Presidirem a um regime militarizado é um deles. Para quê? Para terem poder e se perpetuarem nele. À boa maneira dos ditadores da América Latina, mas também do Trump, do Putin e de dezenas de regimes em África. Vão ter sorte? Acho que não, nenhuma. Montenegro decidiu dar um bom contributo para que tal não aconteça. Fez bem, embora, vinda de quem vem, essa estratégia ainda tenha que provar a sua solidez e resistência.
As propostas musculadas do Ventura, como a de confiscar os bens aos “corruptos” (e suas famílias, atenção) ainda antes de serem julgados e condenados, como ontem deu a entender ao mencionar o Salgado e o Manuel Pinho (mas estranhamente não o Miguel Albuquerque nem o Pedro Calado, da Madeira), e apesar de tal já estar previsto na lei para os condenados (não os bens de familiares), inserem-se no quadro populista punitivo, vingativo, autoritário e de desprezo pelo Estado de direito que é também o sonho de muitos polícias insatisfeitos com a Justiça ou que nunca acolheram bem as críticas (por vezes injustas, há que dizê-lo) que lhes são feitas sobre o uso exagerado da força e as práticas racistas. O mesmo vale para as propostas de castração química, de expulsão de imigrantes em massa, de caça às comunidades étnicas ou religiosas, de perseguição ou abate de opositores, etc. Como tudo está supostamente mal e Portugal é um país de bandidos à solta, botas cardadas e armas e tudo se resolve, até as urgências. Acontece que o Ventura quer é poder e tachos e viu nas forças policiais uma preciosa muleta. Espero que nem todos os efectivos das polícias sejam tão primários.
Ventura é um charlatão, mas da má espécie. Não é a primeira vez que o ouço dizer, como ontem, que o Governo caiu por corrupção, quando nenhum dos arguidos ou dos investigados na operação Influencer está sequer indiciado por benefícios ou vantagens pessoais em negócios e quando ele sabe perfeitamente o quão infundamentado é todo o processo. Nem o famoso dinheiro em livros era proveniente de corrupção. Ele faz afirmações destas e não é desmentido. Não o é pelos moderadores e muito menos pelo Montenegro, evidentemente, nem por nenhum outro líder partidário, aos quais convém que digam o pior possível do Governo cessante. Corrupção para trás e corrupção para a frente, mais os 20 000 milhões de euros da corrupção que promete recuperar e nem uma palavra para todos aqueles seus apoiantes, pequenos empresários, que são capazes de se queixar do SNS e da burocracia mas são os grandes actores da economia paralela, a que foge ao fisco. Vai persegui-los também? Claro que não.
O que Ventura jamais dirá é que os polícias já recebem subsídios de risco e outras retribuições e que, não tendo o Governo continuado em funções pelos restantes anos previstos, graças à prestimosa ajuda do Presidente da República, se tornou impossível negociar qualquer reivindicação de aumento permanente. O que não quer dizer que não fosse acontecer.
Por tudo isto e muito mais, nomeadamente a boçalidade e a falta de nível, a ordinarice mesmo, dos elementos do Chega, fez bem o Montenegro em recusar o diálogo ou acordos com tal gente. É um bom começo para tornar esse partido irrelevante, ou pelo menos para lhe moderar o entusiasmo. Resta saber se o povo votante não está ao nível dos répteis e extasiado com as prestações televisivas do charlatão, se o vento de Março não fará Montenegro mudar de posição ou se uma rajada mais forte não o chutará para fora da liderança do PSD. Eis outro sonho do Ventura.
SIM… MAS.
Um regime mais ‘militarizado’ do que o atual da ‘UE’ e dos países da Nato?
(São 200 bases americanas espalhadas pelo mundo, são triliões de euros gastos nas guerras em vários locais do mundo, são as atuais propostas para criar um exército europeu comandado pelos novos napoleões e hitlers, é o estúpido apelo constante dos atuais líderes europeus a ‘mais armas, mais armas’, etc.).
O ‘extremismo’ de Ventura (e da IL) ajuda Montenegro a ganhar ‘credibilidade’.
Os ‘media’ mais influentes em Portugal têm donos e financiadores. Um deles é propriedade do militante e fundador do PSD. Os outros são proprietários e accionistas do negócio privado da saúde, da grande distribuição e da energia, etc.
O espaço de comentários nesses Media são controlados por IA, selecionando através de palavras-chave (e do controlo e anulação automática) o fluxo de opiniões que melhor lhes convém. Através da Machine-Learning os robots vão aprendendo os truques e a lógica dos comentadores.
O passo seguinte, de quem tem Poder, é obrigar a votação electrónica não presencial. Nesse momento controlam a Democracia.
Diz o Minho Digital que António Laranjo, empresário, “numa praia muito badalada – Amorosa – pelas piores razões, ligadas à exploração sexual de jovens sul-americanas”, “irmão do ‘Toni’, como é vulgarmente conhecido,” e que “já esteve detido por alegado envolvimento numa rede organizada que trazia jovens principalmente”, aparece na terceira posição na lista dos candidatos pelo Chega à Assembleia da República pelo distrito de Viana do Castelo.”.
Diz também o Minho Digital que “confrontou Elsa Abreu, presidente da Distrital do Partido de André Ventura, com a actividade empresarial que pretendia ver esclarecida do candidato a deputado, mas a dirigente, apesar de não nos parecer surpreendida nem ter pedido esclarecimentos, escusou-se a prestar declarações.”. Contactado “Eduardo Teixeira, o ex-deputado do PSD que agora lidera a lista pelo Distrito às próximas eleições legislativas,” ele há com cada coisa… “mas este não só não atendeu, como não devolveu a chamada.”.
Acrescenta o Minho Digital que “quem foi rápido a contactar-nos – tudo isto num espaço de poucos minutos – foi o próprio António Laranjo. Surpreendentemente, ou talvez não, o alegado empresário, sem que nos desse tempo para o questionar e achasse justificável o interesse público em informar os leitores e eleitores, foi peremptório: «Se sair alguma notícia vou contactar o meu advogado para lhe instaurar um processo».”.
Por fim o Minho Digital assegura que confrontou “por SMS André Ventura e Pedro Pinto, respectivamente presidente do CHEGA e ainda o responsável nacional pela conclusão da lista, que não nos responderam,” concluindo que “aparentemente não havendo consequências, depreende-se que o “empresário da noite” reúne todos os critérios de selecção e confiança política dos seus dirigentes.
E porque é que esta notícia a envolver portugueses de bem e imigrantes bons não abre telejornais? Por o Minho ficar muito longe? Por causa da avó da Mariana Mortágua? Por medo à ameaça de instauração de processo? Por respeito pela iniciativa privada e pelo empreendedorismo numa região esquecida pela capital? Por a comunicação social que o alimentou e levou ao colo não o querer levar para a cova mesmo que a sua manutenção no prime time signifique arrastar o sistema democrático para o abismo? “Não olhem para cima”?
In Ther Terrorist
hum , porque o povo estar ao nível do ps e do psd se calhar era melhor ? a capinha de verniz não engana ninguém , podres por dentro.
acontece que podem espernear à vontade . vejam-se , com olhos de ver , ao espelho.
e o governo caiu por suspeitas de corrupção.. por causa de . de um somatório de casos , este apenas foi o último, foi assim tão ao lado?
e a vossa táctica é completamente errada.
quando um filho adolescente anda com “más companhias ” o correcto , em vez de as hostilizarem , o que fará com que o filho se torne unha com carna com elas , é convidá-las lá pra casa , fingir que as aceitam , e vigiá-las de perto.
Penélope, exactissimamente.
Vivem tanto o Ventura. Porquê?
Parece obcecação.
A questão fulcral não é o Ventura, é o PSD de Montenegro.
O Ventura é o instrumento de credibilidade do PSD de Montenegro-Passos-Cavaco.
O pavor do PSD é o fim do status quo nalguns negócios que duram há mais de 40 anos (em conluio com o PS do bloco central). Saúde, Educação, Habitação, Defesa …
Montenegro à frente de PedroNunoSantos…
Pela sondagem de hoje da Intercampus o PedroNunoSantos perde para Montenegro, e a ‘direita’ tem mais de 10% de avanço sobre a ‘esquerda’. O que a coloca próximo da «maioria absoluta» (no caso do Chega e IL votarem as propostas da AD no parlamento).
De facto, PedroNunoSantos não tem capacidade de ir buscar votos àquele eleitorado que flutua entre PS e PSD em todas as eleições. PedroNunoSantos convoca os tradicionais eleitores do PS, mas não tem força para ir buscar votos fora desse armário PS.
A queda do Governo de A.Costa valeu a pena para o PSD.
DE FACTO…
O ‘Chega’ está a criar a possibilidade da dita ‘direita’ (AD+Chega+IL) ter «maioria absoluta» de deputados no Parlamento.
Na recente sondagem da Intercampus (14 fev) a ‘direita’ já tem mais de 10% de votos do que a dita ‘esquerda’.
Está quase na «maioria absoluta».
Se não fosse o ‘Chega’ nunca conseguiria este resultado.
Os arrufos entre a AD e o Chega são a fingir, são uma encenação e um truque para enganar a dita ‘esquerda’, que está a dar resultado.
O Medina é melhor candidato a Primeiro-Ministro do que PedroNunoSantos.
Se PNS perder em 10 de março, desconfio que será esse o destino do PS a prazo.