Eis uma pergunta recorrente e tendenciosa feita em muitas sondagens hoje em dia: «Acha que quem tem mais rendimentos deve pagar mais pelo serviço X?»
90% dos inquiridos responderão, evidentemente, SIM.
É nesta linha que se insere a pergunta de uma sondagem do jornal i/Pitagórica, cujos resultados são hoje publicados.
Segundo o jornal, «[i]nterrogados sobre se concordam com a proposta de que as famílias com mais rendimentos paguem parte do custo do serviço prestado pelas escolas públicas do ensino básico e secundário, 52,5% responde “sim”». A pergunta poderia, pois, ter sido mandada fazer pelo doutor Relvas para certos fins já de nós conhecidos.
No entanto, uma pergunta do género «Deve o ensino básico e secundário obrigatório ser cofinanciado pelos pais?» suscitaria sem dúvida maiores hesitações – e aqui relevo o facto de, mesmo assim (levando nós a sério esta sondagem – ver ficha técnica), 52,5% de respostas favoráveis ser uma percentagem bem inferior aos 90% do meu vaticínio. Prova de que alguns portugueses ainda não ensandeceram completamente.
Se fossem impostas propinas no ensino obrigatório estaria ultrapassada a última fronteira da civilização. Optei pelo condicional, para minha e vossa tranquilidade.
Também responderia SIM ‘a primeira pergunta. Aliás, em principio, os mais ricos já pagam mais por via dos impostos…
Cumprimentos.
S
certo. os mais ricos já pagam mais impostos,para poderem usufruir do ensino como dos hospitais .é justo.se entrarmos por esse caminho,qualquer dia os que ganham o ordenado minimo já estão a pagar 100 euros/ mês os de 6oo/ 150 e assim sucessivamente.espero que não embarquemos nessa conversa de muitos invejosos e dos nossos governantes.
Concordo inteiramente com a sua análise. Foi, aliás, a perceção imediata que tive quando li a o i. Contudo “fossem” corresponde à 3ª pessoa do plural do Pretérito Imperfeito do Conjuntivo.
João Bicho: Referia-me ao verbo estar no condicional – estaria.
Bom, nesse caso, é mais do que evidente que perdi uma excelente oportunidade para estar quietinho.