Fosga-se. Também quero entrar nisto. Primeiro era apenas um duelo entre o Zé Mário e o George. O nosso Zé, com o económico recurso ao negrito, tinha clarificado a questão. Depois veio o Luís e cantou a tabuada:
1 crítico X 1 amigo = 1 crítico com um amigo. Finalmente, entrou o Fernando e, ex abundantia cordis, deu um açoite na criança mal comportada. Ressarcido fui para a cama, ajeitei as ceroulas, bendisse o saco de água quente e preparei-me para sonhar com o movimento cívico do Manel. Estava quase a conseguir quando me aparece o espectro da Constança. Levitou-me até um palimpsesto onde ainda se conseguia ler o nome “Luís Rainha” rasurado e que, garanto, era uma cópia de um texto meu. Achei bem, porque eu escrevo muito bem e ela mostrou ter gosto. Mas, como estava cheio de sono, não lhe dei conversa. Só que havia outro espectro na sala, o Vasco. E de imediato pensei “Às tantas, a Constança é amiga do Vasco.” Este raciocínio incendiou-me, porque eu ando há que tempos a tentar ser amigo do Vasco. Não sei se já vos aconteceu, quererem muito ser amigos do Vasco e não o conseguirem, mas a mim está sempre a acontecer. De modo que fiz um esforço para entender o texto da Constança, de modo a poder fazer-lhe um elogio, de modo a ela pensar que eu era amigo, de modo a ela dizer bem de mim ao Vasco. Lá consegui sacar uma ideia: vivemos em Portugal. E disse-lhe “Constança, acertas quando dizes que vivemos em Portugal.” Foi quanto bastou, a mulher prometeu marcar-me um almoço com o Vasco. Ufano com o homérico triunfo, decidi fazer-me amigo do George. É que eu já sou amigo do Zé Mário, e constato como tal condição está prenhe de vantagens. Tudo começou numa festa, no momento em que me debruçava para capturar o último pastel de massa tenra. Nisto, o Zé Mário antecipa-se e não só me entrega o pastel como ainda tem o cuidado de o embrulhar num guardanapo de linho. Olhei-o com firmeza e disse-lhe sem vacilar “Pá, se é para estares com cenas destas, mais vale sermos amigos.” Ele compreendeu a mensagem e ainda hoje me fala disso. Neste espírito, fui ao Esplanar. Apanhei o George com uma réplica do Fernando Venâncio na mão esquerda, exactos 10 cm, e uma agulha ferrugenta na mão direita, inexactos 5 cm. As espetadelas eram frenéticas, umas à frente das outras, outras ao lado das outras e ainda outras muito parecidas com outras atrás mencionadas. Sem levantar os olhos nem abrandar o vodu, berrava “És um merdas.” “És um merdinhas cagão.” “Nunca, mas NUNCA serei teu amigo!” Eu, como quem quer a coisa, tinha-me encostado ao texto genesíaco das toupeiras. Estava a curtir aquilo, era giro, tanto que me distraí e deixei de ligar ao que ele dizia. O post possuia uma concavidade onde, fazendo alguma pressão, um gajo (mas só um, fica o aviso) se conseguia enfiar. Assim recostado, com os presuntos quase a tocar no texto de cima e uma perspectiva que trocava o eixo das palavras abcissas pelo das ideias ordenadas, ia-me entretendo a ler a peça. Estava mesmo bem esgalhado, o magano do post. Aparentemente, a intenção seria a de impedir que o Nuno escrevesse no DN sobre um eventual livro do Zé Mário. Fiquei curioso. O George não se engana, toda a gente sabe, e não lhe faltam recursos críticos, todos hão-de acabar por saber. Ora, a única conclusão lógica era a de estar na calha um livro do Zé Mário. Isso deixou-me triste. E também triste. Porque o Zé não me tinha dito nada. E agora interrogo-me: seremos só amigos?
Vocês são uma desilusão e um mau exemplo. Não passam de umas comadres. Comadres com a lição estudada, mas comadres.
LOLOL. Ler este texto foi, sem dúvida, a melhor forma de começar um dia que promete ser longo e árduo. Obrigado, primo.
Antigamente, os profetas recebiam, por meio de sonhos, as mensagens de salvação do Mundo.
Estes profetas modernos nem originais sabem ser.
faço minhas as palavras do joão pedro, menos aquela parte do dia longo e árduo. :)
FAço minhas as palvras da Susana. Com a diferença que o meu dia já está a ser árduo e longo há pelo menos 3 horas.
Refaço minhas as palavras que a Susana me roubou, embora corrigindo-as através de um leasing paralelo do acrescento que o Monty fez às da Susana que, volto a frisar, eram originalmente minhas.
Peço desculpa. As palavras que eu roubei, roubei-as à Susana. Onde ela as arranjou, não faço ideia. Quanto às que tu me roubaste, e que bem falta me fazem, que fica o comentário coxo, agradeço mas devolvas. ASAP!
Susana, por favor, esclarece este equívoco ao Monty, que tou a ficar nervoso.
meninos: as palavras que eu fiz minhas são minhas e minhas e só minhas. no entanto, como sou generosa, podem disputar entre vocês todas aquelas que têm a ver com o dia longo e árduo. prescindo por inteiro dessa parcela.
de resto, joão pedro, é abusivo dizeres que elas eram originalmente tuas. não foste tu quem as fez, tenho a certeza, por isso deves ter ido buscá-las a algum lado. somos todos uns ladrões, é o que é. ganha quem rouba melhor e foge depressa. eu, portanto. :p
Ai o caraças.
De resto, o meu dia está a ser bem mais árduo que o vosso.
(Nota-se.)
pois nota.
O Monty manda dizer que o dia dele está a ser tão, mas tão árduo. Ui.
mensageiro do monty, tu fazes lembrar alguém…
Sendo nós amigos, não me parece nada boa ideia referires o meu nome neste teu post. É que assim obrigas-me a escrever um que inclua o teu pen name. Sim, que isto é “uma mão lava a outra”; ou, se preferires coisa mais requintada e reveladora, “asinus asinum fricat”…
(Que raio de comentário é este, Luís Rainha? Estás completamente off-topic! Não te esqueças que é suposto os comentários estarem directamente relacionados com a temática do post.)
Mensageiro do Monty: quanto é que esse gajo te paga? Não queres trabalhar para mim? Dava-me muito jeito neste dia meu tão longo e árduo.
O Monty manda dizer que, assim que puder, vos passa cartão. É o dia, pá, não sei se já souberam. Árduo, árduo.
E longo!
O gajo paga-lhe em cerejas temporãs, bem precioso e muito procurado em tais longitudes.
LOL!
luís, hoje ainda não ocupaste o teu posto na farmácia. tá mal. não estejas aí a tentar passar por cliente.
O vosso dia está a ser tão longo e árduo que fazem longos e árduos os dias dos outros. O único que realmente parece estar cheio de trabalho é o Mensageiro do Monty, e não me parece que cerejas temporãs, por muito preciosas que sejam, compensem tal esforço.
Eu acho que o dia de hoje, por ser tão árduo e longo, devia ser proibido. Que acham?
cerejas compensariam bem este meu esforço, ó joão andré.
O vosso dia está a ser tão longo e árduo que fazem longos e árduos os dias dos outros. O único que realmente parece estar cheio de trabalho é o Mensageiro do Monty, e não me parece que cerejas temporãs, por muito preciosas que sejam, compensem tal esforço.
Pessoal, lamento esta repetição de comentário. Da primeira vez tinha entrado e eu não sabia (tinha recebido mensagem de erro). Façam o obséquio de apagar o duplicado (conjuntamente com este pedido de desculpas).
eu ainda não achei nada, joão pedro.
mas ocorre-me agora que seria boa ideia proíbir este dia, por estar a ser tão árduo e longo.
João André: eu só apago os comentários do meu doce timito.
Longo e árduo. Este dia.
Fazes bem João Pedro, para dia tão árduo, é escusado alongá-lo apagando comentários de criaturas que não se amam.
Subscrevo a edite estrela, proiba-se o dia (é possível proibir algo que está a decorrer?, e a retroactividade?, e os paradoxos espaço-temporais?).
estás a ver, jp, como a ideia foi minha? o joão andré é perspicaz. e querias tu ser dono das minhas palavras antes de eu tas roubar. :p
A vida é injusta, Edit Star. E em dias como este, longa e árdua.
(Os paradoxos espaço-temporais do João André fazem todo o sentido, mas não me parecem suficientes para abordar tão meritosa iniciativa.)
«abortar». Ai os pares mínimos…