A brincar aos reizinhos, ou levado pelo espírito de travessura que lhe vem da infância de menino mimado, ou mesmo porque entendeu ser sua função (e poder) correr com os socialistas para lá instalar os da sua cor, Marcelo começou a acelerar (parecia impossível) e claramente a descarrilar, mal o governo de António Costa tomou posse com maioria absoluta. Semana sim, semana não, ameaçava que dissolveria a Assembleia da República. Outras vezes dava a entender que, perante uma maioria absoluta que abalou os seus planos e o irritou, era ele a oposição de que o país precisava. Falava a propósito de tudo e de nada. Sempre com ameaças a rematar, por solicitação dos jornalistas de serviço. Embirrou com ministros, quis ser ele a escolhê-los. Queria ser ele a governar, aproveitando a boleia dos partidos e a unanimidade que sempre se verifica entre todos na oposição sobre a necessidade de tudo fazerem para desgastar aquela maioria onde não eram tidos nem achados. Aí, estivessem seguros, o Presidente desgastaria melhor do que ninguém. Manifestações, agitação social, nomeadamente entre os professores, a quem Marcelo alimentou fantasias, e entre os médicos, incentivados pelo bastonário e outros elementos do PSD, má-língua, insultos, retratos falsos de um país à beira do caos, acusações levianas de corrupção, etc., etc., tudo isso Marcelo consentiu ou encorajou, sem uma palavra de bom senso, de descompressão ou de acalmia.
Foi mais longe: podendo demover a Procuradora-Geral de acrescentar um parágrafo assassino e totalmente gratuito, injustificado por falta de substância e de respeito pelas regras, e com consequências sérias para a estabilidade do país, no famoso comunicado de 7 de Novembro, não o fez, preferindo comprazer-se, com ou sem remorsos, não sabemos, nas labaredas que ali mesmo se formaram. Foi um dos responsáveis pela queda do Governo. Há tempos que o vinha desejando. E, vendo a oportunidade, recusou a manutenção da actual maioria, mas liderada por outra figura. Decidiu marcar eleições.
E agora, Marcelo? Está tudo bem, como planeado, ou nem por isso?
É que parece tremida a passagem do governo para a AD. Montenegro não descola nas sondagens, é um líder muito fraco (já era), incapaz de incutir seriedade no que diz e promete. Pior: se opta por ser aldrabão e populista, há quem lhe ganhe aos pontos em persuasão, quem convença melhor que Portugal está à beira do abismo. Ventura e o inenarrável Chega metem no bolso o PSD e a AD do Nuno Melo em desfaçatez e agressividade. Como no futebol, que comentava, tudo lhe é permitido – superficialidade, contradições, acusações, boçalidades, até falta de programa ou de noção sobre governação. O Ventura construiu uma seita. Seitas, no século XXI, são difíceis de combater: têm rituais, implicam genuflexões, orações em igrejas, saudações ao estilo nazi, apelos à segregação, à purificação da raça, todo um teatro, coisas “do outro mundo”. Para Montenegro retroceder na demagogia e no populismo, perante isto, seria preciso ter um perfil consentâneo com um propósito de seriedade. Acontece que não tem. Não tem tido. Assim, o que ouvimos são as trombetas guerreiras do partido dos alucinados: querem poder, querem limpar, querem varrer, querem prender, querem castrar, querem perseguir, querem expulsar, quem sabe querem matar. Inventam um caos e inimigos que não existem para poderem empunhar as “armas” (e as vassouras). Há quem ache isto lindo, há mesmo.
Alguém pergunte ao Presidente se está a gostar.
Marcelo gosta palavras para quê? Será julgado pelo povo e defenestado como.Miguel de.Vasconcelos , razão tem o Balsemão que lhe chama escorpião, mas será melhor irresponsável.
O Chega foram 399.659 Pessoas nas últimas eleições.
O Chega não é o Ventura, está dentro da alma, dos sentimentos, emoções e opiniões dessas 399.659 Pessoas.
Como é que ninguém, não sabendo o que é a Verdade Absoluta e a Certeza Definitiva sobre a sociedade e o mundo, pode vir dizer que a opinião de uns é melhor do que a dos outros?
Pelo que a ‘União Europeia’ fez à Hungria, por essa intepretação do que é a ‘Democracia’ desses 26, até agradece ao Marcelo mais um país ser ingovernável.
Pois a fraqueza e ingovernabilidade dos Povos e Nações da Europa é a condição da imposição do ‘Federalismo’ (aquela interpretação de Democracia apenas baseada no «critério quantitativo do voto», em que «vale a maioria, em vez de unanimidade»).
Logo, vencem sempre «os mais numerosos». Que passarão a determinar o destino dos «menos numerosos».
Assistimos a um processo histórico idêntico na centralização do Poder pelos Estados-Nação.
Penélope, exactissimamente.
Ficará para a HISTÓRIA que foi no reinado de Marcelo que ao fim de 50 anos os Comandos avançaram sem medo contra a Ilha das Bananas, dum lado e contra a Macacada do outro lado.
50 anos passado! bamos ber o que dá!