A calúnia compensa

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A adaptação da plataforma informática Citius ao novo modelo de organização dos tribunais de primeira instância correu de tal forma mal que paralisou grande parte da actividade judiciária entre Setembro e Novembro desse ano, tendo a ministra assegurado publicamente que só havia avançado com a reforma porque os serviços lhe haviam dado todas as garantias de que o sistema estava preparado para a transição. Na sequência do colapso, foi feito um relatório interno sobre o sucedido que Paula Teixeira da Cruz reencaminhou para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para eventual abertura de inquérito-crime por suspeitas de sabotagem informática.

Entretanto, começaram a ser publicadas em vários órgãos de comunicação social notícias que apontavam como suspeitos do sucedido dois membros da Polícia Judiciária que se encontravam a trabalhar no organismo do Ministério da Justiça responsável pelo Citius, Hugo Tavares e Paulo Queirós. O Ministério Público acabou por arquivar o inquérito que desencadeou por sugestão da ministra escassas duas semanas depois de o ter aberto, por falta de indícios de sabotagem informática. Mas Hugo Tavares e Paulo Queirós resolveram processar Paula Teixeira da Cruz por denúncia caluniosa.

Alegaram que, para se eximir às suas responsabilidades políticas no caso do crash informático, de modo a conseguir manter-se no cargo, a governante ou alguém por ela promoveu “fugas de informação cirúrgicas construídas à volta de uma suposta sabotagem”. A sua queixa foi arquivada por o despacho que a governante enviou para a PGR acompanhado do relatório interno não indicar ninguém como suspeito. Recusada foi também mais tarde aos queixosos a abertura de instrução do processo. Foi desta última decisão que Hugo Tavares e Paulo Queirós recorreram para o Tribunal da Relação, que no final do mês passado entendeu, tal como já tinha feito um juiz de instrução, não existirem factos concretos na queixa que pudessem configurar o crime de denúncia caluniosa.


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Ex-ministra ilibada de calúnia durante crash informático dos tribunais

10 thoughts on “A calúnia compensa”

  1. chamam-se à justiça homens serios,e os responsaveis como essa mulher,saem numa boa! tribunal com elapara reparar a honra!

  2. A Justiça prefere bêbados conhecidos
    a vitimas anónimas. Se esta merda fosse em Angola hoje havia manif. e declarações no parlapie.
    Os neo-fascistas não tomaram a Justiça porque os fascistas nunca de lá sairam. Por muitos cravos na lapela e discursos no 25 de Abril, a verdade é que o mesmo ficou pela metade, 12,5 e é muito.

  3. Lá dentro e esta chunga enquanto nos rodapés dos canais noticiosos se anunciam a toda a hora operações e detenções, tantas que estou a ver que qualquer dia se esgotam os portugueses. Todos nos ( e tambem os da vodafone, meo e o caralho, nao se fiquem a rir) estamos na iminencia de sermos presos a qualquer momento numa operaçao com nome ironico.Eu já disse à famelga que pela quantidade de crime-ideias ja produzidas o mais certo é nem sequer ter direito a calção , ja fiz o meu proprio relatorio minoritario.A minha brown eyed girl ja disse que nao conte com tabaquinho para nao ter ideias suicidas e sonhos marados devido às embalagens. Vivemos num estado fascista.

  4. Assuntos velhos e secos sem graça.
    Quando temos vacas que voam, cães que ocupam o parlamento durante horas, depois de aulas de economia temos aulas de fertilização sem vidro semanalmente, será que a internet tirou-nos o pouco sentido de humor?

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