Agora Azeredo Lopes foi o criminoso e perverso ministro que protegeu os criminosos.
Realmente, os termos que o Ministério Público decidiu usar para acusar, ou será atacar?, o ex-ministro da Defesa socialista excedem os limites do razoável. Quem lê a notícia, vá lá, os títulos, dos quais o MP é fã incondicional, fica com a ideia de que o ministro protegeu os ladrões das armas e munições desaparecidas de Tancos, ou seja, tudo fez para que as armas não aparecessem e os ladrões se safassem. Ora, o que parece ter acontecido foi algo muito diferente: a PJ militar (sob a tutela do Ministério da Defesa) desenvolveu diligências para recuperar as armas, e recuperou-as, lembre-se, embora numa operação aparentemente paralela às diligências da PJ e do MP e contra a decisão do MP, uns dias antes, de atribuir à PJ civil a investigação. Azeredo Lopes pode (pode, atenção, não é certo) ter sabido da operação dos militares, assim como da garantia de impunidade para os ladrões contra a devolução das armas, e não a comunicou ao MP. Terá sido este o grande crime. O crime que o MP não lhe perdoa. Apesar da recuperação das armas.
Com base nessa hipótese, dizer que o ministro exerceu o cargo de “forma perversa” parece-me um abuso, um carregar emotivo nas cores da gravidade do assunto, muito pouco próprio de uma instituição da qual se espera sangue frio. Houve aparentemente uma guerra de competências entre a PJM e a PJ civil, e o ministro, que tutelava os militares, pode ter-lhes dado preferência e querido acelerar o processo de recuperação do material (lembremos que as pressões eram muitas), descurando as decisões do MP. Daí até ter exercido o cargo com perversidade e premeditação criminosa vai um grande passo.
Há um único prisma na apreciação deste assunto que permite criticar o ex-ministro – o facto de ter concentrado as atenções na recuperação do material furtado em vez de nos formalismos. Mas o facto de as armas terem efectivamente aparecido deveria atenuar a raivinha do MP, que poderia cingir-se a acusar o ex-ministro de desrespeito de uma decisão judiciária e excesso de afã, um excesso que, por acaso, o levou a desvendar o mistério, e abster-se de acusações de “perversidade”.
a perversidade foi a direita militar e civil ter montado uma operação revanchista para combate político à geringonça, mas o azeredo deu-lhes azarucho. agora tentam rentabilizar os estragos com fins eleitorais, mas a coisa não funcemina e as intenções de voto vão desaparecendo. os papéis do cavacoise, vidaleira e daquele cromo que ameaçou com um golpe de militar é que deveriam ser investigados e ouvidos pelo mistério público, que emperra e esconde tudo o que é de direita, ficcionando e manholizando tudo o que cheira a esquerda. já era tempo do costa e da van dunen porem esta gente no sítio, acabar com a incompetência e compadrio político-sindical. em vez dos obrigarem a trabalhar, aumentam-lhes o ordenado e os gajos respondem com “falta de meios” e ameaças.
Se a linguagem vinda a público via pasquim com ligação direta ao M.P. é a que
foi publicada, não restam dúvidas de que, os procuradores estão a abusar na
adjectivação feita pois, a língua portuguesa pode ser muito traiçoeira embora,
se saiba existir na classe muitas vocações frustradas de romancistas acabando
por se exercitarem na elaboração dos despachos nos inquéritos que lhes são
cometidos … não existindo supervisão no seu desempenho que, lhes inculque
um pouco de bom senso e mais competência!!!