Relegados para a porta dos fundos, o PSD e, por inerência, passos Coelho decidiram sobreviver um pouco na ribalta começando a construir e a narrar uma história pouco depois das últimas eleições. Uma história de presságios. Que a nova aliança das esquerdas não duraria mais do que uns meses, que a economia regrediria com as novas políticas, que um orçamento rectificativo era inevitável, que a União Europeia não iria permitir a injeção de capital na CGD, que não haveria entendimento quanto ao orçamento para 2017, que o aumento do salário mínimo iria aumentar o desemprego, em suma, que o governo liderado por António Costa provocaria o caos e cairia dentro de pouco tempo. Para quem quer entender, este era o único discurso que justificaria a presença de Passos Coelho à frente do partido depois de perdida a maioria no Parlamento. Assentava na premissa de que lhe tiraram o poder “à má fila”, mas que, com a mesma rapidez com que o novo governo se atolaria na lama, assim Passos regressaria a São Bento.
Passaram 10 meses. Os dados de que vamos tendo conhecimento não confirmam nenhum dos maus presságios do áugure. Antes pelo contrário. E quanto ao hipotético rompimento da aliança, só posso dizer, daqui que ninguém nos ouve, que é por demais evidente que a presença, no lado da alternativa, da figurinha expectante de agente funerário de Passos é um incentivo mais do que suficiente, interminável, ao entendimento a todo o custo das esquerdas.
Mas eis que hoje (pelo jornal i) somos surpreendidos com o fim abrupto da história. Num contexto de dados positivos sobre o desemprego, sobre as perspectivas de novas contratações e investimentos, de tranquilidade na aliança, diz Passos, aproveitando o facto de o ministro das Finanças ter tido que responder a uma pergunta que falava em resgate, que “sempre soube que este modelo ia falhar, nunca pensei que fosse tão rápido”. Vejamos, a jornalista da CNBC fez a já clássica pergunta do resgate, Centeno respondeu de improviso e o melhor que sabia, os maus jornalistas e os seus ecos puseram de imediato a palavra “resgate” na boca do ministro das Finanças e Passos? Ora, Passos decretou de imediato o segundo resgate dos seus sonhos, o falhanço rotundo do Governo. Segue-se, pela lógica, o fim do mesmo. Acabou, vamos a eleições.
Não fosse a Moody’s a desmanchar tais prazeres e era uma orgia até às tantas.
Ao mesmo tempo, faz-nos rir que ninguém esteja a acompanhar esta ficcionada narrativa. E, sendo assim, eu pergunto: se a história ainda há pouco começada por esta criaturinha já acabou mesmo, vão permitir-lhe um segundo volume, um mero epílogo sequer? Sugiro a epístola de despedida do bardo armado em profeta.
O homem anda de acto falhado em acto falhado. Nenhuma ideia decente é expelida daquele ‘sumptuoso’ crâneo. Em calhando meditar um pouco, facilmente concluiria da quantidade de inanidades proferidas. Enfim, é o que a nossa decadente direita vai segregando. Mas fogo, chega: porque não te calas pá?
como alguém fez notar nos comentários o traste já não usa bandeirinha de Portugal no casaco.
Usa sim, que eu vi-o há dias na SIC estava ele num directo a partir de Viseu (a reagir à candidatura da Assunção “beata desajeitada” Cristas, em Lissabon).
«Tenho o vento de Lisboa colado à minha pele e a água do Tejo colada à minha alma», ou seja, compreende-se assim o estado aquoso em que borbulham os meus neurónios e o vento o vent… qual vento, pá?
« … o Valupi está de férias e informo que levou o Ignatz com ele, campo e praia.»
Penélope, uma pergunta: o que eu e o Allgarve dissemos aqui há uns tempos é de novo verdade (menos a praia)?
Eric
26 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 12:10
Penélope, está por aí o Valupi?
(reencontradas as suas musas, espero)
Allgarve
26 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 13:44
… o Valupi está de férias e informo que levou o Ignatz com ele, campo e praia.
Eric
26 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 13:51
Pois, obrigado pela informação e assim se compreenderá que desde ontem a Penélope esteja de plantão.
Mas que mansinhos os professores, os bloquistas e o Jerónimo, os maquinistas e os pilotos e os barcos,que maravilha!
Ganda Costa! quem te ensinou tanta coisa da vida!
Bibó Costa que salvou a pátria!
Este triste só existe ainda devido a pasquins como este, o Sol, Expressos e companhia. Coisa mias triste de se ver não me lembro; Patético até mais não!