baby blog

No balcão do banco, na vitrina da mercearia, em cima dos escaparates com jornais e revistas. Ontem dei com a desaparecida Madeleine McCaan a espreitar com ou sem sorriso, por todo o lado, além do écran do meu computador.
Volto hoje a ver o Rui Pedro no blog da Emiéle, onde tem estado. O rosto a que nos habituámos sempre adolescente ao lado de uma “previsão robot” desactualizada. Mil novecentos e noventa e oito. O mais mediático dos portugueses raptados terá já mais de vinte anos – se os tiver.
Os filhos vêm com espadas de Dâmocles. Todos os dias agradeço aos deuses que as minhas continuem pendentes.

8 thoughts on “baby blog”

  1. Olha, olha, passas pelo blog da Emiéle..! :)
    Susana, o desgosto de se perder um filho pela sua morte deve ser daqueles de se enlouquecer. Perdê-lo lentamente, pelo seu dasaparecimento, é uma tortura continuada. E é chocante o pouco que se pode fazer para ajudar…
    Também penso no meu, é impossível não nos ‘projectarmos’ nessas situações!

  2. Susana, já fui a correr corrigir o erro acerca do Rui Pedro. A minha matemática está mesmo mal!!!! Só quando vi que dizias que ele teria hoje perto de 30 anos entendi a asneira do meu dístico – não foi em 88 foi em 98 que desapareceu! Se estiver vivo terá sim perto de 20.
    (mas acreditas que ainda ninguém tinha chamado a atenção…?!)

  3. claro que passo!

    é impossível não nos projectarmos e é arrepiante. nestes casos os pais vivem em constantes oscilações entre a esperança, o medo e o completo desalento. mas, sobretudo, com a consciência do sofrimento dos filhos, ainda maior que o deles.

    quanto ao rui pedro, ainda bem que me avisas! achei tão estranho e ao mesmo tempo não estranhei. a noção vaga foi a de saber do caso quando o meu filho mais velho era pequeno. só que pelos vistos era na altura caso muito recente.
    vou então corrigir o texto.

  4. (oh que gaita! Esqueço-me sempre de esperar o tempo todo para os comentários entrarem; passo a outra coisa e claro que quando aqui volto, não entraram!!!!)
    Essa oscilação entre a esperança e o medo é um horror tanto quanto imagino. Eu tive uma amostrazinha – o meu pingente tinha 3 anos e um dia deu-lhe um amok abriu a porta e pôs a andar!
    Corri logo atrás mas já não a tempo de o ver. Andou perdido em Lisboa durante 5 infernais horas… Creio que nunca sofri tanto! E, como é evidente, isto não se compara com o que passam estes pais.

  5. susana,
    Obrigada por (re)lembrar-me a sorte que têm aqueles que têm os filhos com eles…por muito que tentemos agarrar essas espadas…

    Emiéle,
    Nem devo conseguir chegar a metade da aflição que teve…e se o meu é de amoques…ainda bem que a porta é de difícil abertura, mesmo para quem é adulto e que até à rua ainda vão 7 andares…Bolas!

  6. emiéle, também experimentei os maiores pavores da vida nos momentos em que por doença ou acidente estive em risco de perder os meus filhos. o pior foi mesmo a viagem de ambulância cujo atraso foi quase fatal.
    nunca um deles se perdeu por tanto tempo. seja como for, mesmo por cinco minutos, ou meia hora, a aflição é imensa, as projecções dramáticas do pior. e a ter que manter a calma, o sangue frio.

    nuno, é, por vezes esquecemo-nos.
    e quando eram pequenos punha a corrente de segurança, dentro de casa. para não saírem, mas também para não abrirem a porta a quem tocasse.

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