Não ouvi, na mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa, uma única, ainda que ligeira, referência aos criminosos que ateiam incêndios por esse país fora. Será que Portugal é aquele país mirífico em que não há incendiários? Pior do que isso: se há, farão essas bestas parte das “graves falhas do Estado” de que tanto se ouve falar e por isso não convém serem mencionadas, ou serão uma inerência, “vindos com o território” e por isso ignoráveis? Talvez estivesse o Presidente demasiado concentrado no incêndio de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera, onde não parece ter havido mão criminosa, pelo menos nas chamas que consumiram tudo o que passou por aquela terrível estrada, e onde terão ocorrido fenómenos naturais absolutamente raros. Estes, aliás, também omitidos da sucinta mensagem, por muito importantes que sejam as alterações climáticas para o planeamento futuro das culturas e das reservas de água. Pode ser. Mas não devia.
Nos incêndios de Outubro, porém, de muito maiores dimensões e prejuízos materiais, e sobre os quais se aguarda ainda um relatório exaustivo, vários acendimentos em cadeia, ou vindos do ar ou a horas inexplicáveis – no dizer dos próprios habitantes locais – apontam claramente para mãos criminosas, nem todas pertencentes a indivíduos mentalmente perturbados. Aliás, há inúmeras pessoas presas por atearem incêndios. Nada a dizer sobre isso? O aproveitamento por criminosos de terrenos em seca extrema (e estamos a falar em três meses depois de Pedrógão, onde a seca já era aflitiva) mereceria, a meu ver, da parte do Presidente, uma advertência séria, um alerta, enfim, uma menção. Uma menção, por exemplo, à necessidade de investigar as suas motivações e de agravar ou tornar de utilidade pública as suas penas.
Também não vi nenhum apelo a que as autarquias locais controlem melhor os locais de construção, os seus mecanismos de protecção contra incêndios, a limpeza das matas, a segurança das estradas, etc. Nem uma referência aos meios necessários para o fazerem. Nem ao infeliz fenómeno da retirada ou da redução do Estado no que toca aos serviços às populações, que foi um objectivo bem preciso e posto em prática pelo anterior governo.
Marcelo passou a mensagem de que, assim como o bom desempenho da economia, o crescimento do emprego, o equilíbrio das finanças públicas foram obra do Governo, que não podia deixar de ser elogiada, também as trágicas consequências dos incêndios se devem a umas tais “falhas do Estado”, conceito que o Zé Povinho que o adora confunde facilmente com o Governo, e com alguma razão. Em matéria de incêndios, Marcelo tem ainda muito em que meditar e tem sobretudo de sair da sua zona de conforto, que consiste em aproveitar os dramas das famílias atingidas e enlutadas para permanentemente lançar nódoas sobre o Governo. Sem qualquer razão. E já cansa este arremesso.
Bom ano Penélope,
Repara que o Presidente fartou-se de falar nos “Portugueses”, que são de longe, como demonstras no teu post, a primeira ameaça para a prosperidade do pais, com a sua mania idiota de reduzir tudo a uma gigantesca coboiada e de procurar sistematicamente o diabo escondido por baixo de qualquer praga. Querem lutar contra os incendios ? Qual ordenamento do territorio, quais politicas de prevenção, qual carapuça ! O que é preciso é apanhar os gatunos que andam por ai e… queima-los vivos no meio da aldeia !
Ainda bem que o Marcelo não foi por ai…
Boas
joao viegas: Vejo que não sabes ler. Mas, bom ano para ti também.
Marcelo jamais ficou em qualquer “zona de conforto” antes pelo contrário.
Está sempre exposto.~
Quem queria ficar, e não sair da sua “zona de conforto” sabemos bem quem foi.
Mas Marcelo não permitiu, e esperamos que nunca permita.
Marcelo, afinal, foi um grande eucalipto, espinha, digo, atravessada na garganta de imensos portugueses.
estou em crer que esses acenndimentos misteriosos foram causados pelos reptilianos que vivem entre nós .ou isso ou as tartarugas ninja.
Chega de paleios sobre incêndios. É preciso fazer o que quem está dentro do assunto recomenda e ter a modéstia da tentativa e erro! Tragédias há muitas e muito maiorrs que as do fogo. 800 mortos por ano no trânsito ,2000mortes por ano de infeções hospitalares… e só se fala do que rende (?) juros na política? Cuidemos dos vivos,enterremos os mortos….250 anos depois o Marquês de Pombal ainda é subversivo!
A hérnia é que a sabe toda. Conseguiu ver-se livre do homem.
acabou de chumbar a lei do financiamento partidário
o sócras já não estica mais e tamém não convém mexer no assunto por causa dos salgados. portantes preparem-se para doses massivas de romarias ao pedrogão, almoços com as nádias piazza e associações deolindas de indignação particular de carácter geral.
Será que ainda alguém tem dúvidas que Marcelo Sousa é igual ao aborígene do Poço de Boliqueime, só que na vertente culta, inteligente e pragmática sem o rancor montanheiro que tolhia o seu antecessor?
O que é mais apropriado às esquerdas? dizer ” Marcelo” ou “Presidente”?
Como não pode ser o presidente de todos os portugueses, talvez possa ser o Marcelo de toda a gente!
Sempre é um sapo mais pequeno.
… que o produto anda marado.
onde é que o gajo arranja 50%+1 votos para ser reeleito? só se somarem os votos da cristas à câmara de lisboa.
Ainda bem que há ali uma referência a “nádias piazzas”, o que me permite meter aqui a pergunta que há muito ando para fazer:
Alguém sabe dizer-me quem é essa tal senhora que preside à associação das famílias?
Será que ela teve algum familiar morto ou é apenas por solidariedade?…
Penso que não terá nada a ver com uma outra que andou a contar os mortos e já ia nos cento e tal, tudo garantido junto de bombeiros, familiares, etc.
esta vossa de nádia piazza foi de muito , mas muito , mau gosto. nunca tinha ouvido falar , mas o amigo google já , e portanto gozar com uma mulher que perdeu o filho com 5 anos e outros fmiliares em pedrogão é de gente parva até à medúla.
https://www.rtp.pt/programa/tv/p33871/e39
Muito estranha a tese deste post. Como se pode pretender que o “incendiário” número um denuncie os seus correlegionários ?! Se há nesta terrinha especialista na arte do “fogo posto”, é o nosso querido lider.
Valha-me Deus, o PR não passou uma esfregona sobre a actuação do Executivo, – a quem exclusivamente competem todas essas matérias de actuação que quase exaustivamente vicê elencou, inclusive as dos intervenientes directos nos combates aos fogos, dependentes das respectivas tutelas – e, pasme-se, até omitiu que o PM prontamente interrompeu as férias !!!
O ordenamento do território, as politicas de fixação das populações, o combate ao lóbi dos negócios dos incêndios – lóbis dos madeireiros, dos arrendadores de aeronaves, dos pilotos civis e militares com segundo emprego sazonal, dos eucalipteiros – é da competência do Bastonário da Ordem do Canto Gregoriano ?
Do Executivo não será e do Poder Local, apenas se ouvirá coisa do género “que se fodam os sobreiros! Venha mas é mais um quartel de bombeiros, que é sinónimo de emprego, e obra feita pelo autarca ! “
És uma palerma, Penélope, a tragédia começou muito antes, já nos idos de cinquenta, quanto os rurais começaram a fugir ao seu destino ancestral de plantar grelos e limpar bouças com sachola, fugindo para a França, e muitos dos seus descendentes, em vez de agora estarem a trabalhar nos campos, de forma moderna e livres de opressão do passado, enxameiam os corredores do poder local, onde a democracia dos votos os colocou, ou os descontraídos gabinetes de assessoria dos ministros disto e dos secretários de estado de estado daquilo. Mas não é isto melhor e não é isto que querias, Penélope ?
Não, o que querias era que o PR se focasse na culpabilização de uns ( os ditos incendiários ) e desse modo, desviasse a atenção em relação a outros ( o Governo ) .
O presidente escolheu ofereçer uma palavra de conforto ( às vítimas ) .
Coisa que o chefe do executivo não sabe fazer .
Ele, o PR, sabe que a merda de País que somos, não tem conserto .
deve ser candidata ao lugar de primeira mama. é ler os diskursos, ouvir as entrevistas e inspirar o raríssimo cheiro a queimado das libertangas da piazóla.
Será que ser de esquerda em Portugal, tem que se ser forçosamente um grande buçal?
Como há tanta gente por aqui, que não se topa!
Até parecem de uma direita trauliteira!
Ou será aquele “espírito fino” de quem se mete com os xuxialistas leva!
tamém já tinha topado que o problema da esquerda tá no buço porque em matéria de ordinarice levam bigodes da direita.
esqueceu-se. :-) mas julgo que não terá sido por mal, falou na tragédia em si, não me apercebi do dedo em riste ao Governo.
Alguma vez tinham tido algum susto?
Não. Apesar de haver incêndios todos os anos, nunca tínhamos sentido o fogo próximo de nós. Durante seis anos morámos numa aldeia aqui em Pedrógão, na Salaborda Nova. Há uns anos houve um incêndio na encosta e a nossa casa tinha uma vista grande para o fogo. Era uma coisa pequena, mas impressionante. Os bombeiros estiveram lá e um carro dos bombeiros ficou estacionado à frente de nossa casa durante o rescaldo. De madrugada levámos-lhes café, comida. Havia uma sensação de segurança. Nunca tínhamos sentido o fogo descontrolado… o que aconteceu foi um choque. Agora, se começarmos a olhar para as estatísticas, vemos que há um crescendo destas situações. Houve mortes em 1983, em 1986, em 2003, em 2005. Há um crescendo e isto tem de ter uma explicação.
https://ionline.sapo.pt/584156
até parece publicidade do amanhecer com nescafé na versão brunch montanhês. antes tinham vistas para o incêndio e bombeiros à porta, agora é uma merda, foi abandonada pelo estado e só não ardeu a avença jurídica que tem na câmara do pedrógão.
Pois é, por grande que seja a seca, por forte que sopre o vento, por elevadas que sejam as temperaturas, nunca se viu uma árvore começar a arder sozinha. Em 2017 não tivemos o país a arder, tivemos o país a ser queimado! Quem foram os incendiários? Regra básica da investigação criminal, procurar quem beneficia do crime. Muitas centenas de milhar de euros já estão garantidas para o “combate aos incêndios” em 2018, como se estes fossem uma inevitabilidade, como se as nossas árvores estivessem condenadas sem apelo a uma combustão espontânea. Que vai ser feito para proteger a floresta? Que verbas estão destinadas à vigilância, ao patrulhamento, à “caça” aos incendiários? Muito pouco, quase nada comparado com o que se vai pagar a empresas privadas para apagar os “inevitáveis” incêndios. O estado falhou em 2017? Sim, mas não por não ter conseguido apagar os fogos a tempo, nas condições climatéricas em que ocorreram isso seria impossível. Falhou quando não conseguiu impedir os incendiários de actuar, quando não descobriu quem foram os mandantes e beneficiários do crime cometido.
Voltará a falhar em 2018? Com o clima e a floresta que temos, com quase todas as verbas destinadas ao combate aos incêndios (leia-se, a tentar apagar os fogos…) e quase nada a evitar que eles ocorram, parece-me que esse falhanço será inevitável.
Encontrar os responsáveis incendiários é bem mais difícil do que encontrar os gatunos do material de guerra de tancos.
Não está no ADN do Costa nem do açoreano nem do Cabrita nem Vieira da Silva…etc. preocuparem-se com ninharias.
São todos superiores a pequenas merdas, mesmo que sejam caixas e bancos.
Valha-me Deus, todo aquele arrazoado lá em cima, escrito por Penélope, com uma segunda intenção, que se pode resumir assim, – eis o que Marcelo devia ter dito: o Governo estava a governar muito bem e depois vieram os incêndios, que não são da responsabilidade do Governo, a culpa é dos incendiários.
O PR não passou uma esfregona sobre a actuação do Executivo, – a quem exclusivamente competem todas essas matérias de actuação que Penélope quase exaustivamente elencou, inclusive as dos intervenientes directos nos combates aos fogos, bombeiros e protecção civil, dependentes das respectivas tutelas – e, pasme-se, até omitiu que o PM prontamente interrompeu as férias !!!
O ordenamento do território, as politicas de fixação das populações, o combate ao lóbi dos negócios dos incêndios – lóbis dos madeireiros, dos arrendadores de aeronaves, dos pilotos civis e militares em segundo emprego, dos eucalipteiros – é da competência do Bastonário da Ordem do Canto Gregoriano ? Será ?
Do Executivo, pela logica da escriba, não será lá muito, e do Poder Local, deste apenas se ouvirá, “que se fodam os sobreiros! Venha mas é mais um quartel de bombeiros, que é sinónimo de emprego, e obra feita pelo autarca ! “
És uma palerma, Penélope, a tragédia começou muito antes, já nos idos de cinquenta, quanto os rurais começaram a fugir ao seu destino ancestral de plantar grelos e limpar bouças com
sacholas, e, agora, os seus descendentes, em vez de estarem a trabalhar no campo, numa agricultura moderna e livre da opressão de outrora, enxameiam os corredores do pode local, poleiro onde o regime democrático os colocou, quando não, em descontraídos gabinetes de assessoria de ministros disto e de secretários de estado daquilo .
Mas não é isto um tacho bom e não é isto o que tu querias ?
O PR optou por uma palavra de conforto às vitimas .
Coisa que o PM, não sabe fazer .
Tivesse o PR abordado todos aqueles temas, e virias depois para aqui escrever que era matéria estrita da esfera do Executivo, e que sua excelência estava a interferir na separação de poderes !
Haver num só dia 580 fogos num espaço de centenas de kilómetros não é possível ser o resultado de causas naturais. Alguém que vê na Esquerda obra do Diabo planeou e treinou forças que executaram um plano bem urdido unicamente para queimar o governo. Mas, não obstante a tragédia de Nádia Piazza de origem brasileira de ascendência italiana o povo de Pedrógão tirou a Câmara ao PSD e entregou-a ao PS. com maioria absoluta como prova de lucidez.