Não sei se é consequência da política de cortes dos últimos anos, ou se o problema (e qual será?) já vem de trás. Confesso que não tenho aprofundado as causas reais da carência de profissionais de saúde no Algarve (que, no entanto, me parece uma região muito agradável para se viver e trabalhar). Sei que o Centro Hospitalar do Algarve (segundo informação disponível no seu sítio Web) precisava, em julho, de 51 profissionais, entre os quais 4 ortopedistas, e abriu concurso para o preenchimento dessas vagas. Será que é só para o hospital de Faro? Será que alguém se apresentou? Se sim, serão suficientes para os meses de verão? Imagino que, atingindo o Algarve grandes picos de ocupação numa altura precisa do ano, não seja a tarefa mais fácil do mundo recrutar médicos temporários só para os meses de maior afluência turística. Mas penso não ser o caso dos ditos 51, que serão carências permanentes. Mas, e ignorando se a carência de Portimão se verifica durante todo o ano (podem os médicos estar de férias, claro), parece-me inaceitável que a cidade, de dimensão razoável (60 000 habitantes), e o seu concelho não disponham de um serviço de ortopedia nas urgências. A expressão dos técnicos da ambulância, de que “não há urgências de ortopedia em Portimão”, sugere uma situação constante.
Uma pessoa amiga teve o azar de fraturar uma perna no mar, num dia de rebentação forte, e teve de ser transportada para Faro, onde, à hora a que escrevo, ainda não é certo que permaneça para ser operada. Possivelmente irá para Lisboa, onde reside.
Ainda me lembro bem de, há uns anos, eu ter ido parar às urgências de Portimão com um problema no tornozelo, depois de um salto na areia que acabou com o meu pé esquerdo em cima de um calhau escondido. Não só o serviço existia, como também estava repleto de “acidentados”, desde crianças a velhotes, muitos deles casos bicudos de fraturas expostas que muito me impressionaram. Imagino estes casos todos multiplicados por dois, ou mais, a sobrecarregarem as urgências do hospital de Faro. É o caos. E o trágico é que já deixou de ser apenas imaginação. O que aconteceu entretanto? Não teriam esses médicos muito que fazer? Eram uma gordura do Estado? Foram embora para países que pagam melhor? É que ninguém terá dúvidas de que o número de turistas no Algarve aumentou consideravelmente desde então, assim como a população residente no concelho de Portimão, muita dela estrangeira. Além de que o agora chamado Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (Portimão) acolhe a maior parte dos doentes de Lagos, cujo hospital me parece prestar apenas serviços básicos, apesar do crescimento visível da cidade. Um mistério que não tem graça e uma situação que, a avaliar por muitos comentários deixados por estrangeiros na rede, é vergonhosa. E dissuasora.
estranho é ser um problema que vem de longe. serão as estatísticas que não compensam ou a lógica da batata. :-(
Tente saber quantos ortopedistas há nos vários hospitais privados do Algarve e porque não desejam ir para os hospitais do SNS.
Pois!
O problema é que para ser médico tem de ter 19 ou 20 valores e para ser sociólogo (parece que nem 10 é preciso) basta 10 valorzitos.
Quando deixarem entrar para medicina quem quiser ser médico acaba-se a mama.
Mas estamos em Portugal país das corporações e “prontos”…
Acho que as contratações temporárias só vão atrair o refugo da profissão, que também existe. Como é que um médico especialista empregado noutro hospital vai conseguir ir trabalhar temporariamente durante 1 mês para o Algarve? Despede-se? mete férias? falta ao trabalho? O problema é que o sistema está preparado para manter os serviços mínimos em função da população residente, logo quando aumenta exponencialmente nos meses de verão não há como resolver a situação.
Você que “não é de cá” … é burro.
Você que “não é de cá” para deixar de ser tão burro tente conversar com o DuarteO que ele explica-lhe …
pois é , e vão os marrões para médicos , para médicos não , vão para licenciados em medicina mais bem , que médico é coisa diferente , é coisa de pessoa que olha o doente nos olhos . e os que nasceram curadores ficam de fora com esse sistema aberrante de notas.
não que isto tenha a ver com falta de ortopedistas , mas pronto , tem a ver com falta de médicos a sério , com estetoscópios ao peito em lugar de máquinas registadoras :)
Olha pra este!
Alguém te insultou grande camelo?
Vai chamar burro a quem te fez as orelhas…
Ó meu inútil em vez de seres ordinário porque não informas já que és “cientista”.