Jornalismo de sarjeta e… calma!

Hoje, logo pela manhã, o DN noticiava que o valor do financiamento atribuído à Raríssimas quadruplicara com o actual governo. Escândalo, sugeria a manchete. Falcatrua, sugeria também, isto de o ministro Vieira da Silva ter passado pela associação tivera como resultado um favorecimento imoral. O quádruplo das verbas previstas pela governo anterior é muito múltiplo. Mas é verdade?

Não, é mentira. O insuspeito Observador foi ler melhor os despachos e chegou à conclusão de que as verbas são praticamente as mesmas – na ordem dos 1 200 000 euros, apesar do aumento do número de camas. Com o esclarecimento do Ministério da Saúde (também reproduzido pelo site), mais se confirma a fraude noticiosa do DN.

Até à hora a que escrevo, o DN mantinha a notícia inalterada.

Sobre este assunto da Raríssimas e a tentativa logo pronta de envolver um importante membro do Governo nas eventuais irregularidades (pela jornalista da TVI e pela oposição de direita), importa referir uma entrevista que ouvi ontem, por acaso, na SIC Notícias (já depois das 21h00) ao ex-tesoureiro denunciante das irregularidades e na qual, pelos vistos mais moderado, ele sublinha que gostaria que o problema não fosse levado para o campo dos ministros ou políticos que tenham colaborado com a associação, porque não é aí que ele está. Que convém não perder o foco: a gestão danosa, autoritária e prepotente da presidente agora demissionária. Pareceu-me ser um reparo ao próprio jornalista. Li também que não é a mesa da Assembleia Geral que aprova as contas. Podendo nós questionar-nos por que razão este senhor demorou algum tempo a denunciar as irregularidades observadas, parece, de facto, ter havido abuso de poder e aproveitamento por parte da presidente. Se são pecadilhos ou crimes, a justiça o dirá. Convém, porém, não esquecer que o trabalho realizado no que aos doentes diz respeito é meritório, muito meritório mesmo, atendendo aos casos que as imagens mostram, e que a dirigente de uma associação deste tipo tem todo o direito e, porventura, o dever de tudo fazer, incluindo lobbying, para aumentar a visibilidade da associação, inclusive a nível internacional, e os donativos para a causa. Parece-me ir demasiado entusiasmo na justiceira e assanhada (sempre em direcção aos mesmos) Ana Leal. Um entusiasmo politiqueiro, telenovelesco e de devassa que não se justifica de todo num trabalho sério.

13 thoughts on “Jornalismo de sarjeta e… calma!”

  1. Estes jornalistas matracam na rarissima, em tancos no pedrogão…e não se calam!
    Deve ser o Diabo do Passos a picar os jornalistas.

  2. Só não percebo é porque razão estes pseudo-jornalistas de investigação justiceira nunca pegam num caso tão flagrante como foi o dos financiamentos fraudulentos à Tecnoforma. É que nem um só…
    Bom, … se calhar até percebo !!!

  3. Cã para mim, o milando principal desta jorda da Ranhossíssimas ter chegado aqui a este pasto, is as follows, e mais nada :

    “Deputada garante que IPSS pagou viagem mas que a organização do evento em Gotemburgo a reembolsou.”

    LINK:
    http://www.sabado.pt/dinheiro/detalhe/deputada-sonia-fertuzinhos-garante-que-rarissimas-foi-reembolsada

    Pois, a merda está a chegar à ventoinha, e à que resguardar o conjugue ministro nao é ?

    Na notícia da TVI, dizia que foi à Noruega . Terá ido comprar bacalhau ?
    Está cheirando a bacalhau, Maria, está cheirando a bacalhau Maria …

    Caridadezinha feita à custa do erário público…
    Como dizia o Pina, dos pobres aproveita-se tudo, até a pobreza .

    Comenda da Ordem di Regime Assistencialista e Oportunistó-Democrático para os(as) envolvidas .

  4. Tudo isto de sociedade civil serve para as senhoras de boa condição (inclui muitos homens, naturalmente), ou as que querem lá chegar, brilharem e receberem algumas, geralmente muitas, mordomias. Se não se é rico, procura-se ganhar alguma coisinha mais. Há destas instituições às centenas. (algumas até consideram higiénica a pobreza que tanto contribui para essas senhoras chegarem ao céu)
    Aliás, ainda há dias foi referido o caso da Cáritas que dos milhões que recebeu, distribuiu tostões por quem necessita de apoio.
    Também há o caso de Pedrogão em que o Ex-primeiro-ministro-no-exílio foi lesto em dizer disparates e lento a perceber que os apoios públicos funcionaram melhor e mais depressa.
    E depois há deputados e políticos e advogados e empresários que mantêm/dirigem Organizações da Sociedade Civil.
    Tudo isto tem um propósito e tudo isto garante milhões por ano, livres de impostos, cofres cheios de dinheiros públicos, donativos de todos nós, enquanto, na sua maioria, os donos dessas entidades advogam (e praticam) paraísos fiscais, impostos regressivos e estados mínimos.
    O caso das Raríssimas é interessante, porque se revelador dessa promiscuidade entre caridade e o desperdício, serve sobretudo para atacar um dos ministros mais fortes deste Governo (Vieira da Silva).
    É isso que as pessoas têm de perceber. Há falta de Tancos e de fogos, alguma coisa se terá de arranjar (e que se lixem os doentes das raríssimas). E vai ser assim até ao fim: qualquer torneira aberta será transformada numa inundação.
    Mas , então, não temos de fazer comparações absurdas para defender quem quer que seja: arremessar um caso de polícia (arquivado! em Portugal, como tudo o que diga respeito à Direita) como a da Tecnoforma, é ofensivo. Isso é outro nível.
    Importante talvez seja fazer o mapeamento das OSC, de quem as lidera, de quanto ganham, que famílias lá andam, quem as paga e, sobretudo, o que fazem e como fazem. Em muitos casos, se o fizessem, talvez a TVI fizesse como o Expresso noutros âmbitos e fosse mais recatada.

  5. O Açoreano diz que o scretário das selfies não fazia cá falta, já devia ter ido há mais tempo.

    Há males que vêm por bem?

    Mas que o secretário é castiço, não há dúvidas.

  6. era o que mais faltava o bom trabalho com os doentes justificar a falta de carácter dos dirigentes, uma espécie de perdão pelo mal necessário. isso ainda me dá mais vómitos!, precisamente por se afigurar tão bela atenuante.

  7. mas como é que este homem (o ex-tesoureiro) chega em Outubro de 2015 e consegue ver coisas que o anterior que muito oportunamente abandonou não viu durante tantos anos que lá esteve, e segundo o que tenho lido por aí já antes de 2011 se vislumbrava, é muito estranho que de Junho de 2011 a Outubro de 2015 se vejam coisas invisíveis e as visíveis ninguém viu. até a madrinha de quem ninguém fala deve ter comido alguma gambazinha de que ela tanto gosta mas não há registo no meio de tanta fotografia, já não falando do facto de não ter ficado surpreendida ou desiludida mas sim espantada, acho que não esperava que a rainha fosse apanhada.

  8. quantas cenas destas é que a madrinha já pôs de pé? ou só vai às vernissages mamar gâmbias de corte inglês e e destapar a placa “inaugurado pela cavaca”.

  9. Quem se deve ter regalado com gambas e champanhe deve ter sido o secretário da segurança social.
    O gajo deve ser um pândego ! tem cá uma pinta!

  10. Esta Penelope está a fazer um serviço de spin nojento .
    E remata com uma tirada a condizer, condenando a “devassa “ .
    Olhe, dedique-se so jornalismo côr de rosa …
    Penelope é contra a revelação de escândalos que involvam esquemas que impliquem alguma gentinha ligada ao partido socialista, ( gentinha esta que conta nas suas hostes com muitos e em especial, muitas, interessadas no poder e no acesso ao livro de cheques que o mesmo trás) . Al Capone e C.ª não podia estar mais de acordo consigo . Abaixo a devassa . Viva o secretismo e a impunidade !
    Vai acabar mal para o ministro, por via da mulher do ministro .

  11. o pimpampunheta anda com uma exacerbada vontade de ver um papagaio de investigação lançar uma longa kilo_metragem na tv acerca de submarinos e respectivos papeis aventados pró secretismo e impunidade pela belissima e saltitante Catherine Deneuve do parque Eduardo VII, ou os 10.000 milhões de borda d’água que o moço de recados da marilú deixou sumir no seu barquinho de papel mar adentro ou ainda a comédia trágica dos 6.000.000.00€ que uma escola de pilotagem sem aviões fez voar e suspeita-se que caíram de pára-quedas numa ilha deserta atapetada de relvas. há tantas outras histórias lindas de ações, vivendas, conselheiros de estado que foram enganados pelo banqueiro, empresas de “solidariedade social” comandadas por índios que jogam setas aos utentes… tudo jornalismo côr de rosa sobre gentinha a quem não interessa o livro de cheques, autênticos Robins dos Bosques cujas histórias nunca irão acabar mal pelo simples facto que os papagaios de investigação nunca as iniciarão.

  12. Filha da putice é coisa que não falta na falhada democracia portuguesa, mas, quanto ao visado dos submarinos, o João Soares, que calha ser filho de quem se sabe, afirmou na TV, que o ministro mais competente que conheceu no Ministério da Defesa, foi Paulo Portas, tendo elogiado o desempenho do mesmo, exactamente pelo comportamento exemplar e pelo excelente negócio da compra dos submarinos .
    Ora, quem estará mais errado, e quem se situa no campo da filha da putice, o João Soares, ou o badalhoco e encharcado de vinho Ignatz, ( uma outra fachada de Valupi ) que assina acima sobre uma outra fachada ?

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