Pode haver racismo sem raças à mistura, ou sob outras capas terminológicas mas com iguais processos cognitivos discriminatórios e práxis persecutória? Luís Rosa, um “jornalista” pago pelos accionistas do Observador para morder as canelas ao PS e a qualquer socialista que consiga apanhar com as suas favolas raivosas, prova que sim.
Num texto de princípios de Junho que não provocou o mais leve estremecer de asas nas borboletas do nosso comentariado nem nos passarões do sistema partidário – É óbvio que o PS não quer lutar contra a corrupção – este talibã faz algo que nunca tinha visto ser feito com igual clareza e à-vontade na comunicação social profissional:
– Diz que os dirigentes e militantes do PS, desde 1975, pretendem dominar politicamente o Ministério Público.
– Diz que o Ministério Público tem sido, e é na actualidade, a entidade política que impede o PS de usurpar o poder durante longas décadas.
– Diz que os actuais dirigentes socialistas (portanto, António Costa e companhia) estão a tentar acabar com a luta contra a corrupção por causa da “Operação Marquês”, de Armando Vara, de Manuel Pinho e de uns autarcas socialistas constituídos arguidos há umas semanas.
– Diz que Isabel Moreira representa o que o PS todo pensa e quer para o Ministério Público (logo, que um texto de opinião da Isabel vale mais do que as políticas do actual Governo e as propostas da actual ministra da Justiça, para não falar no grupo parlamentar socialista).
– Diz que Isabel Moreira quer que o Ministério Público regresse ao modelo que tinha durante o Estado Novo.
– Diz que Isabel Moreira, posto que se atreve a dizer o que pensa em público, deve ser convocada pela procuradora Lígia Salbany para prestar declarações no processo que investiga as PPP da responsabilidade dos Governos socráticos – sugerindo ainda a linha de interrogatório a fazer-se, a qual remete para Paulo Campos e Sócrates.
Não vale a pena gastar caracteres com a magnitude paranóide exibida, com a imbecilidade fanática e fétida, o que mais importa concentra-se no pedido público para que Isabel Moreira seja constituída arguida num processo judicial aberto há anos única e exclusivamente por ter assumido uma posição política que o sr. Rosa considera inaceitável. Este pedido vem de um admirador e promotor de Sérgio Moro, alguém a quem pediu pessoalmente para abrir um processo judicial internacional onde juntasse Lula, Sócrates e o esqueleto de Chávez. Entender como é que o talibã chega a este ponto, ao ponto de publicitar o seu racismo onde pretende a capitulação ou genocídio da “raça PS”, é não só relevante como urgente.
Num certo sentido, e daí a popularidade larvar desse racismo em que tropeçamos na rua e até nos recantos da nossa animalidade subjectiva, o processo resulta directamente da nossa capacidade de abstracção, motivada e dinamizada pelo nosso instinto de sobrevivência. Na filosofia usam-se dois palavrões que tornam transparente as construções discriminatórias: reificar e hipostasiar. Com o primeiro verbo, reduzimos o alvo a um conjunto de aspectos materializados (a cor da pele ou um texto). Com o segundo, atribuímos realidade exterior a uma entidade mental (“os ciganos são ladrões” ou “os socialistas querem mexicanizar Portugal desde 1975”). Aqui chegado, quem vê nos indivíduos de um certo grupo apenas a concepção que abstractamente projecta neles está pronto para agir em coerência. Por exemplo, se os indivíduos com pele mais escura (ou mais clara, ou mais assim ou assado) são “naturalmente” propensos para o gamanço ou a preguiça, segue-se que seria contrário ao instinto de sobrevivência e à pulsão etnocêntrica estar a dar-lhes emprego, lutar pelos seus direitos sociais, confiar-lhes a guarda dos filhos ou sequer permanecer no mesmo passeio calhando eles virem na nossa direcção. Se a polícia for mais activa contra um certo grupo que “toda a gente sabe” que “não presta”, isso é fonte de “segurança”. Se “eles” levarem umas tareias da polícia ao arrepio dos seus direitos civis, isso é óptimo, é o que eles merecem e deviam era levar mais. Se existe um certo partido que anda há 40 anos a tentar acabar com a democracia e a liberdade para poder corromper tudo e todos, segue-se que a carteira de jornalista e um órgão de comunicação social devem ser usados para tal denúncia e ainda para conseguir meter na prisão tão perigosos bandidos. Aliás, basta que sejam enjaulados no Ministério Público como arguidos para ficarem com a reputação destruída, a carreira política provavelmente acabada e levarem com anos e anos de humilhações e devassa. O povão, devidamente instruído e acirrado pelos profissionais da calúnia, sabe perfeitamente bem que esses “corruptos” não estariam a ser investigados se fossem “gente séria”. Logo, perseguir e atacar quem se concebe como ameaçador e desprezível é tão-só o “bom senso” a agir, a “coragem” de pedir cárcere para aqueles cujas opiniões não se toleram.
O racismo, qualquer forma de racismo, é uma operação cognitiva onde se desumaniza aquele a quem se quer fazer mal. Depois de desumanizados, justifica-se o mal que se faz dizendo que eles o merecem por não serem humanos, por serem monstros que nos ameaçam. Eis uma das mais velhas pulhices do mundo.
É bom que se desmascarem os pulhas que se disfarçam de jornalistas mas, o caso
em apreço não merece que se gaste tanta tinta pois, para lá da dificuldade de visão
na televisão parece ser estrábico, vulgo zarolho, tem fortes ocorrências de porca-
ria no pequeno cérebro que a natureza o dotou … diz coisas que só ele entende!!!
Valupi, pá, fecha esta merda que o Aspirina B já fede!
… apoiado!!!
abc como só sabes as três letras do alfabeto não deves ter entendido nada do leste. Deves ser daqueles que ler uma página a4 deve ser um exercício homérico e ininteligível e acrescento uma coisa não é só alinhavar as letras é preciso interpretar o que está escrito.
Não é homérico é hercúleo.
Eu já questionei várias vezes o Valupi se não será pior a emenda que o soneto ao promover pulhas como o Tavares do P ou este Rosa do O. Que eles têm que ser denunciados no doubt. O problema é que não chega denunciá-los como ainda agora se viu no Brasil e a verdade é que nomeadamente o PS – o maior visado – podia e devia fazer muito mais. Só neste post encontro meia-dúzia de razões para intentar contra este javardo populista. Senão pelo PS pelo Estado de Direito Democrático. Contra quem este tipo de direitolas atenta todos os dias. Nem têm outro discurso. A corrupção e a luta contra os poderosos foi sempre o discurso de eleição deste tipo de populistas dada a facilidade com que entra nas orelhas da turba. Quando na verdade e quando eleitos ninguém protege mais os poderosos que eles. Ou quem é que acham que financia projectos políticos como o Observador? Senão veja-se as políticas fiscais de Trump e Bolosonaro. No entanto continuam a ter os rednecks todos no bolso. Muito sinceramente não se percebe tanta passividade no caso por parte do PS. Pelo que resta agradecer o serviço público ao Valupi
aí vem mais uma fornada de completos _________________ ( preencher conforme o estado de espírito).
É que já nem disfarçam.
https://www.dn.pt/poder/interior/jsd-defende-delacao-premiada-inversao-de-onus-da-prova-e-inibicao-de-politicos-corruptos-9665935.html
Pobre Rio. Não há memória de um líder tão desrespeitado na história da Democracia portuguesa.
Um texto para emoldurar.
Estes pulhas foram todos desmascarados.
Já ninguém decente lhes passa cartão.
Só merecem desprezo.