rosto, mas foi um crime contra o país que mergulhou num sórdido regime que sob a capa de “austeridade” arruniou Portugal) continuam à solta e a dictar novas condenações. Tomem nota.
http://estrategia.la/2018/04/30/la-judicializacion-de-la-politica-y-el-cambio-en-las-formas-de-ganar-de-la-derecha/
https://www.alainet.org/es/articulo/191654
Gostei do ultimo comentario. De onde se infere que foi um tremendo erro historico lutar por direitos, que depois se transformam fatalmente em instrumentos de dominio imperialista. A revolução francesa, as revoluções liberais, o proprio 25 de Abril de 1974, não passaram iniciativas infelizes com resultados catastroficos.
Deixemos de ser tibios a atiremo-nos a eles rapaziada ! Querem que vos arranje uns cartões de adesão ao Black bloc ? Olhem que estão em saldos.
Boas
A direita adora distorcer os factos como lhe convém, mas a verdade é sempre a verdade, mesmo num mundo de faz de conta, de simulações e simulacros como cada vez mais é este em que vivemos. Enfim…voltei só para partilhar com todos vós este belíssimo artigo que encontrei no blog Estátua de Sal, pois deve figurar junto com este magnífico texto escrito aqui por Valupi. Desmascarar os cobardes e criminosos que nos querem deitar areia para os olhos fingindo que Sócrates é bandido e eles são santinhos é sempre bom. Sócrates é apenas uma vítima colateral desta nova vaga de rapinagem mundial neoliberal e por não ter entregue “o ouro” aos mafiosos logo que eles o solicitaram hoje sofre na pele tudo isto. A juntar à traição de muitos do seu partido que abandonaram-no também como só a escumalha sabe fazer assim que o barco treme. Honra seja feita aos corajosos que não o fizeram. Nunca falei pessoalmente com Socrates, nem sou militante do partido dele, mas detesto injustiças e esta é uma delas. E o pior é que só tem lixado Portugal e estamos todos a pagar caro por isto.
https://estatuadesal.com/2018/05/03/corrupcao-ataquem-o-cerbero-monstro-das-tres-cabecas-nao-sejam-cobardes-nem-cumplices/
«Este é o único aspecto estritamente judicial do processo, o resto é essencialmente político.»
Não, não é. Ou é apenas visto sob uma actuação judicial realizada por alguém em estado original ou de virgindade cognitivo o que é praticamente impossível.
Porque, muito antes do actual processo chegar à mente da justiça já esta “justiça” feita pela mesma gente tinha tentado outros “processos” mais descarados , ínvios e ultrajantes que o actual sobre a mesma pessoa.
Logo, o actual “processo” que surge na sequência de outros igualmente fraudulentos e escabrosos; ver casos Freeport, atentado contra o Estado de Direito e o infâme caso das escutas a Belém, que revelam um farejar persistente de cão de caça em busca, nem que seja, da pele da presa.
Tudo, tudo nesta tenaz perseguição canina, indicia um processo de vingança pessoal (Sócrates quis pôr os magistrados a trabalhar como os outros portugueses e ainda por cima tocou nas suas mordomias salazaristas medievais) que por se tratar do poder judicial os senhores magistrados jogaram mão desse poder intocável de que são donos absolutos utilizando-o como meio intrumental de actuação política disfarçada.
Nunca nada, após oa primeira tentativa de golpada desta “justiça”, teve ou tem qualquer carácter judicial isenta tudo indiciando uma perseguição política pura e dura, sem mais.
Que, infelizmente, acaba de ter o seu epílogo (ou prologo?) neste momento com a demissão de Sócrates do PS face à vergonhosa tomada de posições políticas de seus vários antigos colaboradores que, quais frouxos, o tentam sacudir submetendo-se à opinião do “cm” e do pagode ignorante manipulado.
Eis a questão;
https://m.facebook.com/luis.gaspar.raposa/posts/10212332894738105
“Querem que vos arranje uns cartões de adesão ao Black bloc ? Olhem que estão em saldos”
Não é bem assim. Curiosamente, os Black Bloc estiveram particularmente activos na contestação ao Governo de Dilma e estão silenciosos diante do Governo golpista de Temer.
“Processo politico foi o do Nelson Mandela ou o do Alvaro Cunhal”
Não, Viegas. A violencia exercida sobre Sócrates ou Lula é maior. Nestes casos, o inimigo político é neutralizado através de lawfare e atribuição de crimes ignominiosos. A perseguição a Mandela ou Cunhal foi assumidamente ideológica.
Quanto ao PS do Yogi the man Costa nada de surpreendente, desde o inicio que só por cegueira ou hipocrisia se poderia pensar outra coisa senão o afastamento e o lançamento de Socrates aos cães. Isso estava mais que previsto e provado.
No entanto não é só isso que aqui está em causa, numa leitura mais atenta nota-se também um afastamento de valores considerados essenciais a Mario Soares, e faz reavivar uma velha querela de visão no partido entre Soares e Zenha. No cemitério dos Prazeres houve uma tumba que deu uma volta.
Quanto a Manuel Pinho convém relembrar que Socrates o conheceu através de Rodriguez (do Ferrocarril) com quem trabalhava no gabinete de estudos e também de Costa. Claro que agora nada disso interessa, com o brother Costa a aviar peças como se não houvesse amanhã e os Bros Martim e Pedro Silva a alimentarem narrativas e angulos obtusos de opinião, não há taxa de memorização que valha a tanta profusão de esquecimento .
Isto está de tal forma que o tipo que foi muito aplaudido pelo discurso contra o populismo no 25 Abril, o Marcello, comprou ontem um bilhete de 20€ no Estoril Open para ser fotografado ao lado do povo. Top of the Pop ‘s Eheh mas ja ninguem diz nada ou nota nada, instituiu-se um nivel de opiniao e analise que está viciado e contribui para o analfabetismo politico
Um partido refem de manchetes e peças de tv mais um presidente rendido ao populismo e deputados a debater os problemas do arrendamento que sacam verbas de ajudas de custo por morarem longe quando moram perto. Isto está a precisar e de um Salazar, caralho!
Deliras Lucas Galuxo. E não respondes à questão :
Consideras que é estupido e perigoso as pessoas obterem direitos ? Então junta-te aos Black box e luta contra todos, Dilma incluida…
Consideras que não é estupido ? Então sempre teras de aceitar que haja magistrados independentes, a não ser claro que prefiras juris populares ou comissarios do povo, mas neste caso não dou muito tempo de sobrevivência ao tal Estado de direito com que enches a boca…
Vi agora as noticias e percebo melhor porque é que v. estão histéricos. So falta compreender em que é que o Costa atenta à presunção de inocência quando lembra que ninguém esta acima da lei…
Ganhem juizo, pa !
Ultima coisa : nunca me ouvriam gritar que Socrates esta inocente, mas também nunca me ouviram gritar que ele é culpado. E não é hoje que vou começar. Esperar pela sentença. Uma exigência que, por sinal, não é apenas comandada pelo respeito do Estado de direito, também o é por uma coisa antiquissima que v. manifestamente ignoram por aqui : a mais elementar prudência. Devias experimentar, fazia-te bem.
Boas
“Então sempre teras de aceitar que haja magistrados independentes, a não ser claro que prefiras juris populares ou comissarios do povo, mas neste caso não dou muito tempo de sobrevivência ao tal Estado de direito com que enches a boca…”
Viegas, juris populares é o que têm procurado juízes e magistrados que convocam para os seus processos a comunicação social em Portugal e no Brasil. O próprio Moro teorizou sobre isso e diz que a pressão (manipulação) da opinião pública é elemento chave para fazer (a sua) justiça.
“Esperar pela sentença”.
Parece que é o que ninguém está interessado em fazer,… e quer ser considerado mais honesto que os outros por isso mesmo.
Joe Strummer no seu melhor.
O ps já era.
Foi o partido da coragem, da solidariedade da defesa intransigente dos seus e seus valores contra corrente de oportunistas.
A ana gomes dá vómitos. Uma marginal oportunista de goela aberta que nunca vi fazer nada de jeito a não ser usa língua de regateira.
A morte de Mário Soares decreta um fim
Ainda não ouvi João Soares.
Vejamos como está de coragem! Tenho esperança.
Finalmente, os bandalhos começam a marcar alguns pontos, ao conseguirem fracturar de alto a baixo o PS. Parabéns, seus canalhas! Mas atenção, que esta guerra não vai acabar tão cedo, tenham calma.
E os socialistas ingénuos, ou mais débeis de espírito, que metam depressa uma dose reforçada de “ketchup”, que tanta falta lhes está a fazer, e aguentem firmes até ao lavar dos cestos.
A falta que Soares lhes faz…
Lucas Galuxo,
Estas a ridiculizar-te, e ti à “causa” idiota que defendes. Explica la isso então do que são magistrados independentes no teu critério ? Aqueles que decidem como queres ? Bonito.
Quanto ao resto, desafio-te a encontrar um unico comentario meu onde diga que não é preciso esperar pela sentença. Tanto quanto percebo (mas é verdade que não li tudo) o que o Antonio Costa disse não é outra coisa, o que não me parece contraditorio com a ideia de que ninguém esta acima da lei. Alguém esta acima da lei ?
Os séquitos do Socrates, que o apoiam cegamente e que ja decidiram que ele é inocente (não vale a pena remeter par os teus comentarios, pois não ?), ainda que nenhuma sentença tenha sido pronunciada (coerência…), esses, sim, é que querem por força transformar o processo num processo politico. E eu estou a ficar cada vez mais convencido que isto se explica porque eles temem o processo judicial, mas tu la sabes…
Mas enfim. Explica la então como é que devemos proceder para ter juizes independentes, sem ser recorrendo às regras que vigoram em toda a parte, incluindo no Brasil e em Portugal, e que tu consideras dignas de serem espezinhadas em todos os teus comentarios ?
Boas
Os black bloc são falsos anarquistas…são iguais aos capacetes brancos..fingem que defendem uma coisa, mas não realidade são outra. São pagos pelos mafiosos neoliberais para fingirem que são esquerdistas e espalharem o caos nas manifs e desacreditarem as causas…são meros arruaceiros, como os capacetes bancos. Não passam de terroristas sob a capa de salvadores de vítimas das guerras. O mestre viegas, com essa dos black bloc é só para rir…quem o conheça que o compre…ahahah! pffff…deve pensar que os leitores do Aspirina são ingénuos e ainda acreditam nessa balela criada pelo Soros e amigos.
Viegas, acredito que a esmagadora maioria do juízes e procuradores portugueses e brasileiros são independentes. Duvido daqueles que convocam a comunicação social para as suas decisões, que chamam a si processos que não lhe dizem respeito, ou que dão entrevistas insinuando comportamentos criminosos de outros em actos que eles próprios praticam, por exemplo. E acredito que, cedo ou tarde, terão que justificar na justiça a sua imparcialidade.
@ pessoasemmail : a referência aos Black Box vem exactamente a proposito porque são anarquistas sem nexo, arruaceiros irresponsaveis que se prestam a toda e qualquer instrumentalização. Ora bem, a ideologia que eles perfilham não é substancialmente diferente da que esta exposta no seu comentario das 12:02.
@Lucas Galuxo : “E acredito que, cedo ou tarde, terão que justificar na justiça a sua imparcialidade”. Muito bem, e como dizes que a maior parte dos magistrados são independentes e competentes, parece prudente esperar pela sentença, tal como concordamos todos (pelo menos todos aqueles que têm juizo e que são respeitadores do Estado de direito) que é prudente esperar pela sentença sobre o caso do Socrates…
Boas
“concordamos todos (pelo menos todos aqueles que têm juizo e que são respeitadores do Estado de direito) que é prudente esperar pela sentença sobre o caso do Socrates…”
Concerteza. Podemos contar pelos dedos da mão quantos personagens na cena pública manifestaram essa atitude.
“… porque são anarquistas sem nexo…”
ò viegas, francamente. se calhar querias dizer sem sexo. guarda essas manifestações de ignorância para a universidade de castelo de vide.
so vou a meio dos comentários mas resolvi parar para explicar Às criancinhas que o black block não é nenhum grupo ou movimento mas sim uma táctica. o que espero possa pôr no devido lugar aqueles que acham que é sinónimo de anarquistas sem nexo e disso fazem alarde.
cumprimentos,
Ninguém é condenado,num país civilizado,por um depoimento de uma testemunha,sem provas factuais para além de qualquer dúvida razoável !!!
Vou mandar fazer um carimbo com a frase acima, para carimbar a testa de todos os burros presumidos que fingem nunca a ter ouvido !!! Arre mundo!!!
Ai se o candidato a PR Soares, fosse vivo!
Em tempo: de uma testemunha ou de cem testemunhas,sem prova fact….
Edward John Smith, melodias de sempre (actualização).
State of the art, ontem.
«Pouco tempo depois Valupi começou a compreender a enormidade do que estava prestes a ocorrer, já que não havia botes para todos abordo e a tripulação não tinha a menor experiência em evacuações de emergência. Ele aparentemente ficou paralisado pela indecisão…O capitão não deu nenhuma ordem para evacuação, não disse para seus oficiais preencherem os botes, não organizou a tripulação e negligenciou informações cruciais, algumas vezes dando ordens ambíguas ou impraticáveis.», porra!
State of the art, hoje.
«O ângulo do Aspirina B começou a aumentar rapidamente já que a água estava entrando em partes anteriormente intactas… O aumento súbito do ângulo criou uma onda que varreu a parte dianteira do convés dos botes, jogando várias pessoas na água… A popa se ergueu no ar enquanto a proa ficou submersa, com sobreviventes afirmando terem ouvido um enorme estrondo vindo de dentro da embarcação. Após mais um minuto as luzes do Aspirina B piscaram e se apagaram completamente, deixando todos na escuridão.», porra!
Amigo Lucas, se acreditas “que a esmagadora maioria dos juízes e procuradores portugueses e brasileiros são independentes”, acreditas mal. Da realidade brasileira não conheço nada, mas da portuguesa já vi o suficiente para perceber que, admitindo que a tua afirmação possa ser formalmente verdade, no sentido em que eles não têm qualquer ligação orgânica, formal, política, ideológica ou outra aos interesses político-mafiosos que vemos em acção, acabam, por cobardia, por acção ou omissão, por lhes dar cobertura. E acreditas igualmente mal que um julgamento ou uma sentença sejam a prova dos nove seja do que for, que provem a inocência ou culpabilidade seja de quem for. O julgamento e as sentenças do caso da coisa da pia deviam ser suficientes para te tirar qualquer ilusão.
Na questão do momento, lembro a velha tese do bater das asas da borboleta, em Freixo de Espada à Cinta, Washington ou Moscovo, que provoca um furacão no Pacífico. A brabuleta, aqui, foi a questão das viagens de deputados insulares em que o senhorito Carlos César sentiu os tomatitos a arder. Antes que se transformassem em carvão, pois sabe bem quão implacáveis são as máfias coligadas e que meios não lhes faltam para investir em fósforos, entrou em modo de chuto para canto, manobra de diversão, “aquele menino é que é mau, eu sou apenas incompreendido”. O voluntarioso Costa, receando que o “caso” César provocasse uma brecha na muralha, alinhou burramente na táctica idiota, houve mais dois ou três idiotas úteis, e outros tantos inúteis, a afinfar mais umas sopradelas e aí temos o furacão. E pode o Costa ter a certeza de que dificilmente algum abrigo antitempestades protegerá a casa dos estragos inevitáveis, depois de ele próprio ter ajudado a escancarar a porta que o senhorito César entreabriu. Dificilmente os estragos, a desmoralização, o desencanto que este episódio irá provocar entre simpatizantes e militantes do PS serão reparados, pelo menos no curto e médio prazo.
Joaquim Camacho,
Na mouche !
Viegas, vai tomar no cu.
Joaquim Camacho,
Lê o jornal Expresso.
Parece que o Costa se diz “apanhado de surpresa” pelo Carlos César ….
Pois é, Jasmin, o gajo foi apanhado de surpresa, mas devia ter pensado pelo menos uma vez e meia antes de abrir a boca, em vez de falar duas vezes antes de pensar, para glosar a fórmula genialmente exposta pelo Salvador Sobral. Há coisas que, depois de ditas, desditas não podem ser, e receio bem que a barca das bojardas tenha ganho vida própria e navegue já, em piloto automático, muito para lá do ponto de não retorno. Ingénuo, ou parvo, serei, mas não deixa nunca de me causar espantação a tremenda facilidade com que pessoas reconhecidamente inteligentes tropeçam nas mais básicas burrices que o cabrão do Diabo lhes mete à frente das canelas.