Esta austeridade destrói a economia, destrói a economia, destrói a economia. Afunda o país, o país, o país. Força à emigração emigração, emigração. Dos melhores, melhores, melhores. Estamos pior, pior, pior. Pressionar a União Europeia, pressionar, pressionar. Dependência humilhante, humilhante, humilhante. Governo aldrabou, aldrabou, aldrabou. Não negoceia com a troika; é seu aliado, aliado, aliado. Capacho, capacho, capacho. Ou regente, regente, regente.
Não há alternativa, não há alternativa, não há alternativa. Não fomos nós, não fomos, não fomos. Nem estamos a ser, a ser, a ser. A austeridade vai continuar, continuar, continuar. Inevitável, inevitável, inevitável. Vivemos acima das nossas possibilidades, possibilidades, possibilidades. Contas em ordem, em ordem, em ordem. Credores, credores, credores. Estado fora da economia, privados, privados, privados. Ajustamento, ajustamento, ajustamento. Livres da Troika, livres, livres. Revolução! Morte ao Sócrates! Em frente. Fome? Qual fome? Preguiça, zona de conforto. Salários competitivos, competitivos, competitivos.
Estes dois parágrafos sintetizam as sonoridades conflituantes retidas em milhões de cabeças por serem repetidas, respetivamente, n vezes e n vezes ao quadrado no espaço mediático.
Segundo noticia o Público, num inquérito recente da Eurosondagem realizado em Portugal sobre se a austeridade cura ou mata, a morte leva a palma (67% dos inquiridos) à cura, pelo que os portugueses estão de parabéns pelo grande discernimento que revelam ou pelas suas capacidades auditivas. E está de parabéns também a oposição, por fazer passar essa mensagem, infeliz mas bem objetiva. No entanto, diz-nos o inquérito, as palavras milhares de vezes repetidas pela atual maioria e resumidas no segundo parágrafo aderem, lamentavelmente, particularmente bem à cabecinha dos portugueses, quando se trata de responder à comezinha pergunta “Mata. E então? Alternativas?”. Sucede que a resposta a esta pergunta é importante em contexto eleitoral e para efeitos de mudança de governantes, na minha perspetiva uma necessidade urgente.
Diz-nos o jornal:
«No entanto, os sentimentos da amostra considerada dividem-se entre a inevitabilidade (42,5%) e a discordância (37,7%). Este é um resultado “impressionante”, já que espelha a “passividade” e “resignação” com que a população está a lidar com o programa concebido para Portugal, reagiu Paz Ferreira, após questionado pelo PÚBLICO sobre os resultados.
No que respeita ao fim do programa, 63,6% dos inquiridos prevêem que, mesmo com a retirada das políticas da troika, a austeridade vá prosseguir por uns anos. O misto entre a convicção de que a austeridade “mata” e vai continuar é, para o responsável deste projecto, “pouco agradável”. Contudo 49,3% dos inquiridos “duvidam da existência de propostas credíveis para lhe por fim”.
Quanto a saber de quem depende mais o abrandamento das medidas, uma ligeira maioria acha que o Governo e as suas acções prevalecem (46,4%) à “Alemanha, à troika e às evoluções exteriores” (43,2%).»
(O último parágrafo deixa-nos alguma esperança, vá.)
Bom, mas apesar do que se ouve e lê, e que referi no início, admito que as pessoas que respondem a estes inquéritos pensam pela sua cabeça e não são 100% permeáveis ao discurso da inevitabilidade, constante e invasivo, entoado pelos apoiantes do atual governo. Admito mesmo que seja a sombra da Troika a levar muita gente a deixar de imaginar alternativas e a resignar-se. Ou, pelo menos, a ter dúvidas quanto a possibilidades de saída deste sufoco. É compreensível. A estratégia do Governo assenta, aliás, bastante no alegado poder dessa mão invisível, ou para ser mais exata, apenas intermitentemente visível, da Europa+FMI. No entanto, o tipo de governo que temos, de um radicalismo, de uma insensibilidade, de um nível de aldrabice, apatriotismo e arrogância nunca vistos, só pode ter alternativa. 300 alternativas. Todas as alternativas do mundo! Tirando os do círculo habitual e os beneficiários diretos, já ninguém os aguenta.
Que o principal partido da oposição tenha como líder, para o qual se olha primeira e obrigatoriamente em busca de algo melhor, uma criatura sem garra, sem convicções, sem jeito nem acutilância nem noção de oportunidade, sem diferenças substanciais de monta, sem capacidade para defender o que não tem, a saber, ideias claras, apenas com a ambição de ocupar primeiro um e depois o outro cargo na política nacional eis o que muito contribui para a sensação de resignação.
Basta porém ouvir pessoas como o João Galamba (ainda ontem), o Fernando Medina, o Pedro Marques, para só mencionar os mais novos (Silva Pereira é o rei da razão no bom debate), para ver a diferença que a inteligência e o instinto matador fazem quando bem transmitidos oralmente. Quem não se sente em segurança com pessoas tão bem fundamentadas e sérias? O partido socialista está transformado numa máquina muito pesada. Há pessoas que deviam rapidamente passar para o patamar superior, aquele que define e defende as grandes linhas. Eis algo que se percebe. É mesmo uma perceção do povo.
Perante tal quadro, só posso desejar uma coisa para Portugal: que, perante a inexistência duma verdadeira alternativa para este governo, já que o PS actual está sem rumo, a extrema esquerda continua a olhar somente para dentro de si e a pensar calculisticamente em conseguir subir mais um ou dois por cento, e sem ser alternativa a nada, este povo, que ainda tem alguma percepção do que lhe está a cair em cima da cabeça, tenha o sentido patriótico de nas próximas eleições votar NULO e, com mais de 50% de nulos, obrigar à repetição das eleições e à mudança deste sistema que está podre . Caso os partidos políticos se não consigam auto-regenerar, então só resta uma solução: mudança de regime, o que não irá ser fácil e, seguramente será muito doloroso.
seguro fora. Urgente. Já devia ter ido
(já devia ter ido à quase 3 anos… Imaginam como podiamos estar noutra posição agora?)
Boa proposta, José. Continue a olhar para dentro de si e a convencer-se de que a percentagem de nulos obrigaria a outras eleições. Vai ver que ainda convence a maioria ou o Tó Vitorino, amigo do peito de Gaspar, a mudarem as leis eleitorais.
O Galamba?! Medo!
O homem massaga mais os números e é um artista de esconder o wue nã o interessa. Mas inteligência? Esperteza só se for…
O PS tem melhor que o Seguro, mas ir do vazio deste para os castelos da areia do Galamba não é um passo em frente. Há bem melhor…
oh amóniozinho! que funções desempenha o antónio vitorino no ps? se é para trocar cromos de pançudos pega lá esta.
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o silva pereira deu hoje baile na assembleia, dançaram todos do frascalho à mortágua, passando pelo magalhães e pelo tiago.
oh joão! olháki a fraqueza do galamba em directo a desmontar as aldrabices do governo.
O governinho está a tentar fugir para a frente, não se
aguentará seis meses sem o chapéu da troika!
Por outro lado começam a surgir dúvidas se o próprio
Pilatos de Belém conseguirá acabar o seu mandato?
Bem podem afinar a orquestra durante o fim de semana
mas, os ventos são contrários … maior parte das pessoas
nem os querem ouvir quanto mais ver!!!
Absolutamente de acordo com a conclusão final. Nem mais.
A choraminguisse e pieguisse balofa desta aspirina, entediados e cobardes à espera do messias e em adulação ao santo Pedro silva pereira, parece o Asilo dos Aleijadinhos do Ultramar em parkinsonicos estertores e delírios.
Quase poético se não fosse deprimente. Patético …
O povo pede soluções, mas essas soluções não hão-de aparecer, no vácuo de ideias de um mundo desinformado. No mundo inteiro, as populações estão descontentes; mas poucos têm qualquer tipo de compreensão sobre a realidade da situação. Antes que possam aparecer soluções, o povo DEVE SABER A VERDADE sobre o que se passa no país e no mundo.
Ontem ouvi Fernando Rosas recitando a linha oficial de que “a saída do euro seria uma catástrofe”. A vantagem desta “catástrofe” seria que a hegemonia da finança ocidental seria largamente posta em causa, se houvesse uma queda, em dominó, da pirâmide (estilo D. Branca) de dívidas interligadas. A alternativa à “catástrofe” da queda do sistema financeiro ocidental é a catástrofe — para nós, a única e verdadeira catástrofe — de continuarmos a ser vítimas de pilhagem, por parte da União Europeia e do FMI.
Será que Fernando Tordo perdeu o “caminho das pedras” e reencontrou-o?
ou foi só sede de protagonismo?
Tordo o bandarilheiro em trajes de luces à Dr Jivago! que lindo era!