As eleições presidenciais norte-americanas são demasiado importantes para serem deixadas apenas nas mãos dos eleitores norte-americanos. E estes precisam da nossa ajuda, de toda e qualquer ajuda — como se vê pelos resultados das duas eleições anteriores. Que ninguém se iluda quanto ao que está em causa: voltar a ter uma Administração responsável depois de 8 anos desgraçados. Aqueles que julguem não ter capacidade de influência por falarem ou escreverem em português para portugueses, ou em chinamarquês para chinamarqueses, que façam o favor de meter os cornos num alguidar com água e pedras de gelo. Acordem! O que o Mundo quer — ou seja, do que o Mundo carece — vai ser tido em conta por um decisivo grupo de eleitores: aqueles Republicanos que vão votar Obama por amor maior ao seu país do que ao seu partido.
Se McCain ganhar, Sarah Palin será aclamada como uma escolha genial, uma jogada de mestre ou um golpe de sorte só ao alcance dos eleitos. Mas Sarah Palin continuará a ser Sarah Palin, isso é certo. E isso é de loucos. Porque a opção por esta mulher é uma irresponsabilidade nascida do desespero e da megalomania. Não há absolutamente nada no seu currículo que a qualifique para a função, a não ser um voluntarismo néscio e narcísico. A menos que a sua vida se limite às leituras de discursos escritos por outros, quando tiver de expressar as suas ideias ninguém saberá o que vai sair, ou em que guerra ameaçará entrar. Não se vislumbra um único aspecto do seu ideário e prática politica que tenha a mais vaga relação positiva com os problemas contemporâneos e globais. É ao contrário: ela parece talhada para fazer política reaccionária e anacrónica num canto perdido dos Estados-Unidos — por exemplo, no Alasca.