Agora que finalmente tivemos a segunda edição da coligação negativa, com a aprovação, por toda a oposição, de uma despesa permanente de mais 800 milhões de euros, não vejo que melhor pode o Governo fazer do que demitir-se. Sem hesitações.
Do PCP e do Bloco, no rescaldo dessa demissão, iremos ouvir as justificações habituais: que o défice não importa para nada, há sempre dinheiro, os ricos que paguem, que salvar os bancos é salvar os banqueiros (esses criminosos) e não os milhares de depositantes e de empresas, etc. Mas estes partidos, já sabemos, são contra a Europa, contra os mercados, contra o euro, contra o capitalismo, contra o estabelecimento em geral e sonham ainda com um regime do tipo soviético. Vai ser giro é ver o CDS, o PSD e o Rui Rio, esse europeísta e cúmulo do rigor orçamental, na campanha eleitoral. Acabei de me sentar para assistir. Para já, bravo a todos e todas.
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Catarina, a cínica
“Bom dia. A manhã parece marcada por tentativas de criar um ambiente de crise política. Esse ambiente é totalmente artificial. Aqui ficam 4 breves notas:
1. O que foi aprovado ontem no parlamento limita-se a corrigir um DL do governo que desrespeita os OE18 e OE19, que explicitamente previam a contagem integral do tempo de serviço de todas as carreiras especiais da função pública para efeitos de descongelamento (ainda que de forma faseada)
2. A solução encontrada para os professores respeita esse faseamento, não representa qualquer acréscimo de despesa no ano em curso e respeita a autonomia negocial do próximo governo.
3. Nos Açores, onde o PS governa com maioria absoluta, a contagem integral do tempo de serviço já está garantida. Na Madeira também está já garantida.
4. A única despesa extraordinária e não prevista no OE 2019 com que o governo se deparou é a que decorre do pedido do Novo Banco. São mais 450M€, que o governo já considerou acomodáveis.“
Acabei de ver as declarações da líder do Bloco, esta manhã. Como quem acorda e descobre que o Governo vê um problema real nas decisões irresponsáveis de toda a oposição. Surpreendidíssima.
- O Governo contesta o primeiro ponto.
- A reposição dos montantes correspondentes aos 9 anos e tal com que então não é bem, como dizer, aumento de despesa, porque depende de futuras negociações?? Ó Catarina, isso é ridículo. É o que dizem o PSD e o CDS e são justificações para rir (“Não é verdade que o CDS tenha hoje aprovado o pagamento de tempo integral dos professores. Essa proposta foi chumbada com o nosso voto. Aprovou-se apenas o princípio de que os professores terão direito à contagem integral do tempo congelado mediante negociação com o governo.).
- Os governos das ilhas por acaso têm as mesmas obrigações e responsabilidades financeiras do governo central? Ou este por acaso só governa para os professores?
Excelente post. De acordo.
ora aqui está um bom exemplo do que é a democracia baseada em partidos, em lugar de pensar no povo pensam como hão-de aumentar a votação. os tipos do psd são uns idiotas.
Subscrevo, Penélope.
Estamos a fingir que não tivemos crise nenhuma? Não aprendemos?
Se é assim então tenho de concordar com o secretário-geral da CGTP que defendeu a contabilização total do tempo de serviço congelado para todos os trabalhadores da administração pública em nome do princípio de igualdade de tratamento. E também para os trabalhadores do privado.
Porra, dinheiro para todos, já!
Embora não concorde até posso compreender a posição do PCP e do BE. Nesta matéria meteu-me nojo o oportunismo do PSD e do CDS, com cedências atabalhoadas.
O PS colhe a tempestade dos ventos que semeou. Duvido que o governo se demita, pois é uma jogada muito arriscada.
A Catarina ainda se lembra do custo para o bloco da última coligação negativa.
Se perante este vergonhoso conluio entre a Direita (PPD/PSD e CDS) e a esquerda esquerdista (PCP e BE), repetindo o que fizeram com o PECIV, o governo de Costa e Centeno não se demitir, o meu voto nas próximas eleições deixará de ser PS. Como não voto, como nunca votei, na Direita, qualquer que ela seja, como não o farei numa esquerda qualquer: O que farei com este voto?
Eu mesmo: Mais arriscado é fazer de contas que não vão ter que se gastar mais 800 M€ anuais. Ceder à demagogia e às jogadas eleitorais irresponsáveis é perder já e prejudicar o país.
se fosse ao ps aumentava os alunos por turma, revia os programas de algumas disciplinas e tirava palha, fechava alguma ou outra escola nas cidades, vigiava as baixas médicas dos profs ao máximo, e despedia os professores que ficariam a sobrar, aqueles com menos anos de serviço para a indemnização ser mais barata. penso que terão de ser os próprios professores a pagar os 800 m por anos, nos não temos dinheiro.
Penélope:
O Mário Centeno já veio recordar a sobretaxa. Ele lá sabe. Dão com uma mão, tiram com a outra.
O PS cometeu um erro quando prometeu baixar o IVA da restauração. O sistema já se tinha adaptado aos 23%. Os milhões que o governo perdeu com a descida fazem-lhe agora falta.
Eu mesmo: Ouvi agora o António Costa. Muito bem. Na franqueza, na clareza, na firmeza e na honestidade. Evidentemente que nunca haveria maneira de sustentar as reivindicações que se seguiriam a uma medida como a aprovada para os professores. A demissão é o caminho a seguir, caso os estarolas insistam.
Raios ! Como foi possível uma repetição “à la Cristas” ? Ouvi agora na SIC que a tal comissão de educação fez a votação e aprovação dos 8A4M8 de um documento que , que à hora do comentário ( J Gomes Ferreira) … ainda não existia ! Mas andamos todos aqui a encher pneus e a gozar com o pagode ?.
Penélope:
António Costa é um artista, ondulante. Os 800 milhões anuais de que se fala tem muito que se diga (onde estão os cálculos?), e parte destes ficam logo retidos em IRS que é receita do Estado. Há muitos professores com mais de 55 anos, cujas reformas estão próximas, com consequente abaixamento do custo mensal para o Estado (pensões inferiores ao último salário).
A mim parece-me que AC está a fazer cálculo político. A campanha para as europeias não lhe está a correr muito bem. É preciso fazer algo, agitar. A questão dos professores é um pretexto que se pôs a jeito, até para abafar a “familiagate”. Surpreendentemente o PSD + CDS deram-lhe uma grande ajuda, não perceberam o que se estava a passar.
António Costa demite-se para não aplicar a medida? E depois? Volta a concorrer para formar novo governo que terá de novo a mesma lei pela frente? Estará A.C. a pensar numa maioria absoluta apta a alterar a lei, anulando a coligação negativa?
Em boa verdade nem se sabe bem que medidas exactas são essas, nem a sua concreta expressão monetária. E também acredito que nenhum governo aplicará tal lei (a que se anuncia) em toda a sua extensão.
Já agora, ai daqueles que não estão organizados em grupos de pressão capazes de perturbar a ordem! Estão tramados. As desigualdades tenderão a agravarem-se.
“E também acredito que nenhum governo aplicará tal lei (a que se anuncia) em toda a sua extensão.”
Quer dizer que aprovaram a lei sabendo de forma consciente que estavam a aldrabar ? Ou se calhar são como o rei leão que está lá só para dar ideias !.
E depois acordaram ( ou aprovaram ?) um rol de princípios que nem sequer existem no papel … Xi, pá , e o que isso deve ter sido complicado tal a quantidade de coçadelas na cuca. Até chiavam e deitava fumo
Eu mesmo
É claro que o Governo se demite.
Se não se demitir depois desta provocação feita pela canalha quem não vota mais neles sou eu.
E estou como o Manojas, o que farei eu com este voto ?
A demissão do governo neste momento e por este motivo só é uma jogada arriscada para os partidos da “coligação negativa”. Não tinham pensado nisso ? temos pena. Para p… que os pariu mais os joguinhos de sobrevivência política em vez de pensarem no país.
A Catarina é uma finória mas levou na tromba.
O João Oliveira ficou aos papéis, aquela cabeça está toda baralhada.
A Cristas é burra todos os dias e nem sequer percebeu ainda o que aconteceu !!! nossa, como pode uma sopeira daquelas ter chegado a ministra !!!
O PSD existe ? Rui Rio é quem ?
Jasmin:
Não sei se o Governo se demite. Falta saber o que vai sair do Parlamento.
Quer se demita, quer não, dada a mediocridade geral também estou quase nesse ponto: o que farei eu com este voto?