O Governo português é mesmo bom

Para quem ainda não leu, aqui fica o link para o artigo da revista «The Economist» desta semana sobre as razões para esta tão espetacular quanto enganadora descida dos chamados juros da dívida soberana na periferia da Europa, onde Portugal se inclui.

Como sabemos, Passos Coelho tem sido um génio a fazer descer os juros em todos os países:

gráfico economist

Basicamente, o que se passa é que i) com a deflação, na prática, o rendimento das obrigações é maior do que parece, logo, investe-se no chamado mundo desenvolvido numa altura em que o outro suscita incertezas, e ii) o BCE criou a expectativa de pôr as rotativas a funcionar («quantitative easing»).

Porém, segundo a revista, esta situação não vai durar muito, sobretudo porque a ação do BCE será certamente frouxa por pressões do Bundesbank, mas também porque o restante receituário está errado (depreende-se).

Surpreendentemente, a revista (completamente anti-Keynesiana – cf. este excerto: “Structural reforms, from freeing labour markets to deregulating cosseted industries, have not been radical enough to transform their growth prospects” (ah, ah!, o costume)) recomenda a receita seguida pelo Japão, no mandato do atual primeiro-ministro Shinzo Abe (conhecida por Abenomics), ou seja, estímulos maciços à economia. Só assim se resolverá o problema. Quem diria, não é?

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