Por volta de 2008, ainda Passos Coelho estava longe de chegar ao poder e já tinha duas ideias. O que, para um gajo com três neurónios, rondava perigosamente o limiar do esgotamento cerebral.
Uma dessas ideias era a privatização da RTP, para acabar de pôr o resto da comunicação social em mãos exclusivamente de direita. Cenário alternativo era a extinção pura e simples da empresa de televisão e radiodifusão do Estado, dado que as empresas privadas do ramo, gente amiga, não deitariam foguetes por ficarem com mais concorrência, se a RTP fosse vendida.
A outra ideia coelhina era a privatização da Caixa Geral de Depósitos, porque lhe fazia impressão que na administração do banco do Estado houvesse ainda uns pelintras sem cartão laranja. O mangas, muito excitado, imaginava já a quem entregar a joia da coroa. Futuramente, quem sabe, talvez lhe calhasse na administração uma cadeira para adoçar a reforma, como calhara já a outros.
Entretanto o mundo deu umas voltas e o Coelho evacuou as duas ideias solitárias que acalentava em 2008. Desde então, a banca privada portuguesa mergulhou até aos olhos nas mais sórdidas histórias de delinquência financeira – ou, pelo menos, a crise tornou visível a bandalheira que já vinha de trás. Uns tantos bancos foram virtualmente à falência, incluindo o BPN, o BPP e o BES. Os outros andam por aí de mão estendida, à espera do BCE ou da Isabel dos Santos. A Caixa, entretanto, foi obrigada a ajudar o Estado em várias operações de salvamento da banca privada falida. Ao que chegámos!
Os jornalistas lacaios que pululam por todo o lado como baratas tontas ainda não perguntaram ao Coelho porque é que ele já não propõe a privatização da Caixa. E, já agora, da RTP.
Passos Coelho não privatizou a CGD mas retirou-lhe as natas
http://olhodeboi.blogs.sapo.pt/haja-alguem-que-explique-66769
de uma maneira que tarde ou cedo alguém vai ter que explicar
Os funcionários públicos, auto intitulados há 40 anos como “trabalhadores” entraram numa das várias greves anuais devidamente programadas como habitualmente há 40 anos.
Bem hajam!
ai que gostei tanto de ler sobre a ideia de mixomatose das ideias coelhinas! :-)
” Futuramente, quem sabe, talvez lhe calhasse na administração uma cadeira para adoçar a reforma, como calhara já a outros.”
As cadeiras da administração que já calharam a outros foram atribuídas quando a CGD era privada ou pública? Foram atribuídas por partidos à direita ou à esquerda?
… juro que não fui eu! Juro!
Se a CGD não fosse pública o que seria da banca privada.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3509388
“Na primeira metade de 2009, o BPN já sob gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) terá concedido mais de 500 milhões de euros de crédito a cerca de 80 empresas que deram como garantias apenas 81 milhões de euros.”
Mais um post jujumentino.
Estas greves da função pública são muito bons para o ambiente.
É muito agradável um dia sem cheiro a sovaco.
Que alívio!
Pois é, os que trabalhavam que nem uns danados eram os do BPN, BPP, para além de outros lídimos representantes da iniciativa privada. Ah, é verdade, e também os do BES que inundavam de odores pestilentos, produtos da sua aplicação laboral, a Av. da Liberdade (?).
Acrescente-se, ainda, o Paulinho das Feiras, quando assentou praça na aviação submarina. Depois de ter manchado as camisas de transpiração no acto….das 60.000 fotocópias.
“A Caixa, entretanto, foi obrigada a ajudar o Estado em várias operações de salvamento da banca privada falida.”
Não percebo esta esquizofrenia: há dias em que se critica o governo (este ou qualquer outro) por colocar o salvamento da banca privada acima do bem estar das pessoas; noutros dias louva-se o papel da CGD enquanto instrumento dos governos para salvar a banca privada falida.
A banca privada falida devia ter falido: salvaguardando os depósitos até um limite razoável, implicando perdas totais de capital aos capitalistas (accionistas). A CGD não devia ter sido usada para salvar a banca privada falida. Enquanto for pública a CGD vai servir sempre para tudo mais um par de botas (incluindo para distribuir cargos a políticos desempregados). Só quem não conhece a CGD é que não percebe que a CGD é hoje o grande campo de batalha entre detentores de cartões de militante do PS, do PSD e do CDS/PP por cargos e poder.
“a CGD é hoje o grande campo de batalha entre detentores de cartões de militante do PS, do PSD e do CDS/PP por cargos e poder.”
Eh pá……., e nem um comunistazito para amostra nem nada?