Recomendo por variadíssimos motivos, entre os quais a ousadia, o estoicismo e, apesar de tudo, o bom humor do jornalista Paulo Moura, a leitura desta reportagem publicada na revista do Público há mais de um mês e agora disponibilizada online. O jornalista foi desvendar os mistérios – a organização, as pessoas, as tendas, o aluguer dos espaços, os esquemas, as regras e tudo o resto – que se escondem por trás das grades do parque de campismo da Costa da Caparica, um espaço enorme e em local privilegiado, cuja frequência e acesso, falta de privacidade visível a olho nu, degradação e estranha perenidade sempre me intrigaram, a mim e tenho a certeza que a muitos lisboetas e turistas que por ali passam a caminho de outras praias, agora finalmente trazidos à luz do dia graças a este trabalho. Curiosidade satisfeita, obrigada ao jornalista pela belíssima reportagem.
Deliciosa reportagem. Mas o Paulo Moura nunca falha.
Cara Penélope,
só quem nunca andou no campismo residencial é que se admira disto. Este é apenas um dos muitos que, como cogumelos, existem por este Portugal fora onde, ainda hoje, o campismo a sério é olhado muitas vezes de soslaio.
Verdadeiro jornalismo ó companheiro!
Primo: gamaste-me o comentário.
Teofilo M: Mas porque é que este é o campismo a sério? Isto é mais um condomínio fechado!
Cara Penélope, não é este o campismo a sério, percebeste mal ou eu não me fiz perceber.
O campismo a sério, aquele em que a malta leva os tarecos, monta arraial para um fim-de-semana ou algo mais prolongado, faz o tacho em fogueiritas ou fogões portáteis, e é uma festança, é, muita das vezes olhado de soslaio, pela malta que abanca nos parques em regime permanente, com as rulotes assentes em pedestais, autocaravanas sem pneus, jardinzinhos com tijoleira no chão e outras coisas que só ao capeta lembram.
Esse tipo de ampismo que o jornalista referiu, infelizmente, não é exclusivo da malta do “parque de campismo” da Costa da Caparica e podes encontrá-lo em muitas mais localidades, geralmente a ocupar as melhores áreas e com a complacência das direções das zonas de campismo.
Nos bons velhos tempos havia regras que proibiam esse tipo de ocupação dos espaços, mas a liberdade também trouxe isto.