Diz Paulo Rangel hoje no Público que a utilização de linguagem “menos cuidada ou rude” ou de “muletas de vulgaridade” por Passos Coelho é, ou pode ser, uma estratégia deliberada de comunicação. Não concordo. Sobretudo porque tal implica a existência na personagem em causa de uma capacidade de comunicação já não digo erudita mas sustentavelmente correta, que seria deliberadamente abandonada. Tal capacidade não existe.
A expressão “pôr porcaria na ventoinha” utilizada na Assembleia, o “saem-nos do lombo” (os sacrifícios) ou “a barata tonta” (que o governo não pode ser se quiser chegar a algum lado) são formas de falar espontâneas, aliás, nunca são lidas, na realidade as únicas que afloram àquela cabeça inculta e «simples» sempre que necessita de usar uma imagem qualquer ou simplesmente terminar uma frase mais enredada, em que o esforço para «falar bem» e educadamente está a atingir os limites e os conhecimentos não dão para mais. Imaginamo-lo perfeitamente a trocar impressões com Relvas num registo similar. Com Relvas e não só, que aquilo na geração dos 40 do PSD é só diplomados «lusíadas» e «lusófonos». Estratégia deliberada? Nada disso. O que acontece é que, a posteriori, esta debilidade é transformada e aproveitada para enaltecer a proximidade do povo de tão fraquinho dirigente, demonstrada por esta via. Está à vista que é isso que os comentadores amigos fazem.
Tendo sido adversário de Passos na corrida à liderança do partido, mas não querendo hostilizar quem conquistou o poder, é o que Paulo Rangel faz com comovente ternura. Embora criticando este tipo de linguagem, arranja-lhe uma explicação elaborada, forçadamente elaborada, na qual nem ele próprio acredita. E nota-se.
E porque tem sido mais frequente ultimamente esta falta de polimento (a expressão “que se lixem as eleições” é apenas a última de uma série já longa)? Há duas explicações: ou porque, ao fim de um ano, o homem se sente mais à vontade, baixa a guarda e fala como em casa ou no restaurante (as sondagens ajudam), tendo-lhe sido penoso o esforço até aqui, ou porque está convencido de que, a par de lhe ser mais fácil, mostrando-se como é, o povo adere às suas políticas mais facilmente. Com a ajuda de Nuno Crato, arriscamos a que assim seja. E se assim for e as pessoas cegarem pela via auditiva, triste povo.
Ilusão ou mentira. PPC é mesmo assim, sempre foi e parece que vai continuar a ser, sempre tentou (parecer) ser mais inteligente do que é, desde dos tempos de liceu. E a prova do uso dessa linguagem está nas dezenas de assembleias municipais em que participou na terrinha dele, e onde nem do mais simples e humilde presidente de uma junta qualquer conseguia destacar-se pela (melhor) diferença,
Esse tipo devia ter vergonha. A tentar emular o estilo do Marinho Pinto…
Aquela aberração selvática que dá pelo nome de Código do Trabalho, Lei 23/2012 entra amanhã, dia 1 de Agosto, em vigor. Será uma data tristemente histórica. Pelos direitos fundamentais que quebra, pelo desemprego e maior miséria que vai criar, por aumentar ainda mais a diferenciação de direitos entre portugueses e sobretudo porque a classe política não quis e não soube travar esta vergonha.
Ficarão também tristemente na História por isso.
Penélope, muito bem organizada a sua abordagem à linguagem do PM. Como seguramente sabe, o comportamento dos vassalos à sapiência do PM é como aquela velha história do rei que ia nu, só estão bem a seguir e a vislumbrar genialidade onde só existe farsa e pouca erudição.
Bem apanhado!…
O PM não está a seguir qualquer orientação estratégica… Ele é mesmo assim! Confiou na prepotência que tinha dentro de si achando-a a “força” necessária para alterar a situação do País. Os “outros” eram muito “moles”, deve ele ter pensado… As falinhas mansas apenas precederam as eleições. É um individuo daqueles que dão coices na porta para fechar ou tentam abrir a tampa do frasco a espremerem-se todos e a darem-lhe “porrada”! Normalmente esquecem-se sempre de consultar as indicações na tampa… E, normalmente, acabam por levar com um repuxo de mostarda…
Agora o homem está a relaxar ainda mais a linguagem à medida que vai descobrindo – à nossa custa – que a governação requer mais do que força. Precisa também jeito. Muito jeito! E ele não tem… Começa a desesperar. No fundo não passa de um bruto a que o acaso deu feições “fotogénicas” e voz de “autoridade”. Atributos de telejornal para conquistar almas fáceis em tempos difíceis…
O outro que mandava a mãe e o pai para a ptqp… também dizia que era uma estratégia.Um politico serio,do mesmo partido deve evitar tocar no assunto para não vir dizer merdices.
para o paulo rangel…um grunho desde que seja da equipa dele não é um grunho é só um tipo castiço…
Já o Marcelo, no domingo na TVI, disse que era estratégia, sugerida pelos assessores de imagem. Vai levando a água ao moinho…