Ouviram-se repetidamente fortes pancadas vindas de um jazigo e o coveiro foi ver o que se passava. Levantou a tampa do caixão e reconheceu logo o dinossauro de Boliqueime, que ali se encontrava em merecido repouso desde 2015. Passava perto, perfeitamente por acaso, um repórter da Rádio Renascença, que logo aproveitou para entrevistar o paquiderme. Não é todos os dias que se pode entrevistar um dinossauro zombie. Este, pondo-se em bicos de pés dentro do esquife, fez então a seguinte declaração:
“Nas eleições legislativas de 2019 não votarei nos partidos que apoiarem a legalização da eutanásia e procurarei explicar àqueles que me são próximos para fazer a mesma coisa. Estando em causa a defesa do primado da vida humana, entendi que devia fazer uso das duas armas que me restam como cidadão: a minha voz, não ficando calado, e o meu direito de voto na escolha dos deputados nas próximas eleições legislativas.”
Dito isto, o dinossauro zombie deitou-se no caixão e, fazendo utilmente uso do seu direito de não ficar calado, disse para o coveiro:
– Volte a pôr a tampa.
E o coveiro, reposta a tampa, correu à casa de banho mais próxima a soltar o vómito que a simples visão do bolicoiso lhe provocara, transformada em tortura insuportável pelos horríveis sons que escorriam da cloaca malcheirosa exibida pelo bicho no local que, na espécie humana, corresponde à boca.
Curioso que os grandes adeptos de eutanásias oportunas, abortos oportunos, e todos os crimes que ajudassem aos apuramentos de raças perfeitas, não eram apanágio de quem se jugava de esquerda, antes pelo contrário.
Como as coisas se inverteram, porra!
Viva a esquerda sem imaginação.
Reaça, o direito de morrer dignamente não tem nada a ver com as práticas de Josef Mengele, como sabes bem. Parece que a falta de argumentos é que te leva a dizer estes disparates.
Vai-lhe chamando nomes, inocente Júlio.
Tem ainda mais, as bandeiras das esquerdas
como as recentes barrigas de aluguer, os semens emprestados e selecionados cientificamente, tudo aprovado às esquerdas, é uma continuação dos tais apuramentos de raças.
Corpo são, coito são…vai tudo lá parar.
Todo o burro come palha…é preciso saber dar-lha!
A esquerda é direita, a direita é esquerda, o branco é preto, o preto é branco, ou amarelo, ou cor de burro quando foge, dependendo. Newspeak, nada que o Orwell não tivesse previsto, só lhe escapou que neste maravilhoso futuro presente qualquer idiota inventaria a sua própria variante, ou dialecto. Concluindo: todo o burro come palha, toda a palha come burro, o idiota é génio, o génio é idiota, foda-se que já gripei a nevróglia, vou comprar uma latinha de anchovas para repor o ómega 3, volto quando desfizer o nó cego nas sinapses.
Ó Júlio, sabes se o CEO do Aspirina B está preso ou caiu no hospital (sintomas de uma indigestão no almoço dos 20 euros)?
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Valupi, larga o vinho (e assiste às cenas do congresso do PS, ali para os lados Batalha, enquanto te enfrascas solitariamente mais uma vez … que isto agora é só andares a coleccionar desilusões).
Canta um faduncho, olha!
… pois, pois, numa fase inicial sou eu que decido quando quero morrer.
Logo chegará a fase em que será a camarilha a decidir que já estou cá a mais, e então o Estado todo poderoso mandará que me amarrem e se injecte nas minhas veias produto que me parará, sem prévio direito de audição. Então numa sociedade que envelhece a olhos vistos dá cá um jeito, vejam o que se poupa. Os mecanismos para virar os novos contra os velhos já são conhecidos, tem sido usados com sucesso de há uns anos a esta parte. O Costa que se ponha a pau, chega-se a velho num instante, já os delfins lhe ambicionam o lugar.
Os dino ssauros nunca poderiam ser paquidermes
“que ali se encontrava em merecido repouso “?
Em merecido repouso estávamos nós, até que a múmia resolveu levantar-se da sepultura e voltar para nos assombrar.