O estádio do Sporting é aqui mesmo ao lado. Em noites de jogo, ouvem-se os festejos dos golos ainda antes de a televisão os mostrar. É, por isso, impossível ignorar e escapar ao que se passa no ruidoso, vistoso e muito frequentado “clube do meu bairro”. Além disso, de tantas imagens que sou forçada a ver nas televisões, dou por mim a achar piada ao Jorge Jesus, a gostar do Gelson Martins e a admirar o entusiasmo do magricela Bas Dost pela marcação de golos. Mas, esclareço já, nesta matéria sou uma pura “rameira”, analiso pela rama. Também não sei se valerá a pena aprofundar.
Bruno de Carvalho, o jovem presidente da voz grossa, não parece ter cometido, até agora, erros na gestão do clube. Ouço dizer que as contas estão equilibradas, que as diversas modalidades desportivas estão bem apoiadas e em progressão, vejo que as instalações foram melhoradas com um novo, oportuno e elogiado pavilhão e que o clube de futebol, embora não vá em primeiro, se encontra bem classificado a nível nacional e com uma prestação a nível internacional que nenhum dos principais rivais igualou este ano (está bem, “esta época”).
No entanto, tudo indica que este presidente desenvolveu uma necessidade patológica de conflito a partir de uma embirração infantil com as contrariedades dos jogos e também com vozes discordantes (uma só já o afectaria, quanto mais dez). A convocação recente de uma assembleia geral para confirmar o apoio à sua liderança, que nenhuma massa minimamente expressiva contestava, foi considerada por muitos surpreendente, excêntrica e desnecessária. E foi. Perguntei-me se o homem não estaria algo chanfrado. Ou mesmo se não seria.
Quanto ao conflito actual, inicialmente com a equipa, dizem os bondosos que se deve ao facto de BdC viver obcecado com o objectivo de vitória no campeonato nacional e na Taça, e de vitórias em geral, e de ficar fora de si quando isso não acontece, razão pela qual desatou a criticar a equipa em público, ou seja, numa rede social, depois de algumas derrotas que se lhe foram acumulando na mioleira (Braga, por exemplo, até chegar ao Atlético de Madrid). Mas que podia tê-lo feito “dentro de portas”. Evidentemente que não só podia como também devia. Seriam, porém, precisas duas coisas: não ser pírolas e/ou ter mais experiência.
É, de facto, de uma estupidez crassa entrar em conflito aberto e na praça pública com a equipa que sustenta o clube e, ao mesmo tempo, colocar o treinador perante o dilema de se solidarizar com o presidente repudiando os jogadores (entretanto suspensos) ou de se solidarizar com os jogadores repudiando o presidente. Imaginem que o Jesus se solidarizava com o presidente? O clube autoexcluia-se do campeonato? Ninguém mais jogava? Os jogadores iam à vida e exigiam os seus milhões? Quem lhes pagava? Sabendo todos nós, e sobretudo o Jesus, que o “core business” de um treinador é treinar uma equipa e não treinar o presidente do clube nas técnicas de liderança (e muito menos dar-lhe apoio médico) e sabendo o próprio JJ identificar um homem sem juízo quando vê um, o dilema parece não ter demorado tempo nenhum a resolver. E assim houve jogo com a equipa A, que saiu vitoriosa, e houve evidentemente apupos ao imaturo Bruno, pelo que, mais coisa menos coisa, resta-lhe agarrar nas coisas e ir. Dar uma conferência de imprensa para se queixar de ter sido insultado no estádio e insultar quem o insultou sem poder dizer que vai pôr as claques em tribunal deve ter sido frustrante. Foi seguramente ridículo. Pobre homem. Que pena.
À hora a que escrevo, anda a ameaçar que demite o Marta Soares por este ter pedido a sua demissão e a dizer que vai convocar nova assembleia geral. BdC entrou numa espiral de loucura que só pode resultar numa humilhação monumental.
Será que os presidentes dos principais clubes de futebol portugueses estão condenados, em contraste flagrante com as equipas, a fazerem tristes figuras?
Bruno de Carvalho, é um caso do foro da psiquiatria. Mais um exemplo de impreparação para o lugar.
Felizmente que Bruno Carvalho, com o seu comportamento quero posso e mando, não irá muito longe. Fia-se nas claques, a sua guarda pretoriana, que faz avançar em momentos de crise……..
Figura de claque,palavreado de claque,mentalidade de claque!
Napoleão tinha a França na mão, mas foi parar a Santa Helena.
Aqui temos as Berlengas, ou melhor, os Farilhões.
Com tantos presidentes sem caracter (duas exceções que deram 2 campeonatos), que tomaram conta do Sporting, pós 25de Abril, só podia acabar tudo muito mal.
Amiga Penélope, confesso que, no que toca a pontapé na bola, sou ainda menos que rameiro, o que não me impede de me deliciar com a obra de arte de um Cristiano Ronaldo, há dias, contra a Juventus, ou outros momentos assim que, de vez em quando, a televisão me põe à frente dos olhos. Mas numa coisa estás redondamente enganada: se há coisa que o rapazola em análise não tem é voz grossa. Os ruídos que lhe saem da boca soam a voz de robot, não parecem saídos de garganta humana. Experimenta ouvir a voz mecânica que saía do computador do Stephen Hawkins e vê (ou ouve) lá se não soa quase do mesmo modo.
O sporting indigno da tradição sportinguista que atacou, insultou, denegriu, e deixou à mercê das feras ululantes um dos Melhores e Mais Dignos Treinadores Portugueses com 10 anos da sua carreira dedicados ao Clube, um Homem de caracter, lealdade, coragem e desassombro, continua a pagar a factura das gentes e estilo baixo a que escancarou as portas.
Não esqueço o clima do último jogo a que assisti em Alvalade onde já tudo estava condenado : despedida de Liedson.
Nunca mais lá porei os pés.
Paulo Bento de longe deve pensar que o pau da arruaça fez afinal caminho directo a quem o brandiu e mancha da forma mais baixa um Clube que viveu com ele os últimos os momentos bonitos desta Era.
Soares Franco deve pensar o mesmo.
O jornal a bola hoje diz que o Visconde Bardamerda do 3º Olho está em Burnout. Espero que não volte.
Aquela voz grossa não é natural e qualquer um a pode adquirir mediante alguma prática.