E respeitem o encantamento do amor.
Obcecada, afunilada, cega, ébria, obnubilada, doente, transtornada ou algo assim.
APAIXONADA, não. Não sejam incompetentes também em comunicação. Estar apaixonado é um estado físico/emocional tão inebriante e compensador que só pode suscitar inveja a quem observa. Longe, muito longe, do que está aqui em causa e do espírito arrogante, castigador e autoritário que inspira a política alemã para a Europa hoje em dia. Em suma, esta formulação equivale a dizer que Hitler estava apaixonado por campos de concentração.
Quem está «apaixonado pelos campos de concentração» é quem se serve deles [*] e do argumento ad hitlerum como cavalos de batalha a propósito de tudo e de nada, sem procurar perceber sequer o que se passou na Alemanha derrotada, incinerada, ocupada, roubada e violada em massa, física e moralmente, entre 1945 a 1947, ou quem deveria apresentar desculpas a quem. Recomendo como introdução à maior e mais «arrogante, castigadora e autoritária» vigarice da história alguns clips e textos breves:
— Le problème des chambres à gaz (francês, inglês)
— UN HOMME (francês, inglês, alemão etc.)
— Introdução ao Santo dos Santos (inglês)
— A triste história dos cadáveres ambulantes (inglês)
— Lendas e narrativas para comover o pagode (inglês, 9 partes)
Haja vergonha.
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[*] Mas porquê só de alguns? Os campos de concentração para os alemães do Volga ou para os nipo-americanos não contam quando se discutem as circunstâncias económico-financeiras do ano de Senhor de 2012? Então e porque não? Já agora…
A passos coelho com tal obdiência.,só lhe falta uma braçadeira vermelha no braço.não estranho se daqui a uns anos vier reconhecer “à pcp” que houve “desvios” na sua politica.
Não é só o adjetivo, é o erro de comunicação politica. Com o adjetivo não vêm mais nada.
Falta as ideias claras, o vigor na sua apresentação, a clareza da diferença e, claro, a luta politica.
O G. Meireles o menino é novinho não é???
Calhando ainda está em idade de emigrar.
Eu cá recomendava-lhe emigrasse para a Alemanha… sempre podia ajudar na reconstrução… da Alemanha é claro.
Aninhas, permita que a parabenize pelos seus excelentes argumentos, como dizem os nossos amigos brasileiros.
Pois eu o que recomendava ao Gungunhana era que fosse acolitar o Amhinejad, Presidente do Irão, a desmontar essas “pretensas teorias” que andam para aí a denegrir a bondade do Hitler e a falsidade dos campos de exterminio.
Haja vergonha!
José, a designação “Vernichtungslager” (campo de extermínio) para o campo de trabalho escravo de Auschwitz e os campos de trânsito da deportação maciça de judeus para leste baptizada como Operação Reinhardt [1] é posterior à guerra, para tentar adaptar a história à lenda.
Se a questão o interessa — presumo que sim, dado o seu comentário — e lê inglês, mas não tem tempo para procurar os estudos detalhados, recomendo-lhe este resumo da presente situação:
Debating the Holocaust: A New Look At Both Sides
Se tiver mais tempo:
The Rudolf Report – Expert Report on Chemical and Technical Aspects of the ‘Gas Chambers’ of Auschwitz
Se, por outro lado, as suas preferências vão mais para o lado dos sabonetes, abat-jours, cabeças reduzidas e macadam humano– brincadeiras de criança que, como se sabe, não são supostas ofender nenhuma nação em particular — e até para comemorar a comédia a decorrer na Gulbenkian em memória do vidente Aristides que já em 1940 previa desinteressadamente o futuro em Bordéus, aqui fica o último filme desse outro vidente, o famoso racista [2] Dieudonné:
L’Antisémite
Não se fique pela Mucznick. Procure.
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[1] E não “Reinhard” como geralmente se escreve para evitar salientar a sua vertente económica ligando-a a Reinhard Heydrich, ao invés de ao secretário de estado das Finanças Fritz Reinhardt (como se fosse normal «familiarizar» uma operação desse género através de um primeiro nome). A “Aktion Reihnardt” não visava o extermínio e sim a deportação dos judeus do Reich acompanhada da confiscação dos seus bens como, de resto, a deportação análoga e simultânea (início de ambas em Março de 1942) dos americanos de etnia japonesa pelo governo dos Estados Unidos.
[2] Segundo a LICRA.
Vá lá duas bonitas musiquinhas dedicadas às boas intenções da Penélope:
— IL EST MORT
— ROSE CLOUDS
… e um boneco para ajudar o José a perceber as judiarias a que o Ahmadinejad planeia submeter Israel:
— Prevent another Holocaust
Brrrrr…
Gungunhana Meirelles: Se te deixa mais tranquilo, substitui lá a referência a Hitler por qualquer uma destas – “Equivale a dizer que Pinochet estava apaixonado por valas”; “Equivale a dizer que Bin Laden estava apaixonado por bombas humanas”; “Equivale a dizer que Estaline estava apaixonado por perseguições políticas/extermínios”.
Gentil — para não dizer obcecada, afunilada, cega, ébria, obnubilada, doente, transtornada ou algo assim — Penélope, o problema não é tanto o projéctil. O problema é mais o alvo e tudo o que o rodeia. E nem sequer me refiro em concreto a paixões chancelerinas inebriantes e compensadoras, mas tão só à culpabilização dos outros por pecados alheios num contexto como o que atravessamos, em termos historicamente falsos e inaceitáveis. A história ajusta sempre as contas; convém que o faça pacífica e ordeiramente.
oh nhanha relles! já tinha dado por isso, há pr’aí uns fanáticos a tentar reescrever a história, só falta meterem os papéis para a canonização do botas.
Sim, Ignátzio, estamos um pouco por toda a parte, ocupados a reescrever as estórias da carochinha. Que seria do mundo sem o nosso concurso? Se calhar ainda tinha começado só há 4 mil anos. Vai por mim, toma lá tijolo: *bonk*
Toma lá, meu bom Ignátzio, mais informação classificada sobre as revisões delirantes dos fanáticos.
Ah, é verdade, a propósito do Botas imagina tu que um dos seus melhores amigos e importante chefe comunitário, o prof. Moses Amzalak, até tinha muito orgulho na sua condecoração nazi de que encomendava miniaturas para usar na lapela e tudo.
Eram outros tempos, em que o próprio vidente de Bordéus, agora tão homenageado na Gulbenkian por tanta gente séria, ainda não tinha sido promovido a árvore e era em tudo igual a todos nós, os malvados pecadores, regra que somos para confirmação das bem-aventuradas excepções virtuosas.
Parece que um dos links não funciona bem. Aí vai de foma mais escorreita: revisões delirantes.
oh nhanha! aqui não te safas a vender essa treta da negação. experimenta no basófias, em tempos o biólogo miranda vendia um produto parecido à sombra da liberdade de expressão.
Ignátzio, se não queres comprar mesmo nada, toma lá mais tretas negacionistas em directo “From the Israeli Prime Minister’s Office: Number of Living Holocaust Survivors” seguido de “How Many Holocaust Survivors Were There in May 1945?” (scroll down): tudo aqui.