A linguagem pouco polida, vulgar e popularucha utilizada por Passos Coelho, o inenarrável primeiro-ministro que leva a família a passar férias para a Manta Rota ao volante de um Opel Corsa para mostrar que é do povo, obrigando-nos a pagar para isso a “n” guarda-costas – joga na perfeição com o também inenarrável Correio da Manhã, cada vez mais o jornal do Governo para as massas iletradas que se pretende se mantenham como tal, não vá a educação abrir-lhes a pestana (Nuno Crato está de serviço a essa frente).
Mal estalou a polémica com as declarações de António Borges sobre a concessão do serviço público de rádio e televisão nas delirantes condições conhecidas, começaram a ser publicadas nesse jornal notícias sobre os gastos da RTP – ontem eram três mil e tal milhões desde 2003 (porque não 1958, ó Otávio Ribeiro, isso é que era um número de arromba!), hoje são os automóveis de luxo que a empresa possui, amanhã será talvez o ordenado da Catarina ou do José Rodrigues dos Santos. A estratégia não é nova. É baixa, é suja, revela a promiscuidade total entre o Governo e a comunicação social (no caso deste jornal levada ao extremo), mas, dirigida a quem embarca em populismos e demagogias por não ter tempo nem cultura nem conhecimentos para olhar melhor para os assuntos, funciona. Resta saber se as reações de outros quadrantes da sociedade ainda conseguem travar tal enormidade que consiste na atribuição graciosa, e com lucro garantido, de um canal de televisão histórico e respetivo património e “know-how” aos amigos.
O Correio da Manhã é uma espécie de Professor Marcelo. Tem uma apresentação simpática, colorida, notícias curtas, fáceis de ler, muitas imagens e uma cobertura inigualável dos casos sociais – assaltos, crimes, roubos, violações, tudo aqueles jornalistas conhecem e até se diria que têm um canal privilegiado de comunicação com as polícias. O pior é o basismo, o imediatismo e a superficialidade aplicados às questões políticas. E, em sintonia com o Governo, como Marcelo, a manipulação com determinados fins.
Quem nos idos de 2008 inventou uma “claustrofobia democrática” por alguém ter querido combater, ao sentir-se a primeira das vítimas, a verdadeira asfixia que já então se desenhava e agora plenamente se confirma mais não são do que os manipuladores mais impiedosos das mentes incautas em prol da divisão do por eles denominado pote. Prova-se assim que nem o controlo quase completo dos jornais lhes basta. As televisões e as rádios têm que vir a seguir.
Não sei o que anda a fazer o PS no meio disto tudo. Andará a debater-se com a bicuda questão da aprovação do próximo orçamento destas criaturas ou andará a estudar metodicamente, no meio da hecatombe, o programa para 2015, como referiu anteontem um dos membros da sua direção?
o correio da manhã, se gosta de números, deveria dizer aos portugueses que grande parte da dívida da rtp se deve à abolição da taxa em 1991 pelo cavaco que foi reposta em 2003 pelo barroso e ao não pagamento pelo estado das indemnizações compensatórias devidas durante esse período bem como a perda de receitas imposta pela perda de publicidade. isso é que era serviço, o resto é fazer a cabeça aos tótós que votaram no galã de massamá e no folclore de tomar.
Tudo isto é deplorável. Já há algum tempo começaram a chover aqui na Net (é que esta gente miserável, nem nesta frente pode perder o combate) começaram a chover por aqui notas exaltadas sobre as verdadeiras fortunas que a RTP estaria a pagar às Catarinas, aos Malatos, aos gordos Mendes!
Não sei se sim ou não são verdade os despautérios que para ali fui vendo, mas perguntei a quem me enviava esses alarmes se não lhe parecia estranho que esles surgissem exactamente quando estava em causa a privatização da RTP?
Também deixei aqui um pequeno comentário em que me referia ao que me parecia mais do que evidente. Nada daquilo era inocente! Pelo contrário, andava por ali a mão doutorada do Relvas ou outro que tal, que mais não queria do que pôr as gentes a espumar de raiva contra tal vilania e a gritar aos sete ventos: PRIVATIZEM A RTP! NÃO QUEREMOS SER ROUBADOS! PRIVATIZEM ESSA MERDA!
E aqui está como com a verdade (seria? não seria?) se enganam tontos!Rouba-se o país, ajudam-se os amigalhaços e tudo isto se consegue com o aplauso inocente das próprias vítimas.
Pobre país! A que cáfila de bandidos estás entregue!
A RTP para os portugeses? pode ser, porque os chineses já teem a EDP e as lojas do Chinês.
A Cimpor é dos brasileiros, o TOTTA é dos espanhois,
De quem serão os CTT e TLP?
A TAP só dá prejuízo mas andam estrangeiros à porrada por causa da nossa tap.
Só mesmo à tapona é que isto lá ia.
Esqueceu-se de mencionar que o CM pertence à COFINA que está interessada na privatização da RTP, havendo um claro conflito de interesses.
Não sinto muita pena desta RTP em que a qualidade noticiosa tem vindo a cair e ainda para mais com tantos fretes ao PSD (vide nas últimas legislativas) que até sinto algum prazer (o meu lado ruim a falar). Nas últimas legislativas o canal de notícias mais isento, a meu ver, foi a tvi e a tvi24
Sou um defensor do serviço público e da importância que ele têm (elogio a RTP-Açores e a 2), mas que se puseram a jeito puseram-se. O presidente do grupo RTP é um artista português parecendo um camaleão, onde as opiniões variam conforme o vento.
A falta de declarações de interesses da parte dos orgãos noticiosos nacionais e muitos internacionais, continua a vender gato por lebre aos leitores/ouvintes/espectadores menos informados ou mais distraídos, levando a que estes tomem opções erradas em momentos importantes.
A mim, por exemplo, causa-me uma estranheza tremenda ver que os privados andam à pancada para usufruir da propriedade de uma data de coisas, que andam para aí uns senhores a dizer quer não servem para nada a não ser delapidar o erário público!
Estranho ver interessados na aquisição dos estaleiros de Viana do Castelo que segundo o governo só dão prejuízo! Da RTP está a falar-se mas não há ninguém a dizer porque é que dá prejuízo, apenas vão apontando defeitos e malandrices como se isso fosse o essencial. A TAP é outra das historinhas da carochinha mal contada e que ninguém está verdadeiramente interessado em discutir a começar pela comissão europeia.
Talvez fosse interesssante saber porque raio é que os partidos da oposição em vez de falarem em generalidades não atiram com números para cima da mesa, questionam as decisões baseando-as em estudos acessíveis ao comum dos portugueses, distribuem panfletos sobre o assunto ou aproveitam as raras abébias que a CS lhes dá para expressarem o seu desagrado fundamentado, em vez de andarem a brincar às festas, comícios, encontros e outras atividades lúdicas que servem para entreter e passear os militantes, mas de pouco efeito no interesse nacional.