Imaginemos que era uma mulher, presidente de uma federação de futebol masculino (improvável, mas possível hoje em dia, quando já vemos mulheres a arbitrarem jogos masculinos), quem “se descontrolava” no auge de uma enorme alegria e dava um beijo na boca, fugaz embora como aquele foi, a um jogador vitorioso apesar do penálti falhado.
“Ai, não dava. Impossível uma mulher fazer isso”, ouço já uns a dizerem. Convicções fortes à parte, digo-vos, como mulher, que podia acontecer. Quem se queixaria? O próprio não, de certeza. Ofendido não ficaria. Revoltado muito menos. O mais provável seria pôr-se com ideias sobre a senhora (dependendo da idade da dita e da heterossexualidade do dito). Protestaria talvez, talvez, a namorada/mulher do jogador, essa também com as conjecturas e a indignação muito facilitadas por aquele gesto. Mas será que haveria um clamor generalizado, como o que se ouve agora pela voz da mais insignificante das equipas até à do presidente do governo espanhol? Não haveria. A menos que este episódio com o senhor Rubiales já tivesse acontecido, claro, porque a coerência é uma coisa bonita e obrigatória, se se quer ser feminista e justa.
Dir-me-ão: “Mas a dominância tem sido historicamente a do macho”. É por isso que toda a reivindicação e acusação da mulher é justa e atendível. É verdade a primeira parte e não sempre, inapelavelmente, a segunda. Aquele beijo foi assédio sexual? Claramente não. Foi abuso? Não necessariamente.
Dito isto, que fique claro: não considero aceitável que, no desporto ou em qualquer outra situação de convivência hierárquica, um superior ou uma superiora, ou um colega, já agora, se aproveitem da sua posição para abusarem, mesmo que levemente ou sob falsos pretextos, do corpo de pessoas com quem convivem profissionalmente, quer em troca de promoção (ou de paz no dia a dia para a pessoa abusada, vá) quer em troca de coisa nenhuma, como parece ser este o caso e muitos outros, só porque sim. Não é aceitável. Também não sou radical ou tontinha ao ponto de achar que uma mulher não tem meios para se defender de “avanços” não desejados (sem violência). Tem. Tal como um homem. Mas também não sou radical ou hipócrita ao ponto de achar que nenhum “avanço” é desejado. Muitos são e seria pena se não acontecessem. Repito que não estou a falar de actos violentos, como é óbvio. Mas terá sido aquele um acto violento, o do Rubiales? Irreflectido, sim. Violento, não.
O que se passou então? A própria atleta, que desvalorizou o sucedido num primeiro momento, optou por se juntar ao clamor geral, dada a reacção desafiadora de Rubiales e dadas as implicações que uma desvalorização daquele gesto tem no contexto de uma série de casos conhecidos de abusos no desporto. A tolerância passou a ser zero. Compreende-se. O próprio Rubiales devia ter compreendido e, no mínimo, pedir desculpa. Coisa que não fez, o que agravou a situação.
Enfim, se nada na vida e na conduta daquele senhor configura falta de respeito pelas mulheres atletas, não me parece que o homem mereça ser crucificado por aquele excesso, como pretendem muitas feministas. Mas o próprio podia tê-lo evitado se reconhecesse esse excesso, preferindo optar pela fuga em frente (uma vez mais, irreflectida), inventando consentimentos onde não os houve nem podia ter havido por falta de tempo ou condições. Fez mal. Possivelmente teria que abandonar o cargo fosse qual fosse a sua reacção às críticas. E isto, sim, é passível de discussão. Porque uma mulher ser sempre vítima (incluindo em situações calmas) é também um excesso e demasiado desprestigiante para a própria.
O exercício de inverter as posições – ser a mulher a impor o beijo ao homem – revela algo que as mulheres não costumam perceber, ou pelo menos admitir: num ‘mercado livre’ a relação de poder é também inversa. Cabe geralmente aos homens querer e não poder; são eles que têm de se esforçar, de arriscar, às vezes de se humilhar, enquanto às mulheres basta esperar. Por regra é a mulher que escolhe.
Isto é duplamente verdade em Tinders e afins, onde lhes é ainda mais fácil comparar, quantificar e rejeitar tudo o que não atinja os seus (geralmente irrealistas) ideais. As estatísticas mostram que a vasta maioria das mulheres procura uma ínfima minoria dos homens. E os outros? Azar o deles. Daí os incels, MGTOW, MRA, PUA, etc. Mas isto não encaixa na crítica do ‘patriarcado’, logo não é assunto.
Do espanhol que dizer? A treta das culture wars. Um chuleco futeboleiro beija uma chuleca futeboleira e cai o mundo. O tipo abusou? Talvez. E então? Todo o circo da bola está a mais. Só serve para distrair a carneirada, normalizar a desigualdade extrema e encher mamões. Que se lixe o beijo.
Penélope, a situação comporta essa ambiguidade que descreves, onde é puro aproveitamento sensacionalista e/ou político considerar que as mulheres se encontram indefesas, desvalidas e impotentes perante cada manifestação de intenções sexuais, ou genericamente amorosas ou íntimas, por parte de um macho.
Todavia, essa problemática não explica o essencial do episódio dado todos podermos ser testemunhas da integralidade do acto. Nele, o homem força fisicamente um beijo (a Hermoso é agarrada pela cabeça com as duas mãos), e esse beijo é na boca. Bastaria que o beijo fosse dado sem esse constrangimento físico, ou com ele mas na face ou na testa, para não se ter dado o escândalo.
Assim, ainda antes da também ambígua defesa de Rubiales, onde se tenta legitimar desvalorizando e relativizando a cena, temos que há um significado implícito no comportamento do homem: ele impôs a sua vontade a outra pessoa pelo simples facto de ela ser mulher e, para ele, eroticamente atraente. Isto é, ao mesmo Robiales, em análogas circunstâncias, não passaria pela corneta beijar um homem na boca, nem uma senhora de 80 anos, nem uma menina de 10.
É isto que explica as leituras feministas, ou simplesmente atinentes aos direitos humanos, que se estão a fazer do acontecimento.
soltem os meus comentários
https://www.youtube.com/watch?v=KMDSZ7utb04
Valupi, não sabemos. Impôs a sua vontade? Não é que ela estivesse a fugir e ele a tivesse prendido pela cabeça. Foi parte de um momento de euforia de um homem que claramente é “mulherengo”. Enquanto tal, por aquele processo físico que todos vimos se calhar felicitou-a em particular por ter falhado o penálti. Não sabemos. Ela não ficou nada perturbada. O beijo na boca foi inconveniente, mas tão tão breve que eu, pelo menos, não vi ali agressão alguma. Reconheço, porém, que os tempos que atravessamos tenham o maior peso na avaliação do gesto. Gostava que uma mulher fizesse o mesmo.
O episódio completo dura 5 segundos. A fracção problemática dura 1 segundo. Tudo pode passar pela cabeça de uma pessoa em 1 segundo. Não justifica todo este chinfrim. Inibir a espontaneidade das emoções e entregar o relacionamento humano íntimo a algoritmos e declarações de consentimento tornará o mundo mais cinzento e triste.
enquanto não soltarem os meus comentários vão ter de gramar este gajo
https://www.youtube.com/watch?v=KMDSZ7utb04
é que foi tal e qual como quando agarramos as bochechas de uma criança e a beijamos na boca, eu faço isso com os meus sobrinhos – incluindo os postiços, filhos de amigas. e também com as cadelas que conheço e gosto muito. não foi um gesto sexualizado, antes demonstra confiança e congratulação: um elogio, portanto. obviamente que o erotismo, sendo dos outros, está, neste caso, também nos outros e de uma forma maldosa. a agressão é toda a posteriori: da atleta e da imprensa e de quem exige que o treinador se demita. faltou, sim, que o treinador se desculpasse perante a indignação sardónica da rapariga mal formada. mas se calhar até o fez sem ser em público, que é o que conta.
e mais uma coisa: a rapariga também é litoralmente feia dando-se o caso de estar a pensar que foi abusada e assediada pelo sex appeal da embalagem. !ai! que riso
Houve consentimento?
Aparentemente não, portanto foi abuso é crime previsto na lei. O tribunal que decida e o culpado aprenda que não pode andar para aí a apalpar bilhas sem consentimento.
Penélope, o que ficou gravado pelas câmaras mostra que ela no momento não protestou nem deu sinal de ter sentido qualquer incómodo, muito menos repulsa. Pelo contrário, até faz um cumprimento corporal a seguir ao beijo. Só que esse registo não legitima o comportamento do Rubiales nem desautoriza os protestos que se seguiram.
Primeiro, a situação tornava Hermosa fragilizada na relação com Rubiales porque ela não sabia que ia passar por tal naquele contexto de máxima exposição e volatilidade -.isto é, ela não teve tempo para aprovar a intenção do beijo ou preparar a sua defesa ou reacção de protesto, nem sequer teve tempo para o recusar fisicamente pois foi corporalmente coagida a tal. Trata-se de um beijo imposto, e sexualmente simbólico, daí ser especialmente grave. Se ele a queria muito beijar, porque não lhe pegou na mão e consumou nessa parte do seu corpo o seu desejo? Resposta: porque não seria a mesma coisa…
Depois, Hermosa tem todo o direito a só mais tarde discernir que passou por um qualquer tipo de abuso. O que ela mostrou na situação não a limita nem diminui como ser humano. Aliás, é impossível o espectador saber o que ela sentiu e pensou só porque alinhou no código da cerimónia onde era protagonista, com as responsabilidades inerentes a esse tipo de exposição.
Por fim, mesmo que ela tivesse achado o beijo algo natural, engraçado, quiçá bom por passar a existir nas suas memórias, tal não impede que o fenómeno de revolta mediática, e de castigo institucional, contra Rubiales a levasse a se tornar solidária com a causa que assim ganhou peso sociológico e político. Ou seja, mesmo que pessoalmente a situação não fosse negativa para si, ela podia compreender que estava em causa algo maior, a envolver milhões e milhões de mulheres vítimas de violência sexual. Donde, validar o que outros estavam a ver, a sentir e a pensar por causa do acontecimento.
Em suma, a duração do beijo é irrelevante. O ter sido um beijo de posse sexual é que conta para a semiótica política e cívica.
mas a questão reside nesse ponto, Val, não é um beijo de posse sexual – é como se faz com as crianças e as cadelas, às tantas até é como faz com as filhas se as tem. transportar isso para violência sexual é um grande abuso.
por exemplo, uma vez o antigo gestor chegou-se tanto a mim de frente que lhe senti o hálito: calquei-o e virei costas – esta foi a reacção imediata ao seu abuso completamente despropositado e descontextualizado. se estivesse eufórico a celebrar um grande negócio e o fizesse, dava-lhe uma chapada e estaria a borrifar-me se me quisesse despedir. portanto, o que ela está a fazer não tem desculpa e é de um ser humano mesmo mal formado.
Valupi, não estamos totalmente de acordo, mas concordamos nalguns pontos, nomeadamente na importância do contexto político-social actual. Eu concordo, por exemplo, que ela só posteriormente tomou consciência das implicações daquele gesto e que não podia reagir de outra forma. E acrescento , nessa linha, que a reação dele ao clamor geral veio agravar a situação, pelo que apenas lhe restava e resta a demissão.
Quanto a certas indignações e choques de certas feministas, suspeito que discordamos um bocadinho.
um beijo na boca , na cultura ocidental , é um acto intimo. não se beijam , normal mente , estranhos na boca -aliás, esteve na moda como manifestação de modernidade e blasézada mas durou pouco , não pegou…
o primeiro beijo na boca !! que emoção !!! com certeza que a emoção não vem da banalidade do acto
o gajo esteve mal , não há volta a dar. o circo à volta deste caso particular e o aproveitamento pelos lgbt também está mal.
´provavelmente noutro contexto , sem ser no meio de uma multidão , com tvs e tal , a rapariga teria reagido logo e não ao ralenti , como aconteceu.
não , não precisamos que nos defendam de atrevidos , muito obrigada , sabemos dar estalos ; nas também não podemos deixar passar em branco um beijo não pedido , a não ser que o beijador fosse o pep guardiola. -:) -:)
Olinda, o beijo nos lábios, especialmente nas culturas latinas, costuma ser reservado à expressão do desejo erótico ou da intimidade do casal, não do afecto filial. Daí o significado dado ao episódio.
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Penélope, não sei se discordamos acerca das feministas porque ainda não chegámos a essa parte (nem temos de chegar, óbvio). Tenho apenas discorrido sobre a materialidade na origem do fenómeno. Rubiales deu azo a que muita gente visse no seu comportamento algo que para ele — é fácil aceitar essa hipótese — seria impensável lá estar: violência.
A razão pela qual esse argumento, o das intenções, não pode ser aceite é evidente e proverbial.
Valupi, o Rubiales está lixado, é ponto assente, mas não pelo “erotismo” daquele beijo, desculpar-me-ás, que nem “molhado” foi, nem sequer à Hollywood, anos 40. Tendo a concordar com a Olinda, por uma vez. Com as devidas desculpas à jovem espanhola, conheço pessoas que têm esse tipo de intimidade com o cão. Para mim, incompreensível, diga-se.
Os cães. Bem lembrado, Olinda
Aleluia PENÉLOPE.
Completamente de acordo com o seu texto.
Finalmente alguém faz uma análise isenta e descomprometida de – ou com – movimentos “underground” que mais não visam que linchar quem não alinha, incondicionalmente e com palas, com as suas ideias nem aplaude a lei do “mata que é ladrão”. Alguém “fez a cabeça” à Hermoso, uma vez não se vê ela esboçar um gesto de repúdio, antes parece ter participado no ato, e até declarou, em primeira instância, que este foi de consenso. Porém face ao alarido e possivelmente até ameaças (?) recuou para terrenos defensivos e irá acabar por subscrever a queixa que o MP Espanhol lhe está a solicitar, porque sem ela não haverá processo Judicial. Lá, como cá, a técnica já é velha e recria-se constantemente: – primeiro acusa-se, enxovalha-se e crucifica-se e depois de o visado/visada estar na lama e condenado(a) sem qualquer hipótese de defesa, logo se vê porque o objetivo já foi atingido. E mesmo que venha a ser ilibado(a) pela Justiça de nada lhe valerá porque condenado(a) na opinião pública já está, e a vida desfeita, também já.
Infelizmente somos um miserável rebanho que pratica o politicamente correto, eu, quase sempre, incluído.
Val, as palmadas no rabo entre homens – em plena celebração de golos -também se fazem e não são sexualizadas ou, pelo menos eu, não as sexualizo. o chocho, que não é um beijo, foi nada mais do que uma palmada no rabo no campo – o resto é paleio para alimentar a indústria da calúnia e o MKT pessoal e corporativo. já se sabe que um beijo na boca é – não é nos tempos que correm, mas deveria ser, carregado de significância – íntimo em relações românticas. e é maravilhoso com crianças, com filhos ou com cadelas.
e ficas a saber, Penélope, que a boca dos cães é bem mais limpa do que a dos humanos – talvez sirva para ajudar na tua compreensão. e mais: as cadelas, porque nunca beijei um cão, só te beijam e sacam da língua se te amarem.
se eu fosse o treinador demitia-me era de ter qualquer tipo de relação pessoal e social com a fulana, excluía-a, não vale um corno, falsa e conflituosa e manhosa.
É um deleite assistir ao bate-papo entre a Penélope e o Valupi neste tópico… Aqui, Valupi sente-se como peixe na água, pode argumentar sem reservas!
bem , já que a jenny passou à categoria de bicho de estimação – que fofinhas que as mulheres são ! fazem habilidades e tudo- esperemos que o rubiales não tenha lambido o rabo antes de a beijar , como os cães.
ps) os apreciadores de beijos de cão com e coli são zoofilos?
“É um deleite assistir ao bate-papo entre a Penélope e o Valupi neste tópico…”
Concordo com a Penélope. A Hermoso, de fraco carácter, viu-se obrigada a mudar de opinião pela maioria das colegas (que há meses também queriam demitir o treinador, já ninguém se lembra) e pela pressão da comunicação social. O Rubiales é provavelmente um machãozito pateta, mas não vi abuso nem maldade no gesto dele, apenas emoção algo desmesurada. Também o vi abraçar e beijar homens (não na boca) na mesma cerimónia do mundial.
Por este andar, o futebol feminino terá de ter uma federação separada e só mulheres como presidentes, treinadoras, médicas, preparadoras físicas, etc. Até as apanha-bolas deverão ser mulheres, para ser mais bonito. Então já poderá haver beijos à vontade, com aprovação das feministas. É o regresso aos bailes de aldeia de antanho, em que as mulheres dançavam com mulheres, com aprovação do pároco.
Espero que o futebol masculino dê uma lição nesta matéria, mantendo equipas de arbitragem femininas.
o rubiales é um barrasco e a hermosa foi vítima conformada até ter oportunidade de o tramar.
tudo o resto é romance e suavização de comportamentos abusivos e agressivos.
o trump explica isto em poucas palavras: beijo-as na boca e agarro-lhes a cona.
Tu é que me saíste um (mau) parodiante, com o pezinho a fugir para o chinelo podre.
O beijo do Trump na boca das mulheres foi acrescentado por ti. Ele disse só: “Grab’em by the pussy”
este caso também serve para estudar os efeitos perversos da “caça ás bruxas” : por dá cá aquela palha , as feminazis desatam aos berros e até querem proibir piropos e coisas inócuas , o que faz que quando há uma notória e pública falta de respeito muitas pessoas associem o desagrado manifestado com exageros feministas.
o gajo esteve mal , o gajo esteve mal , o gajo esteve mal ; as pessoas nem sempre reagem ao minuto , sobretudo em situações de inferioridade hierárquica e no meio duma multidão ; o facto de se rir do episódio – dá para rir , a maluqueira do tipo- não quer dizer que não lhe tenha desagrado e muito a abusiva manifestação de júbilo : vá beijar na boca la puta que lo parió , cabrón -:)
o pézinho para o chinelo e a má paródia segundo o nyt:
“Why we published an obscenity. Because the tone of a Times article should be thoughtful and restrained, we generally avoid publishing vulgarities. However, we do publish offensive language in exceptional cases, as when an important public figure uses such language in a public setting, or where the use of the words themselves is the story.”
https://www.nytimes.com/2016/10/08/us/donald-trump-tape-transcript.html
Olinda, mesmo que o Rubiales tivesse dado um beijo na boca a um homem, isso não seria equivalente a dar um beijo na boca a uma mulher. Porque os homens não são vítimas de assédio sexual na sua enormíssima maioria e historicamente, como acontece com as mulheres. Daí os protestos terem de imediato ganhado a dimensão que temos visto, independentemente do que a própria Hermosa tenha sentido e pensado na ocasião.
Aliás, os homens queixam-se de não serem assediados sexualmente, é o problema contrário.
Já viram isto, ou venho atrasado?
https://desporto.sapo.pt/futebol/mundial-feminino/artigos/mais-um-capitulo-na-polemica-video-mostra-jenni-hermoso-a-rir-se-do-beijo-de-rubiales
mas então estou de acordo nisso que dizes, Val: é cultural. mas por ser cultural não significa ser aceitável partir do pressuposto de que todos os homens são assediadores e nem que todos querem ser assediados. e antes de mais tem de se ter bem presente o que é assédio. não se pode abusar da palavra para se cometer abusos. o assédio pressupõe uma continuidade, uma iteração, no tempo. aquilo foi um impulso inofensivo – daria, no máximo, para rir e fazer umas piadas ou então mandar um safanão na hora e ele ficava a ver estrelas e pronto, seria manifesto o desagrado dela perante uma impertinência. mas assédio nunca poderia ser. que carago. eu a essa calava-a bem se pudesse.
WTF???… Que postada mais chalupa!!!
Parece mais uma tese tal a argumentação utilizada, com muita da qual até concordo, em tese (lá esta)… mas quase nada tem que ver com o que aconteceu.
É indiferente se o beijo foi ou não de cariz sexual, isso está na cabeça de cada um, intervenientes ou observadores.
Relevante é que o pintas é o presidente da RFEF e numa cerimónia/comemoração oficial roubou um chocho à Hermoso que não teve hipótese de o evitar pois foi segurada pela cabeça.
Ah e tal… não sabemos se o beijo foi ou não consentido… Ah e tal,,, o rapaz é muito impulsivo…
Mais uma vez argumentação irrelevante face ao contexto. Mesmo que o beijo fosse até, e claramente não foi o caso, desejado por ambos, não havendo nenhuma relação anterior ou posterior ao dito, tal nunca poderia ter acontecido naquele contexto. O que aconteceu pode ocorrer numa infinidade de situações, numa festa, num jantar, num encontro, etc, etc, etc, mas naquele enquadramento não.
O rapaz é impulsivo pois… e dai? No futuro se outro artista por exemplo puser o braço por cima de uma desportista, o deixar deslizar até à cintura e um pouco mais abaixo antes de o retirar, não sendo um gesto completamente explícito mas abusivo, o que vamos dizer então? Eh pá…. vocês lembram-se do Rubiales? Olha que este marmejo é ainda mais impulsivo!!
Aqui o que está em causa em minha opinião é muito mais do que aconteceu na Nova Zelândia, é estabelecer normas de comportamento para que o relacionamento entre homens e mulheres no desporto e nomeadamente no desporto feminino, que evitem o mais possível os abusos e o assédio.
Dito isto é evidente que o Rubiales não é um bandido nem um agressor sexual é apenas um gajo impreparado para exercer as funções que exerce.
Pedro Martins, isso é muito puritanismo junto. Séculos de contenção levaram a que as mulheres não ousem nada por não ser próprio, por não ser o lugar certo, etc. E, sim, acho que o Rubiales se excedeu nos festejos e devia ter reagido de outra maneira mais inteligente quando acusado pela multidão. Se calhar faltam-lhe neurónios para isso.
No caso hipotético do deslizar do braço, só uma mulher pateta não se afasta ou faz uma cena, caso não esteja a gostar. Sou muito a favor da libertação das mulheres por elas próprias. A impressão que eu tenho é que há demasiada gente a defender “coitadinhas” que não deviam ser coitadinhas nenhumas. Já é tempo de actuarem quando devem actuar. Ou de não actuarem se não quiserem, mas assumi-lo. A Jenni Hermoso não se incomodou nada com o assunto, mas, em vez de dizer publicamente, posteriormente, que o homem é um bocado parvo e descontrolado e por isso não deve estar naquele lugar de chefia, acabou a alinhar pela vitimização e a insinuação de agressão sexual, o que não abona também muito a favor da sua personalidade, sobretudo depois de vermos o vídeo do autocarro.
Apresento-vos o novo presidente da Federação Espanhola de Futebol, que será simultaneamente treinador da secção feminina da modalidade. Já agora, oremos.
https://youtu.be/BMsi1GGjy1Q?si=4j5eGh0JZcucTvmv
Em trânsito no aeroporto, a caminho de Kiev, eis a criatura a quem a transbimba se prepara para roubar o emprego: American transgender journalist Sarah Ashton-Cirillo, recently appointed as an official spokesperson for Kiev’s territorial defense forces: “Do you know the difference between us an them? It’s pretty simple:
We are human, and those guys, most definitely, aren’t!”
https://twitter.com/SarahAshtonLV/status/1687759882294861824?s=20
The glorious adventures of a white collar mobster and part-time free world leader:
https://youtu.be/UXA–dj2-CY?si=2sxiiUduyq6tu_uf (20-9-2019)
https://youtu.be/lk43pZl42so?si=i8Cqph6t9Su0Mds8 (27-8-2023)
Excelentes contribuições, Camacho. Em três penadas pões a nú a hipocrisia, a cobardia e a falta de carácter que domina a media mainstream. Não há um jornalista europeu que ache pertinente o conteúdo da entrevista de Viktor Shokin? Joe Biden pode continuar a apalpar crianças à vontade
Mas e o beijo, senhores? E o beijo, senhoras? E o beijo, meninas e meninos (e menines, of course), cães e gatos, periquitos e periquitas (e periquites, of course), ornitorrincos, ornitorrincas e ornitorrinques, passarinhos, passarinhas, passarinhes e passaretas. Sobre o beijo aos costumes dizes nada, Joaquim Camacho dum cabrão, mafarrico putinista do raio que te parta?
Joaquim Camacho: sobre o beijo aos costumes digo que teve a importância que a beijada e restantes jogadoras lhe deram nas imagens filmadas no autocarro. Ou seja, importância nenhuma, abstraindo do facto de o beijador ser um parvalhão infantilóide que ainda deve estar a tentar perceber o que está a acontecer-lhe e porquê, como prova o pedido de desculpas aparvalhado que apresentou e a explicação ainda mais aparvalhada que ensaiou. A importância do beijo resume-se ao chinfrim desmesurado que proporcionou e continua a proporcionar, relegando para plano secundário o que verdadeiramente interessa à grande maioria dos que com o beijo andam a tempo inteiro preocupeidados: rendimentos (salários ou outros) que lhes permitam uma vida minimamente desafogada, tempo para brincar e passear e, principalmente, tempo para pensar, a actividade mais perniciosa e perigosa dos tempos que correm. Para os mafiosos donos disto tudo, esse perigo é uma preocupação constante e para o anular não se poupam a truques e esforços, contando para isso com a prestimosa colaboração da merdiática e diligente criadagem, a quem compete fazer com que a agenda se cumpra sem sobressaltos de maior, mantendo a atenção dos borregos fixa em parvoíces sem o mínimo de importância real.
Como (quase) sempre, a moda e o apuramento de métodos e técnicas vem da Amérdica e os deslumbrados borregos do Continente Velho, macaquinhos de imitação, caem que nem patinhos. Simultaneamente borregos, macacos e patos, fenómeno de hibridação tripla que produz genes lamentavelmente regressivos e criaturas a precisar de um nome científico adequado, já que Homo sapiens sapiens, obviamente, já não se aplica.
Slava borreguini! Mééééé!
Em americano erudito:
Ave, Uncle Sam, borreguini morituri te salutant!
Em sânscrito:
Quer que engula ou que deite fora?
obviamente que não é marinha, mas sim malinha. uma joelhada nos tomates tamém resulta.
desta vez calhou a gaivota da ermelinda duarte ao corrector ortográfico.
Ainda a propósito do beijo do espanhol, deve também ser realçada a vergonhosa cobardia de dirigentes de organismos ligados ao futebol espanhol e à própria FIFA, que num primeiro momento não reagiram, porque nada havia a reagir, e mais tarde, perante o cagarim despropositado artificialmente montado pelos avençados merdiáticos ao serviço dos donos, se borraram de medo e, em frenesim plastificado, se atropelam uns aos outros pela conquista da Medalha de Ouro do Cretino Mais Indignado. Mais papistas do que o papa, só lhes falta agora exigir que o homem seja atado a um poste e queimado vivo. E a cobardia, aliada ao mais rasteiro oportunismo, alastrou como um fósforo a inúmeros dirigentes políticos espanhóis, municipais, regionais e nacionais, de que o próprio Pedro Sánchez é o exemplo mais vergonhoso. Puta que os pariu a todos. Mal posso esperar pela hora em que muitos deles começarão a ver os nomes escarrapachados nos jornais pelos mesmos “pecados” de que o outro é agora acusado e crucificado.
Insisto: puta que os pariu a todos e a todas!
Camacho totalmente de acordo. Aqui fui truculento ao expressar a minha opinião, o Marcelo, ouvi agora, disse exatamente aquilo q escrevi aqui. É uma coisa menor. O homem foi infeliz sim, (eu também já fui e serei infeliz muitas vezes); conseguimos provar que foi assédio? Acho q não.
Noto também q crueldade com que se destrói vidas das pessoas.
” Porque os homens não são vítimas de assédio sexual na sua enormíssima maioria e historicamente, como acontece com as mulheres.”
Praticamente, a única frase que se aproveita do extenso tempo dedicado por Valupi ao tema do “polticamente perseguido por motivos sexuais” versus “sexualmente perseguido por motivos polticos”.
Confirmo. O único caso assim que me lembre de repente foi o Kirk Douglas, assediado, e de que maneira, por Glenn Close, mas foi num movie, um filme, Atracção Fatal …
De resto, tanto paleio para quê, para enquanto se perde tempo com isto, não se falar de assuntos mais importantes ?
O homem deve ser obviamente demitido, quando muito, por não saber ser e estar, como se viu quando levou a mão aos documentos ( los digitales ) no palanque, para celebrar a vitória.
… e exibiu, acho que, ” las credenciales “. Só pode ter sido …
” Aqui fui truculento ao expressar a minha opinião, o Marcelo, ouvi agora, disse exatamente aquilo q escrevi aqui. ”
e tu por aqui a desperdiçar talento!
Não foi o Kirk, foi o filho Michael.
Ahah opah continua por favor xD
Comprei umas sapatilhas que prendem ao pedal da bicicleta, vamos la ver como corre
A propósito de beijos: drones a caminho do Vaticano? Para beijar o papa? Já esteve mais longe.
https://www.politico.eu/article/pope-francis-russia-fiasco-lithuania-summon-vatican-diplomat/ (“Pope’s Russia fiasco lingers as Lithuania summons Vatican envoy – Vilnius and Kyiv fume over Francis’ remarks to young Russians.” BY CLAUDIA CHIAPPA, AUGUST 30, 2023)
https://www.reuters.com/world/europe/lithuania-summons-popes-diplomat-over-remarks-russian-empire-heritage-2023-08-30/ (“Lithuania summons Pope’s diplomat over remarks on Russian empire heritage”, Reuters, August 30, 2023)
Exacto, Michael Douglas, obrigado pela correcção, e também não é, los digitales, é los genitales . Hoje estou de todo …
fátima : “Haver 400 casos não me parece que seja particularmente elevado”
https://observador.pt/2022/10/11/marcelo-tenta-emendar-pela-segunda-vez-declaracoes-sobre-abusos-sexuais-na-igreja-nao-e-uma-desvalorizacao/
futebol: “questão menor”
https://expresso.pt/politica/2023-08-30-Beijo-de-Rubiales-e-questao-menor-para-Marcelo-em-comparacao-com-a-guerra-018cb148
fado: “nobreza e fidelidade”
https://www.oturismo.pt/cultura/musica/33033-marcelo-rebelo-de-sousa-destacou-o-fado-de-nobreza-e-fidelidade-de-vicente-da-camara.html
«A importância do beijo resume-se ao chinfrim desmesurado que continua a proporcionar, relegando para plano secundário o que verdadeiramente interessa à grande maioria dos que com o beijo andam a tempo inteiro preocupeidados:
1) rendimentos (salários ou outros) que lhes permitam uma vida minimamente desafogada;
2) tempo para brincar e passear e, principalmente, tempo para pensar, a actividade mais perniciosa e perigosa dos tempos que correm.
Para os mafiosos donos disto tudo, esse perigo é uma preocupação constante e para o anular não se poupam a truques e esforços, contando para isso com a prestimosa colaboração da merdiática e diligente criadagem, a quem compete fazer com que a agenda se cumpra sem sobressaltos de maior, mantendo a atenção dos borregos fixa em parvoíces sem o mínimo de importância real.
Como (quase) sempre, a moda e o apuramento de métodos e técnicas vem da Amérdica e os deslumbrados borregos do Continente Velho, macaquinhos de imitação, caem que nem patinhos.»
—
Já valeu a pena cá vir: vai sendo raro encontrar tal lucidez e tão bem resumida.
E é a borregada acima descrita – como a do Guardian – que hoje passa por ‘esquerda’.
Nos vários períodos e eras do planeta Terra (Plioceno, Jurássico e afins), convencionou-se chamar Antropoceno ao tempo actual, devido à inquestionável influência humana nas suas características e evolução. Questões como a do beijo talvez devessem levar-nos a considerar um “subperíodo”, a que poderemos chamar Castradoceno ou Capadoceno. Tal não significa, porém, que a esterilização seja total, como fica provado por esta achega:
https://paginaum.pt/2023/09/01/rubiales-entre-o-feminismo-e-a-hostilidade-aos-homens/