À semelhança de Marcelo, António Lobo Xavier também sabe fazer figuras ridículas

Ouvi-o no Domingo, no programa da noite da CNN, “O Princípio da Incerteza”, sobre o “caso” do Conselho de Estado. Argumentação mais disparatada em defesa do seu estatuto e contra António Costa era impossível. Por um lado, declarou que, uma vez que Marcelo tinha mudado a natureza daquele órgão consultivo ao abri-lo a personalidades estrangeiras, por exemplo, não havia problema algum em que fosse agora um órgão mais aberto e informal, ou seja sobre o qual se pode vir falar cá para fora (deduzi eu como ouvinte); por outro lado, assumiu o papel de pessoa muito indignada e ofendida por o Primeiro-Ministro declarar que alguém estava exorbitar as suas funções e dar a entender que algum dos conselheiros presentes divulgou o que não podia ter divulgado, e ao que consta, de forma truncada ou mentirosa mesmo.

Ora, ele próprio, uma das tais pessoas respeitáveis, dignas e totalmente respeitadoras das regras que têm assento no dito Conselho, decidiu confirmar que o que outros disseram era verdade. E estar calado, não teria sido melhor opção? É que assim torna-se demasiado óbvio que só fala por ser ele um dos escolhidos por Marcelo e, evidentemente, em defesa deste. Como se António Costa não estivesse cheio de razão ao decidir não ter nada a dizer numa reunião cujas conclusões já estavam tiradas e escritas à partida. Pior prestação só mesmo a de Marcelo a tentar passar-se por extremamente amigo de António Costa depois do desplante daquele putativo “comício”.

 

Mais uma vez de acordo com Vital Moreira, de quem muitas vezes discordo, deixo aqui a sua opinião sobre este assunto:

Assim, não (6): O mal e a caramunha

2 thoughts on “À semelhança de Marcelo, António Lobo Xavier também sabe fazer figuras ridículas”

  1. Nem mais ,Lobo Xavier caiu no ridículo de dizer que o conselho de estado é para debater ,e não é,
    como o nome diz é para aconselhar o presidente ,para debater é na assembleia da República coma oposição.

  2. Costa é, de sua natureza, a arte da astúcia e da argúcia para lidar tanto com a xico-esperteza bacoca como com a Xico-esperteza erudita. Ele é a calma que espera pelo momento certo, maduro, inflamado de febre, lampeirice e descuido do xico ou do Xico para dar a sua picada anti-inflamtória e fazer baixar o estado de entropia a zero.
    Não será bem como no caso da anedota do “deixa poisá-lo”, pois, não quer ir ao cu do adversário mas dá-lhe um gozo natural jogar com ele e vencê-lo.
    Ao contrário da frontalidade de Sócrates, que, porque tinha razão, atuava de forma irritada e imediata às manhas do Cavacaturra, dando azo a que a oposição e os media reacionários pudessem ripostar sobre o carácter da personagem desvalorizando-a e reprovando-a junto da opinião pública, Costa deixa inchar o balão da irresponsabilidade até que tal balão se torne não só visível como evidente ao povo. E deste modo, quando responde ao repto fá-lo já com uma grande parte, senão a maioria do povo, do seu lado e farto de maquiavelices principescas mesquinhas.
    Claro que o príncipe tem muito poder por ser o supervisor-mor do reino e o facto de ser dado a traquinices idiotas pode, um dia, endoidecer com a astúcia de Costa e não resistir a tentar levar a dele avante.
    Será Costa tão competente ao ponto de vencer o Marceloso no matchpoint!

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