Bom, está visto que, com este governo, o jornalismo acusatório, alarmista e de casos tem muito poucas hipóteses de prosperar. A exploração da tragédia dos incêndios até à náusea, raiando a pornografia, viu-se sem sustento sério para uma responsabilização do Governo e acabou por esmorecer e perecer com um relatório e o arrefecimento nocturno. O Presidente da República tentara ajudar à batucada, mas a culpabilização do Governo não colou nas populações, que conhecem melhor as causas dos incêndios do que o Presidente, acabando até este por se refrear perante as observações de excesso de protagonismo, aproveitamento de função não executiva, deslocações à milagreiro e lamechice.
Mário Centeno, o alvo mais apetecido da direita chafurdola, primeiro no caso SMS/ António Domingues/ CGD e, depois, no caso “bilhetes para o Benfica em troco de benefícios fiscais para o filho de L. F. Vieira”, acabou triunfando sobre a sacanagem e sobre as mentiras e a pulhice do Correio da Manhã e seus replicadores. O roubo de Tancos também animou as hostes, mas, por ser demasiado claro que Azeredo Lopes não tinha como função guardar os armazéns de armamento e que a Constança de qualquer modo já ia ser abatida, passou, e passou com uma gargalhada, mal apareceram as armas acompanhadas de um bónus. O caso serviu, isso sim, para pôr a descoberto as práticas pouco ortodoxas e os esquemas, quando não os crimes, de alguns militares e para mostrar que algo ia muito mal no exército, mas não por culpa do ministro.
O caso mais recente da ponte mais movimentada do país que estaria na iminência de colapsar porque o Governo não autorizava as obras de manutenção foi também, em menos de 24 horas, pelo cano, com a corrente, com a ventania, com o que quiserem. Mas, com os esclarecimentos dos protagonistas (LNEC, Ministério as Finanças, Infraestruturas de Portugal, ministro das Infraestruturas, etc.), foi sem dúvida para um lugar de inertes onde a Visão vira demais.
Os jornalistas deviam, pois, ter sempre à mão uns leques ou uns cubos de gelo que lhes moderassem os calores no exercício do quarto poder.
Não se trata de jornalismo, será antes um trabalho de “ratazanas” já que, para os
futebóis existem as “toupeiras”! Sim, a sua missão é dar algum alento à oposição,
não faltarão pedidos para serem ouvidos na A.R. os responsáveis das entidades
envolvidas, como o caso do PSD achar que o Governo criou ou aumentou as dis-
torções no IRS com os dois novos escalões!?!
“acabou triunfando sobre a sacanagem e sobre as mentiras e a pulhice do Correio da Manhã”
Boas