A entrevista e o caso bicudo

Se me é permitido pronunciar-me, a entrevista a Sócrates não foi má. Não só o jornalista não enveredou por um tom agressivo ou irónico/trocista, a que muitos não resistem, como fez a Sócrates as perguntas que qualquer um de nós também faria. Enfim, todas excepto uma: se a mãe tinha fortuna, porque precisou do dinheiro do amigo? Digo isto porque essa pergunta viria a talhe de foice na sequência das justificações de Sócrates, que invocaram a fortuna da família, mas penso que já em entrevista anterior ele respondera que entretanto o dinheiro se foi gastando devido a infortúnios também familiares, nomeadamente a doença do irmão. A repetição da pergunta teria, porém, sido útil, a meu ver. De resto, o José Alberto Carvalho manteve uma postura totalmente profissional. O meu aplauso para ele.

A entrevista também não foi má da parte do entrevistado, ao contrário do que eu esperava, confesso. Defendeu-se bem sobre as alegadas fantasias de que trabalhava para o Ricardo Salgado no que toca à PT e sobre todos os abusos do Ministério Público e ilegalidades processuais. O problema do Sócrates não é a falta de capacidade para repudiar os métodos vergonhosos do MP nem para contra-argumentar à acusação de que a sua vida folgada era financiada pelo Ricardo Salgado e por luvas provenientes de outros negócios. Não há provas, obviamente, apenas deduções ou suposições do MP, e de facto nada, absolutamente nada na sua governação aponta para a concessão de vantagem a nenhuma empresa ou banco em particular. Por isso, poderá ser acolhido o seu clamor de inocência. Poderá, mas não será fácil.

Em certas matérias, demonstra falta de noção. A sua argumentação é mais fraca na justificação para as entregas de dinheiro vivo já depois de terminado o mandato e para o pagamento de viagens ainda durante o mandato. Não há justificação que lhe valha. O amigo até lhe podia emprestar dinheiro, mas porquê por aquele processo oculto? OK. Se Carlos S Silva lhe fizesse um empréstimo oficial, logo choveriam insultos e acusações de o ter beneficiado enquanto primeiro-ministro. E uma investigação. Mas os pagamentos já aconteciam antes de 2011.

Pode-se dizer que não temos nada com isso, é lá com eles. E é, sobretudo porque não houve benefício, ou “demonstração de objecto”, como diz Ivo Rosa, durante o exercício do seu mandato. Mas resta sempre a história das entregas em dinheiro vivo para sustentar a vida em Paris. Não foi bonito de saber para quem o admirava como eu. E, graças a isso, há muita ideia que se desmorona na minha cabeça. Continuo a achar, e esta opinião não vai mudar nunca, que foi um excelente primeiro-ministro, o melhor que o país já tinha tido desde há muitas décadas, um indivíduo que tinha uma visão moderna e desempoeirada para o país e a começou a pôr em prática e bem, até vir a crise do sub-prime. Governando ao centro e com grande determinação, ele era a raiva e a inveja da direita. E da extrema-esquerda. O orgulho do PS.

Agora, parece-me bastante abusivo da parte dele concentrar todas as origens deste processo no ódio e na perseguição política. Uma parte é com certeza, sem sombra de dúvida. A escolha do juiz C Alexandre é totalmente suspeita. Mas a sua relação com o dinheiro parece-me um caso de estudo e um caso bicudo. Ou porque gosta demasiado e não tem, desgraçando-se e criando o caos entre familiares e amigos, suscitando processos destes, ou porque tem e não o adquiriu nem o guarda de forma legítima. Penso que o tribunal deve decidir, sinceramente.

O juiz Ivo Rosa arranjou-lhe uma acusação algo estapafúrdia no final. A ver vamos. Entretanto, em matéria de defesa mediática, penso que esta entrevista basta. Os tribunais que julguem.

23 thoughts on “A entrevista e o caso bicudo”

  1. Muito bem, subscrevo e vem ao encontro do comentário que escrevi no post anterior: a análise objetiva dos factos, sem estados de alma e tendo consciência que, até agora, as principais vítimas deste megaprocesso são os arguidos, visto que continuam a passar um calvário cívico que é absolutamente indecoroso. Se há ou não há matéria para condenação, temos, simplesmente, de esperar, esgotando-se todos os recursos garantistas para os arguidos, como deve, aliás, acontecer, num estado de direito. Ora, o que não deve acontecer é esta vergonhosa capitalização mediática, através dos jornalistas e comentadores. Lastimável. Estamos perante uma abjeta futebolização argumentativa.

  2. aqui “há um rompimento de confiança” e mais umas indignações

    https://tvi24.iol.pt/opiniao/fernando-medina/medina-lembra-socrates-aquilo-que-nao-foi-explicado-durante-todo-este-tempo-e-suficiente

    aqui não “há rompimento de confiança” nem justificação de como foi parar ao gabinete jurídico da tap

    https://www.tsf.pt/portugal/economia/premios-em-ano-de-perdas-administracao-da-tap-convoca-reuniao-de-emergencia-10983399.html

  3. “absolutamente nada na sua governação aponta para a concessão de vantagem a nenhuma empresa ou banco em particular”
    Penélope, no limite a um primeiro-ministro basta uma declaração pública inócua (ou até a ausência de uma declaração pública) para conceder vantagens a uma empresa, banco ou pessoa. É da natureza do cargo (a que acresce o facto de ser o líder do maior partido político, …). Por isso é que a tipologia de crime imputada pelo juiz Ivo Rosa, ‘crime de corrupção passiva sem demonstração de ato concreto’, faz sentido no nosso ordenamento jurídico.
    No entanto, a sua prova exige, no mínimo, que seja comprovado um recebimento indevido. Caso contrário todos os titulares de cargo político (e não só), por força de próprio cargo, seriam imediatamente acusados de um crime deste tipo.
    No fundo a questão é: se um primeiro-ministro receber indevidamente uma soma avultada que tenta ocultar, então existem indícios fortes de estar a praticar um ‘crime de corrupção passiva sem demonstração de ato concreto’. Há indícios fortes de ter sido este o caso, segundo o Juiz Ivo Rosa.

    E há uma questão importante a considerar. Carlos S. Silva não emprestou 1,7M€ ao seu amigo José Sócrates. José Sócrates dispôs e gastou, sem qualquer restrição ou limite aparente, um valor que atingiu a soma de 1,7M€ proveniente das contas de Carlos S. Silva, até ao momento em que teve conhecimento da investigação e parou. Mas tendo as contas de Carlos S. Silva mais de 20M€ provenientes de R. Salgado, é possível admitir que seria esse o limite até onde iria caso continuasse a dispor do dinheiro do amigo a seu belo prazer.

    Acrescem dois factos: R. Salgado disponibilizou verbas de montantes semelhantes (dezenas de M€) provenientes de um saco azul a pessoas influentes (e não estamos só a falar do caso PT), só que isso não prefigura a tipologia de corrupção porque não exercem cargos públicos, como o juiz Ivo Rosa bem apontou. E não é dada qualquer explicação plausível por parte de Carlos S. Silva sobre o porquê de ter sido o destinatário final de um montante dessa natureza. Mais, Carlos S. Silva, ao contrário de Bava ou Granadeiro, parece em nada poder ajudar os negócios de R. Salgado de forma a justificar montantes de tal natureza. A não ser, como o Juiz Ivo Rosa considerou haver indícios suficientemente fortes, se Carlos S. Silva fosse um intermediário na “venda” do cargo de primeiro-ministro. Ou se o dinheiro se destinasse efetivamente ao primeiro-ministro.
    Por isso é que eu acho que o juiz Ivo Rosa tem razão, os procuradores foram incompetentes. Face às circunstâncias, a tipologia de crime que quiseram à força indiciar, com a exigência de identificação de casos concretos, é quase impossível de provar no caso de o corrompido ser um primeiro-ministro.
    É esta a convicção pessoal que formei, mas agora resta deixar o processo seguir o seu curso.

    Tudo isto independentemente de Sócrates ter sido ou não um bom primeiro-ministro. E nada disto apaga o facto de ter havido aproveitamento político de oposição (interna e externa), de poder ter havido erros processuais graves, de ter havido fugas de informação e julgamentos na praça pública, ….

  4. Acho que o seu caso é mais um caso de estudo. Você tem um problema pessoal com o dinheiro, mas Sócrates não tem nada a ver com isso. A ideia de que ele “sustentava uma vida em Paris”, como se isso fosse proibido, é atrasada, mesquinha. Todo o sistema capitalista gira à volta de crédito, Há pessoas que recorrem mais ao crédito, há pessoas que não. É da preferência de cada um. Ele não é obrigado a morar numa mansarda em Paris porque caso contrário vai ferir o seu moralismo, a sua ideia de como as pessoas podem ou não gastar dinheiro. Ele vai escolher viver da maneira que lhe apetece, isso é problema lá dele. Toda a gente deve. Ao banco: a casa, o carro, as viagens. Mas ele não pode porquê? Tem um amigo de longa data que lhe empresta para que não pague juros ao banco. É crime? Pode ser. Prove.

  5. Não deves ter visto a mesma entrevista que eu. O Zé Beto burro, na ânsia cobarde de não destoar da matilha para não ser acusado de conivência com o mafarrico, interrompia sistematicamente qualquer tentativa de resposta, ao fim das primeiras duas palavras, a cada “pergunta” insulto que lhe fazia, e tu aplaudes-lhe a “postura totalmente profissional”! Vai-te catar!

  6. Se tiveres paciência, sugiro que contabilizes o tempo de falação de “entrevistador” e entrevistado. Penso que não arriscaria muito se apostasse o meu berlinde esquerdo e metade do direito em como o Zé Beto fica a ganhar. O tipo vem-se ao som da sua própria voz.

  7. Ó de cima, ninguém tem que provar nada, está tudo devidamente documentado ( os factos, as transferências de dinheiro, assumidas por um e outro, segundo ambos, empréstimos, segundo o MP, dinheiro do proprio JS ; caiu a tese de que SS agiu como cabeça de ferro, mas o juiz Ivo Rosa decidiu que SS agiu como corruptor e JS como corrupto ) .
    Decorre directamente da lei, mais concretamente do CP, art. 382, o titular de cargo público, não pode receber dinheiro, muitissimo menos, do jeito em que se tudo se processou .
    No n. 1 o corrupto – quem solicitar ou aceitar – no n. 2 o corruptor – quem der ou prometer .
    O n.3 aborda causas de exclusão “Excluem-se dos números anteriores as condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.”
    A experiência da vida e outras considerações jurídicas relevam no sentido de que não é socialmente adequado nem conforme aos usos e costumes tal prática, especialmente em se tratando de um detentor de cargo público, portanto, com poder de decisão, e um empresário, naturalmente interessado em obter benefícios daí decorrentes . Acresce o carácter duradouro no tempo ( das transferências de dinheiro ).
    O outro crime pelo qual foi pronunciado, falsificação de assinatura, terá a ver com o livro a Confiança no Mundo, que serviu de tese de mestrado a JS, mas que foi obra do Farinho, que por ser professor de direito numa universidade pública, não se podia ter prestado a tal serviço, po isso o contrato foi celebrado com Jane Kirby, advogada e mulher do Farinho .
    Segundo ouvi numa TV Farinho confessou tais factos .
    A fraude da tese do mestrado perante o ESEAD é assunto entre ele e o ESEAD, não é tramitada em território nacional .
    Em suma, o juiz final ( de julgamento ) mesmo só com estes factos ( assumindo que o MP não recorre, ou que recorrendo , perde ) vai tirar as suas ilações e decidir : a PROVA, não é mais nem menos do que a ilação, tirada dos factos, e valorada num certo sentido, logo, coisa decidida na cabeça do decisor final .
    Dito de outro jeito : se ele considerar num certo sentido ( ilação que aponte para a culpabilidade, retira ilações no sentido de valorar, e profere a sentença, CULPADO ; caso considere em sentido contrário, por exemplo, considerando que subsistem dúvidas, e outros considerandos que considere pertinentes, pode decidir pela ABSOLVIÇÃO, no limite, invocando e aplicando o princípio in dúbio pro reo .
    Como a coisa está parece-me que não está favorável para JS .

    Off-topic: no jornal da tv do meio-dia uma locutora disse que três indivíduos tinham sido identificados pela PSP por terem atirado um ovo à viatura em que seguia JS .
    Um indivíduo atira um ovo, dois individuos atiram dois ovos, três indivíduos atiram três ovos.
    Nas imagens captadas realmente aparece um indivíduo a atira um ovo .
    Dado que é inaudita a visão de três indivíduos a atirarem um ovo, caso alguém os conheça, por favor contactar o Circo Mariano .
    Do ponto de vista criminal, não faço ideia, será talvez um crime tripartido, tirado da cachola dos agentes .

  8. “Do ponto de vista criminal, não faço ideia, será talvez um crime tripartido, tirado da cachola dos agentes .”

    não é crime, mas deveria ser por se tratar de publicidade gratuita à extrema direita e incitamento a actos violentos na via pública. a tvi até usou imagens dos pnr com som fake doutro protesto para publicitar a entrevista durante o período entre a chegada e entrada em estúdio, 2x contei eu, mais repetição no final onde não houve merda por forte presença policial e corte de transito. se fizessem isto no tempo do cavaco tinham interditado o espaço aéreo na zona de banhos da coelha e uma esquadra de protecção f16.

    “O outro crime pelo qual foi pronunciado, falsificação de assinatura, terá a ver com o livro a Confiança no Mundo, que serviu de tese de mestrado a JS, mas que foi obra do Farinho, que por ser professor de direito numa universidade pública, não se podia ter prestado a tal serviço, po isso o contrato foi celebrado com Jane Kirby, advogada e mulher do Farinho .”

    portanto falsificou a assinatura do farinho. conversa de porteira em semana menstrual.

    “No n. 1 o corrupto – quem solicitar ou aceitar – no n. 2 o corruptor – quem der ou prometer .”

    qual é a lei que proibe empréstimos sem pagamento de juros, a que obriga à sua declaração e o limite desses empréstimos?

  9. Há transferências de dinheiros enquanto foi 1º ministro? Não ouvi isso, só quadros e férias (mas não li a acusação, como imagino que nenhum destes distintos comentadores tenha lido)
    Uma coisa que achei interessante ouvir da parte de José Sócrates, até porque desconhecia, foi a explicação da forma como a acusação faz as contas dos propalados milhões em causa: segundo o MP, que assumia que a conta era dele, Sócrates, todos os levantamentos dessa conta por parte do SSilva eram para ele (aquela longa lista que o JACarvalho leu). Uma vez que caiu por terra esta tese (ou seja, pelos vistos a conta era mesmo do SSilva) parece-me que o engenheiro marca pontos quando diz que as contas do MP são pura fantasia (pelo menos uma parte dos levantamentos eram para o próprio titular da conta, como parece credível).
    Não sei como o MP faz prova dos dinheiros eventualmente recebidos (enfim, como disse, não sei) durante o tempo em que foi 1º ministro. Mas se os indícios avançados são do mesmo género, desculpem, mas só pode ser tanga.
    Já agora, quanto à tese de mestrado de que alguém falava lá em cima, só quem não conhece o que se passa com os pagamentos das consultorias a docentes universitários (públicos) é que se escandaliza com o pagamento à mulher do Farinha. Pagamentos desses são mato (os docentes em exclusividade, que são a larga maioria, não podem receber népia, zero, nada). E não vejo problema nenhum em que ele tenha tido um consultor. Daí a afirmar que quem escreveu a tese foi o Farinha vai um passo completamente abusivo (eu li a dita tese, o estilo é totalmente socrático)

  10. Respondo pela ordem decrescente :

    Pergunta ao banco ; e já agora ao DeLille .
    Pergunta à ginecologista ;
    Pergunta ao teu psiquiatra se nao se enganou na dose,

    volta para o circo e vai para lá fazer palhaçada, de caminho passa pela costureira que te está a coser a outra casaca, e, calhando a jeito, aproveita também para comprar um chinó na loja do chinês porque descobres muito a careca, continua a violar o endereço dos comentadores anónimos com inuendos nos nicks que só te fica bem, gente fina é outra coisa, só tem direitos, obriga os outros aos deveres do respeito, mormente respeito pelo sigilo de justiça, mas para sí próprio, só se arroga o exercício de direitos, de ajavardar, insultar, desvirtuar, e abichar a ração, que é para isso que é pago . Burro do caralho, escreve que nem um epomaniaco, vem com som fake e outras digressões e nem se deu ao trabalho de verificar a legislação e contestar de conformidade, consulta a lista de Crimes de Titulares de Cargos Politicos, art.s 16, 17 e 18 .
    E fodez-vous, como diz o francês ! Só sabes de letras, digo, misturar letras, de modo a fazer palavras, e com estas, compôr textos, que exsudam perversidade e esquizofrenia por todo o lado !

  11. — “Se a mãe tinha fortuna, porque precisou do dinheiro do amigo? ”
    Porque o dinheiro é uma coisa que se gasta só uma vez. Torrou o dinheiro da mãe (das heranças de família), torrou o do empréstimo da CGD, e torrou o emprestado pelo amigo. Gastava muito mas além disso toda a gente lhe pedia e ele não sabia dizer que não a ninguém. É um homem generoso e muitos se aproveitaram dele. Aposto que até o motorista se abotoava com os trocos. Por isso o dinheiro voava.

    — “Mas resta sempre a história das entregas em dinheiro vivo para sustentar a vida em Paris. Não foi bonito de saber para quem o admirava como eu”.
    Ainda bem que era dinheiro vivo porque se fosse morto era capaz de ter sido acusado de homicídio. Agora mais a sério: qual é mesmo o problema da “vida em Paris” e do dinheiro “vivo” ? Você ficou desiludida por ele não viver modestamente, ser escravo do trabalho, e muito devoto ? era esse o homem que você admirava ? esse homem nunca foi Sócrates. Quanto ao dinheiro vivo, qual é mesmo a parte que você não entende da necessidade de manter sigilo por parte de um homem que era perseguido pelos tabloides há anos ?

    — “Mas os pagamentos já aconteciam antes de 2011”.
    A minha querida tem de ir ouvir a entrevista outra vez. O Sócrates respondeu ao Zé Beto que foi apenas nos anos de 2013 e 2014. E teve o cuidado de REPETIR a afirmação para que ninguém deixasse de ouvir. Não deve ser mentira porque a ser será fácil de rebater. E contestou o montante. Declarou que são 560 000 aéreos e não 1,7 milhões. Aposto que nem que ele tenha de ir ao Inferno e voltar ele (ou o Carlos Santos Silva) vão arranjar maneira de provar que o restante dinheiro foi gasto pelo amigo com outros fins.

    — “Mas a sua relação com o dinheiro parece-me um caso de estudo e um caso bicudo. Ou porque gosta demasiado e não tem, desgraçando-se e criando o caos entre familiares e amigos, suscitando processos destes, ou porque tem e não o adquiriu nem o guarda de forma legítima. Penso que o tribunal deve decidir, sinceramente”.
    O caso nada tem de estapafúrdio. Tem algum dúvida que ele gosta muito de GASTAR dinheiro ? não é ter é gastar. E também que é muito generoso porque o distribui facilmente quando lhe pedem, comportamento contrário ao dos que gostam de amealhar dinheiro. Tem dúvidas que ele estourou a fortuna da família ? Sabe como se chama a alguém que tem esta relação com o dinheiro ? ESTROINA. É crime ? não.
    Sabe a minha amiga quem foi Winston Churchill (pergunta retórica) ? pois foi um grande governante que morreu afogado em dívidas pessoais porque tal como Sócrates não sabia gerir as suas economias domésticas.

    — “O juiz Ivo Rosa arranjou-lhe uma acusação algo estapafúrdia no final”.
    Pois, parece que no final terá sido o melhor que se conseguiu arranjar.
    Mas, pela disposição que Sócrates demostrou desengane-se quem pense que ele não vai apresentar muito mais em sua defesa do que aquilo que até agora se sabe. Quem esteve atento à entrevista pode perceber o quão minucioso ele foi até agora e o quão minucioso está disposto a continuar a ser.

    PS: Alguém aqui sabe alguma coisa de uma entrevista do Sócrates á Oprah Winifred para passar na CBS ?

  12. Caneco…!!!
    Não viram o que eu vi, comcerteza
    a chamada entrevista do José Alberto de Carvalho parecia um inquérito judicial
    o resto já o disse numa outra resposta num outro post aqui
    Não esquecer como tudo começou
    Outra coisa; sem provas não há arresto.
    Ok?
    Logo de início a “coisa” partiu de um erro comum e banal em portugal . Assim é!

  13. “… continua a violar o endereço dos comentadores anónimos com inuendos nos nicks…”

    yah… meu! tecnologia innuendo a caminho de viseu
    https://www.youtube.com/watch?v=fXptE7hxM1c

    ” … só se arroga o exercício de direitos, de ajavardar, insultar, desvirtuar, e abichar a ração, que é para isso que é pago…”

    pagas nada para vir aqui cagar e reclamas comó caralho se o cagalhão demora mais de 5 segundos a aparecer

    “consulta a lista de Crimes de Titulares de Cargos Politicos, art.s 16, 17 e 18 .”

    deve ser revisão da matéria dada, mas volto a explicar isso é para titulares de cargos públicos e os supostos crimes de que talvez seja acusado teriam sido cometidos quando já não era titular de cargo político.
    gosto particularmente do 3 do artº 16, 3 – “Excluem-se dos números anteriores as condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes.” que deve ser julgado por colectivo composto pelo padre, representante das mães de bragança, porteiro do museu etnográfico, paula bobone e o tudólogo gomes ferreira.

  14. Jasmin: “Ainda bem que era dinheiro vivo porque se fosse morto era capaz de ter sido acusado de homicídio.”

    Obrigado pela boa gargalhada!

  15. Já paguei !
    Ganho x, pouco acima de 2.000, recebo y e pago IRS a 37 %, dinheiro que foi parar ao SS e ao JS, ou os beneficios do corruptor e o vencimento do corrompido eram pagos com fundos próprios do próprio JS ? Depois foi parar aos puxa-saco, como tu, ou trabalhas pro-bono ? Por devoção ? Adulação ? Perversão ? Diversão ? Tem vergonha !
    O Inocêncio coitadinho, tal esquilo que anda a esconder bolotas, andou a plantar tantos blogues para dizerem bem dele que foi necessário recorrer a um pedido de auxílio externo .
    O padre, sugestão tua, talvez, porque “Só sabe o que se passa no convento quem lá mora dentro “ .
    A suposta revisão da matéria dada e a alegada repetição da explicação ignora que há dois momentos, o do pacto, e o da concretização, e que pode suceder que aquando da concretização, já não seja titular do cargo, EM FUNÇÕES. Daí, a irrelevancia para efeitos criminais, de estar ou não, em funções. Ex-titular de cargo público, está implícito na lei, e só assim entendido faz sentido, porque em caso contrario, era uma bela viela de fuga, mas a lei manda que na interpretação da lei se considere um legislador previdente . Mas tu só vês num raio de 150 metros a partir do largo do rato . A ar teu . Vai ao grupo óptico boa imagem .

  16. “Ganho x, pouco acima de 2.000, recebo y e pago IRS a 37 %”

    porra tanto dinheiro para um gajo tão burro e convencido. se fosse teu patrão, metade disso era muito e o irs pouco, aumentava para 57% porque nestes casos devem ser consideradas as “condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes”.”

    ” dinheiro que foi parar ao SS e ao JS, ou os beneficios do corruptor e o vencimento do corrompido eram pagos”

    temos outro bataglia, se tens provas manda para o alex que ele paga-te as despesas de deslocação e bem negociado faz-te um abatimento nos 57% acima. mas não é garantido que o rosa vá na conversa.

    “Depois foi parar aos puxa-saco, como tu, ou trabalhas pro-bono ? Por devoção ? Adulação ? Perversão ? Diversão ? Tem vergonha !”

    a grande verdade e revelação da noite, não vais acreditar, sou um puxa-saco com fétiche por trolhas como tu e não imaginas o gozo que me dá discutir com idiotas como tu. desculpa a ilusão que alimentei, pensavas que vinhas aqui para o aspirina falar com ministros, ex-ministros, banqueiros, ceòs, poetas, intelectuais, malta que lê jornais cor de rosa no ancão e eu nem sequer sou o gerente do tasco, não tenho acesso àquelas cenas que dão acesso a farejar burrice através do nick ou identificar um artolas pelo ip, isso é nos filmes da série lex & tex. portanto segunda desilusão, voltas à casa de partida na descoberta das fantasmas que te apoquentam tal como acaba de acontecer à operação marquesa joana, mas um fiscal das finanças nunca desiste de encontrar um contribuinte corrupto passivo para lhe propor um acordo de cavalheiros no interesse de ambos e que o compense dos prejuízos causados pelo socras.
    o resto continua um dia destes se me apetecer, agora vou passear as cadelas. xau.

  17. Ó ilustre Penélope,
    está a tentar responder à errada questão que a inquieta — «Será que o Sócrates, afinal, não é nenhum santo?» –, quando a pergunta certa e importante não é essa, mas sim: «Será que José Sócrates é mesmo o Demónio que nos fizeram crer que ele é?».
    Pense bem nisto, por favor.
    Ninguém aqui pensa ou pensou que Sócrates é um santo, acho eu, se bem que se possa ter uma opinião muito favorável sobre a sua governação, que aliás não foi só sua, foi a do PS.
    Mas a questão que nos incomoda e revolta é outra bem diferente: o os outros como ele, serão santos?
    Pois, vejamos.
    Imagine um País justo e imparcial, onde o que se investigou sobre José Sócrates, com os mesmos meios, judiciais e, sobretudo, mediáticos, e ao longo do mesmo tempo, também se conseguiu investigar sobre Paulo Portas, sobre Alberto João Jardim, sobre Joana Marques Vidal, sobre Carlos Costa, sobre Maria Luís Albuquerque, sobre Cavaco Silva, sobre Passos Coelho, sobre Sérgio Monteiro, sobre Dias Loureiro, sobre Carlos Alexandre, sobre Pinto Balsemão, sobre Durão Barroso, sobre inúmeros Presidentes de Câmara e Vereadores deste País, sobretudo dos Municípios com maior intensidade de construção (Cascais, Sintra, Sesimbra, Braga, Portimão, etc.), repito, com os mesmos meios e durante o mesmo tempo, incluindo detenções espectaculares e prisões preventivas, de meses a fio. Depois, monte para cada um deles uma mega-acusação, em que cinco sextos da mesma sejam invenções e delírios do Ministério Público, sem pés nem cabeça, e espere. Pense bem…
    Agora, diga-nos: o que é que julga que o portuguesinho médio, ou o médio-alto, o baixo e o mais boçal e básico iriam todos pensar desta gentinha? Que, afinal… não eram santos? Coitadinhos…

    Se ainda não percebeu tudo, acrescente às suas reflexões o que deverá concluír de um País em que, desde a Presidência da República à Ministra da Justiça, passando pela Procuradora-Geral da República e pelas mais elevadas instâncias do Poder judicial, se congeminou esta FARSA GROTESCA, sem que ninguém se atreva a dizer que O REI VAI NU.

    Pense e depois diga-nos, se a sua preocupação existencial continua a ser a magna questão da santidade de Sócrates.

    Nada de novo, como se sabe.

    Já se viu caír Constantinopla com as elites e a opinião pública locais gravemente preocupadas com o sexo dos Anjos…

  18. Esqueci-me de Leiria, claro.

    E de muitos outros mais, sim: Gondomar, Marco de Canavezes, Gaia, evidentemente… Mas sobretudo Leiria, sem qualquer dúvida!

    Bem vistas as coisas, o único Município que verdadeiramente já não precisa de figurar nesta lista é Oeiras, pois. Porque também já teve um bode a expiar as culpas dos outros todos…

  19. Falto eu, tem toda a razão!
    E tantos, tantos outros que eu poderia indicar, que até se borravam todos se soubessem que os procuradores da judite lhes iriam devastar a vida como fizeram a José Sócrates!
    Até o Pinto da Costa!
    Até, seguramente, esse patifório do marques mendes…
    Marco António Costa.

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