Machete e o teste da mentira

Parece que, com este governo, quem é convidado a dele fazer parte deve passar, bem cedo e com distinção, um teste da mentira. Seria bom, mas infelizmente não há recurso a qualquer polígrafo. O teste consiste em provar publicamente que se é tão bom ou melhor a mentir quanto os restantes membros do Executivo. Suponho que depois da aprovação no exame se abrem garrafas de champanhe no Conselho de Ministros.

A lista de casos já vai longa: começa no primeiro-ministro, que pressupôs (e acertou) que o povo português apreciava quem dominava a arte; Relvas, um exímio; Gaspar, um talento escondido e rebuscado; Maria Luís, quem diria, nasceu politicamente a mentir; Poiares Maduro aprendeu num ápice, nem nos dando tempo de conhecer a sua outra “persona”, dizem que de académico sério e incapaz de falsidades; Pais Jorge tentou, mas todos vimos como chumbou; muitos outros membros do Governo inventam realidades todos os dias, ecoadas pelos fiéis comentadores políticos de direita, cujo discurso deveria revolver as entranhas de qualquer cristão inteligente. Mas nada é menos certo. Estas pessoas são a cola do clube dos aldrabões, pelos vistos não condenado.

Hoje apresenta-se à prova Rui Machete. Em comunicado, e depois de se saber que as ações da SLN adquiridas em nome da FLAD, enquanto era seu presidente, tinham sido pagas a um preço bem superior (2,2 euros) ao que ele próprio pagara a título pessoal (1 euro – ele mesmo o declarou à comunicação social), vem agora dizer que foram afinal compradas também a 2,2 euros. Sendo agora Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi ingénuo e desprevenido ou está simplesmente xexé, dada a importância do caso? Onde está a verdade? Haverá champanhe?
Este “equívoco”, como lhe chama, e que demorou algumas semanas a descobrir, é duvidoso e difícil de compreender. Se tem documentos, que os mostre. Mas isto que não sirva para ocultar os anos em que presidiu ao conselho superior da SLN sem se ter apercebido minimamente do que lá se passava. Nem todos os portugueses são ou querem ser como o PPD.

11 thoughts on “Machete e o teste da mentira”

  1. No sector financeiro toda a gente sabia que o BPN era um caso de policia, isto muito antes rebentar o escândalo, toda a gente sabia das relações da SLN com o Banco insular por isso o Machete também tinha que saber logo também é responsável, mas quem seguramente tem culpas no cartório , seja por incompetência seja por conivência é o Constâncio e esse tem passado ao lado de tudo isto. Quanto ao preço pago pelas acções é muito fácil de provar, ele só tem qe mostrar os extractos onde foram lançadas essas operações, não basta vir dizer que…
    Vergonhoso é terem destruído os contractos de swaps isso deve ser averiguado até às últimas consequências, quando foi, quem foi e quem ordenou, é-me indiferente se foi o PS ou se foi o PSD há é que encontrar e punir os responsáveis

  2. Há Esfregões e Aldrabões.Tinta Da China e Mata Borrões.Chico-Espertos e Camaleões.E, Muitos Cabrões!!!

    E Assim Correm Os Dias No Reino Dos Cavacões,Marcelões,Coelhões E Outros Vilões,Enquanto O Pobre Povo Nação Valente Se Limita A Contar Tostões…

  3. Se haveria um caso de polícia tão óbvio, não deveriam ser as forças da ordem a tratar disso? Ou então, os mui sérios membros do sector financeiro enviavam uma carta anónima a denunciar a ladroagem, parece que há quem goste dessas coisas.

  4. LAT:
    se, como afirmas “No sector financeiro toda a gente sabia que o BPN era um caso de policia, isto muito antes rebentar o escândalo, toda a gente sabia das relações da SLN ….”, qual foi a razão pela qual Dias Loureiro foi nomeado conselheiro de Estado em 2006 por Cavaco Silva?…
    e não confundas ladrões com polícias….até porque quando se trata de milhões, os ladrões são todos da mesma família política…deve haver uma excepção que confirma a regra…

  5. lat,dias loureiro foi-se queixar ao BP que o dr .antonio marta (quadro superior do banco) andava a perseguir o bpn.algo falhou,mas por favor não virem o feitiço contra o feitiçeiro.a tramoia foi taõ descarada que se calhar nem havia “malha” para a detetar!nota: não gosto de constancio,acho-o competente mas peseteiro!

  6. O que o gajo não quer é que o julguem igual ao receptador de Belém, a quem cobraram ações a €1 e lhas pagaram a €2,20. Pelos vistos era o m.o. da cambada.

    Qualquer dia ainda se vem a saber que o reformado de Belém recebeu por ação €2,20 e nem sequer as pagou. Foram uma prenda ao candidato a PR para que não se esquecesse da maralha do BPN/SLN quando chegasse a Belém…

    E nós temos que nascer duas vezes para sermos tão honestos como esta gentinha? Fónix!

  7. Seguramente foram feitas várias denúncias ao BP não houve foi coragem para actuar, era mais que conhecido o esquema das offshores do BPN com a constituição de empresas ficticias para o pagamento de comissões, como é que é possível o BP ter acesso aos milhões que foram transferidos para offshores e não averiguar?
    Há um tipo , não me lembro o nome, que era promotor imobiliário, meteu-se no BPN fechou negócios ruinosos com o banco em proveito próprio e tem uma fortuna colossal, arrota postas de pescada sobre a sua fortuna pessoal e ninguém faz nada contra este tipo, a SIC aqui há uns tempo no documentário que fez sobre o escândalo BPN falou nele mas não conseguiram apurar grande coisa sobre ele,

  8. chancellere! mostra os papéis e prova que não foram martelados pela comissão liquidatária de vestígios bpn. já que estás com a mão na massa explica aí ao pessoal quanto é que custou o 81 da rua poço dos negros e quanto pagaste de sisa.

  9. ora, logo o vice-governador do Banco de Portugal afirmou, em comissão de inquérito, que Dias Loureiro se foi queixar da perseguição que o banco de Portugal estava a mover ao BPN; já faleceu, mas palavra contra palavra, o aldrabão conhecido é Dias loureiro…vão mamar na tal pata do cavalo…bem sei que medram no meio da imbecilidade, mas durante a próxima geração vão argumentar como deve ser…fanáticos de merda…

  10. Este senhor enquanto presidente da FLA, onde os gastos com a administraçãoo eram de 50% contra os 3% em uso nos satates, motivou um telegrama do embaixador americano para os seus chefes e que foi depois contribuir para os 35 anos de prisão do pobre soldado que os passou ao Assange.

    J C

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