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Amiga dos animais

«António Costa deveria ter demitido lá atrás João Galamba. Galamba há muito que não reunia as condições políticas para se manter e aqui a teimosia de António Costa saiu-lhe caro. Não ter deixado cair João Galamba na altura certa custou caro ao país e agora, ao invés de estarmos a discutir o Orçamento do Estado, estamos mais uma vez com um caso demasiado grave.»

Fonte

Rosália Amorim e João Pedro Henriques, dois serviçais do laranjal, ouviram Inês Sousa Real anunciar ter sido Marcelo Rebelo de Sousa o mandante, na lógica da sua tese, do que não passa de uma inventona do Ministério Público para derrubar um Governo de maioria absoluta. Será uma teoria da conspiração banal se dita como desabafo pelo arraia-miúda, torna-se potencial matéria de escândalo se vocalizada por uma deputada. Os jornalistas presentes não quiseram saber, ou já sabiam, e saltaram logo para outro assunto.

Porque não existe imprensa em Portugal, a deputada não voltou a ser interrogada sobre a fantástica hipótese. Mas ela é cristalina: ter cedido à chantagem do Presidente da República para decapitar Galamba, em Fevereiro, teria permitido ao primeiro-ministro estar tranquilamente a discutir o Orçamento de Estado em Novembro. Vai daí, por causa da “teimosia” de Costa, em Belém mandou-se os procuradores colocar uma bomba suja em S. Bento, deixa nas entrelinhas a plácida Inês. A ser verdade, estaríamos numa república de papa de bananas.

Será verdade? Do que se viu até agora da operação Influencer, o Ministério Público parece estar dominado por alimárias. Isso torna mais provável que uma amiga dos animais as conheça de ginjeira.

Nas muralhas da cidade

Democracia sufocada

NOTA

Esta denúncia tem especial importância por vir de uma personalidade com relevantes responsabilidades no Ministério Público ao longo da sua carreira. Mas igualmente merece dois importantes reparos por vir de uma personalidade com relevantes responsabilidades no Ministério Público ao longo da sua carreira.

Primeiro, a violação do segredo de justiça é crime. Se quem o comete são magistrados, decorre que o Ministério Público está sujeito à acção criminosa de criminosos sob a capa de magistrados. Cândida Almeida finge que não percebe o nexo lógico ou não tem coragem para verbalizar o óbvio.

Segundo, a seguinte passagem é falsa: “Pela primeira vez na história da nossa liberdade assiste-se de forma grave e perigosa a uma negativa conexão entre a Justiça e a Política.” Não sei onde Cândida Almeida tinha a cabeça ao escrever a frase, posso é garantir que não foi nos factos históricos que invadiram a nossa democracia a partir de 2004 com o Freeport, ou até dois anos antes com a Casa Pia.

Onde anda a Procuradora-Geral?

Não é que se veja muito. Antes de ter ido falar com o Marcelo, no dia 7, eu até pensava que a senhora era loira, há tanto tempo a não via! Mas, perante as convulsões políticas e o alarme que as acções dos magistrados do Ministério Público causaram – escusadamente, velhacamente, propositadamente? – e depois de o próprio gabinete de imprensa da Procuradoria ter demitido um primeiro-ministro através de um comunicado venenoso e/ou irresponsável, o que tem Lucília Gago a dizer? Nada? E a fazer? Também nada? Pensará que é como o Presidente Marcelo?

Eu penso que se devia demitir e explicar bem porquê.

Que saudades do super juiz

A malandragem ligada ao corrupto Costa (qualquer um deles, incluindo o Afonso Costa) que saiu em liberdade teve muita sorte. Apanhou pela frente com um juiz tão corrupto como eles, que tratou logo de lhes dar soltura.

Saudades do Calex. Que pena terem corrido com o único juiz que nos poderia defender do polvo socialista. Miséria, pá.

O desmentido do Presidente da República. Já chega de desvario

Depois do caso da cunha para tratamento de duas gémeas brasileiras em Portugal, que em 14 dias passaram a ser portuguesas, segundo as notícias, e de tudo o resto que entretanto aconteceu relacionado com a demissão de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa vem agora desmentir, em nota publicada hoje, que tenha convidado Mário Centeno para liderar o executivo depois da demissão de António Costa (apesar de nunca ninguém ter dito tal coisa), e também que tenha tido conhecimento e dado o seu aval a essa sugestão do primeiro-ministro.

Sabemos como Marcelo R S vê tudo, ouve tudo e reage a tudo o que se diz e acontece (e muito na hora), mesmo que não lhe diga respeito. Pois bem. Então porque esperou dois dias para publicar este desmentido? Porque não logo no sábado?

Depois de a comissão de ética do Banco de Portugal ter decidido avaliar a conduta do seu governador e reunir-se esta segunda-feira para averiguar da incompatibilidade da assunção do cargo temporário de primeiro-ministro pelo governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, com a sua função actual é que Marcelo Rebelo de Sousa se lembra de vir desmentir o que António Costa disse, claramente articulado, dois dias antes? Que contactou Mário Centeno para o substituir com o conhecimento do Presidente da República? É estranho e nunca visto da parte do Presidente.

 

Se é certo que Marcelo acabou por decidir dissolver a Assembleia e convocar eleições, não me parece que haja contradição com o facto de ter ouvido a proposta de Costa e de não ter manifestado oposição, permitindo que avançasse com o contacto (tanto mais que o Conselho de Estado se dividiu claramente sobre esta matéria). Terá ficado assustado com a hipótese de o seu nome ficar associado a um acto “pouco ético” ou mesmo “ilegal”, segundo alguns dos seus amigos? Pode ser, mas, com tudo o que sabemos, isso faz-me rir.

 

Por outro lado, cabe na cabeça de alguém que António Costa tenha afirmado alto e bom som que deu conhecimento ao Presidente da República da sua iniciativa e que isso seja mentira?

Perante outros, este caso não é de grande gravidade, mas o que interessa a Marcelo é que não pode ser provado. Este final de presidência é simplesmente deplorável.

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Dominguice

As autoridades foram a casa do ministro das Infraestruturas. Juiz, procurador, polícias. Vasculharam armários, abriram gavetas, reviraram papéis. Deram com o haxixe. O haxixe não tinha qualquer relação com a investigação que os tinha levado lá, nem a quantidade apreendida configurava crime. Apesar da sua irrelevância judiciária, alguém no grupo invasor tratou de passar para os jornalistas a novidade: confirmava-se que o Galamba era um ganzado. Depois da pequena fortuna escondida em livros num gabinete de São Bento, apanhar um ministro drogado era o supremo encanto da operação Influencer, e logo aquele ministro. Os canalhas e a canalha cuspiram-se de gozo. Mas a mim parece que se devia ter ido mais longe. Já que as autoridades se permitem violar a Constituição com esse à-vontade, era de aproveitar para nos contarem se a escova de dentes do Galamba já ultrapassou ou não os três meses de uso, se o frigorífico tem alimentos saudáveis ou apenas restos de pizzas e enlatados, se os seus chinelos de dormir manifestam bom gosto e não estão gastos, e se na tulha da roupa encontraram cuecas com o mapa de África, ou que fosse só o Arquipélago das Berlengas, a precisar de lavagem à mão.

Se é para amocharmos perante o totalitarismo judicial-jornaleiro, então valia a pena melhorarem a espectacularidade dos linchamentos.

Temos a Justiça que queremos ter

Como disse Pedro Marques Lopes, mesmo que a operação Influencer (com outro qualquer nome giro) se tivesse limitado à pessoa de Vítor Escária, e a única situação visada pelas autoridades fosse relativa ao dinheiro encontrado no seu gabinete da residência oficial do primeiro-ministro, Costa continuaria a ter de pôr o lugar à disposição. Trata-se de uma irresponsabilidade demasiado grave que compromete todo o Governo e, especialmente, o líder do Executivo. Podemos depois imaginar que Marcelo não aceitaria a demissão, tendo em conta o colossal prejuízo de se ir para eleições com o PRR na berlinda e demais decisões governativas urgentes para a população, ou que então aceitasse a troca de primeiro-ministro e ministros, mas nesse cenário o Governo ficaria duplamente diminuído: nas mãos do Presidente e sem autoridade moral perante a oposição.

Se esse dinheiro de Vítor Escária provém de um qualquer ilícito (nem que seja meramente fiscal, como no mínimo parece inevitável), estamos perante um estupendo traidor a quem lhe deu tanto poder político e social, e ainda ao próprio País por via das consequências da sua acção. Se esse dinheiro está limpo, se nasceu de uma mania de ir ao multibanco levantar parte do ordenado para se divertir a guardá-lo no gabinete porque é taradinho, então à mesma toda a sua competência para ocupar aquele cargo fica posta em causa — arrastando na sua queda o critério de quem o escolheu e com ele trabalhou com tanta proximidade e confiança.

Assim, a demissão de Costa era inevitável pois a operação Influencer atinge-o em diferentes pontos nevrálgicos que comprometem a sua credibilidade e capacidade política, envolvendo suspeitas bem mais graves do que saber a origem do dinheiro encontrado no gabinete de Escária. Se vier a ser rapidamente ilibado das suspeitas pendentes no inquérito, continuará a sofrer as consequências de todas as peripécias judiciais futuras com os restantes envolvidos. Tal pode demorar anos e anos. É o mais espectacular volte-face na reputação de um político em toda a história de Portugal que a minha pobre memória alcança. Isto porque António Costa era, até 6 de Novembro de 2023, o cidadão em melhores condições para chefiar o Governo, a anos-luz da concorrência na oposição.

Reconhecendo esta factualidade, podemos admitir que as autoridades estão a agir dentro da lei, cumprindo o seu dever. É bom manter este viés republicano de crença na Justiça democrática. Mas é ainda melhor acrescentar-lhe as evidências de termos uma Justiça que comete crimes, os quais ficam sistematicamente impunes. Importa recordar a operação Marquês para se compararem procedimentos e estratégias de comunicação. Nos idos de Novembro de 2014, a detenção de Sócrates foi acompanhada por uma campanha mediática originada no Ministério Público, um blitzkrieg de calúnias, onde se fez o julgamento instantâneo desse cidadão. Anos depois, depois de tudo e todos devassarem, nada do que então se alegou como prática criminosa se mantinha de pé. O processo arrastou-se sem provas de corrupção até que, prazos processuais há muito queimados, conseguiram sacar um acordo com um arguido que obteve vantagens por fazer uma declaração que finalmente permitia aos procuradores ter um ponto de apoio para a sua alavanca justiceira.

Os actuais alvos da operação Influencer são, em diferentes graus e modos, cúmplices dos algozes da operação Marquês. Como cúmplice é a sociedade portuguesa, salvo raríssimas excepções.

1ª ilação da operação Influencer

Os Governos do PS são os mais seguros para o País. Há sempre alguém do Ministério Público à coca. Vai tudo varrido a escutas, do porteiro ao primeiro-ministro. Depois decide-se o que apenas serve para a indústria da calúnia, o que se partilha com o pessoal do PSD, e o que dá para iniciar a caçada. Com este supremo encanto: a caçada começa quando apetecer ao caçador, porque ele caça no galinheiro.

Donde, diria que é uma questão de segurança nacional continuarmos a ter Governos do PS. É que com a direita no poder as maquinetas das escutas no Ministério Público ficam subitamente avariadas, os agentes secretos deixam de ter ajudas de custo para os transportes, e essa gente séria direitola sente-se livre para ir jantar fora sem pagar. Até chegam a reunir uns com os outros.

Exactissimamente

Declarações do presidente do Supremo sobre corrupção são “de tasca”

NOTA

Atente-se à citação do que está em causa:

«"Seria um bom instrumento para combater o fenómeno da corrupção que está instalada em Portugal e que tem uma expressão muito forte na administração pública. Isto não é uma simples perceção, é uma certeza", referiu o presidente do STJ, continuando: "Sabemos que os casos de corrupção têm aumentado e, apesar de a investigação a este tipo de criminalidade ter aumentado, os resultados ficam muito aquém daquilo que se sabe que existe". <- Fonte

O fulano, Henrique Araújo, tem ou vai ter em breve 69 anos, provecta idade. Está no topo da carreira, montado em cima de quatro décadas como magistrado. Apesar destes predicados, faz declarações públicas acerca da corrupção que não se distinguem das que ouvimos no sensacionalismo mediático, na indústria da calúnia e no populismo de direita. Só que essa afinidade consegue não ser o mais grave nas suas palavras.

Ao declarar que a corrupção está “instalada em Portugal“, o seu discurso não apresenta nem rigor científico, nem factualidade informativa. Nenhuma fonte documental se refere, nenhum estudo ou relatório se indica para sustentar o tremendismo do verbo. Trata-se — precisamente ao contrário da dignidade institucional e responsabilidade deontológica inerentes ao seu estatuto profissional e actual cargo — de uma retórica moralista com a finalidade de difamar e caluniar o poder político em geral; e, em especial, o actual Governo e o PS. Uso “calúnia” no seu sentido jurídico, pois o presidente do STJ atreve-se a soltar esta bojarda: “Isto não é uma simples percepção, é uma certeza.” Ou seja, o cidadão Henrique Araújo, o qual acumula com ser um dos mais poderosos agentes da Justiça em Portugal, tem certezas acerca de pessoas que considera serem corruptas apesar de nenhum tribunal as ter condenado por tal, umas, ou sequer terem sido alvo de investigações judiciais sobre esse tipo de crime, outras.

O ideal da democracia, da República e do Estado de direito parecem ser conceitos estranhos aos neurónios deste senhor.

Clube de fãs da Ângela Silva

«A tragédia em Gaza “ganha com o silêncio, com a diplomacia”, dizia o Presidente da República há 15 dias, antes de se meter na guerra num bazar, que o levou a uma manifestação e o deixou sob um fogo de críticas. Terá sido apenas a dinâmica individual e imparável de Marcelo? Ou quereria o Presidente, perante a tirada de Guterres e o voto do Governo pelo cessar fogo, equilibrar o jogo face a Israel?»

Da nossa Ângela

Há dias, semanas, meses e anos para falar do que origina o pedido de demissão de Costa. Pelo que aproveito a ocasião para ir a um seu aspecto lateral, dando conta deste indescritível número circense que a Ângela publicou. Nele, assume-se tranquilamente que a palavra do actual Presidente vale menos do que o papel onde se embrulham castanhas. É com descontracção que se relata o comportamento insensato e degradante de um Chefe de Estado. E é com despudor que se promove o abuso constitucional que consistiria em termos Presidentes da República com políticas diplomáticas em confronto com as do Governo ou fantasiados de simétricos do secretário-geral da ONU.

Mas a suprema aberração deste naco de prosa está na associação entre as cenas que causaram espanto e censura generalizada inclusive à direita, no que é o momento mais baixo dos mandatos presidenciais de Marcelo (superando em clamor social o episódio da chantagem para a demissão de Galamba), com uma psicadélica e folclórica estratégia para “equilibrar o jogo face a Israel”.

Que jogo é esse, Ângela Silva? A senhora relê o que escreve ou limita-se a teclar o que lhe ditam?

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Intermittent fasting is safe, effective for those with Type 2 diabetes, study suggests
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Dominguice

Quase tudo imaginável, para ti ou para mim, não é possível. E quase tudo do que é possível, para mim ou para ti, não será sentido, pensado, vivido. Quase tudo do que somos, tu ou eu, não nos chega à consciência. E quase tudo do que nos chega à consciência, a minha ou a tua, não nos chega à atenção.

A humildade criativa consiste em estar atento à atenção.

Dissolução do Presidente da República

Depois da cena abstrusa e indecorosa, patareca, de Marcelo com Nabil Abuznaid, representante da Autoridade Palestiniana, já não é possível continuar a fingir que o actual ocupante de Belém tem condições cognitivas para exercer o cargo. Não tem.

Os episódios sucedem-se, a tipologia do descontrolo está registada, falta só uma autoridade clínica assinar o diagnóstico. O problema de Marcelo não é político nem moral, não se justifica agitando a caricatura da sua personalidade mediática, é neurológico. Vamos ter uma novidade no regime, a renúncia de um Chefe de Estado e a antecipação das eleições presidenciais.

E quanto mais cedo melhor, para o seu próprio bem. Para o bem da República.

O Presidente de todos os quadrilheiros

«Questionado sobre a escolha de João Galamba para intervir em nome do Governo no encerramento do debate orçamental, o Presidente da República referiu que já na Moldova teve oportunidade de dizer que, excetuando a TAP, não costuma pronunciar-se sobre infraestruturas.

"Portanto, uma intervenção que é sobretudo no domínio das infraestruturas é um desconforto, não é para mim, pode ser para quem porventura tenha tratado desse tema no passado mais próximo ou remoto. Eu não", considerou.»


Fonte