Quando Mariana Mortágua for ministra das Finanças – sonho que o Xico Louçã teve em maio deste ano – vai certamente pôr em prática as suas ideias sobre a renegociação da dívida, o controlo dos bancos pelo Estado, a reversão das privatizações e outras miudezas, como por exemplo meter o sistema financeiro internacional nos eixos.
Ora aqui está uma boa razão para nos irmos precavendo e procurarmos saber o que diz o livrinho que Mariana traz agora a público, certamente como sugestão de presente de Natal, para oferecermos aos amigos que mais detestarmos. O título do livro é: “No Sonho $elvagem do Alquimista” (o cifrão está lá, não é meu). Parece estúpido, e é.
Mariana odeia banco$, por isso ela e o Bloco querem “metê-los na ordem”. Querem controlar o sistema bancário, tal como querem renacionalizar as principais empre$as portuguesas, a começar pela EDP, GALP, ANA e CTT, que também odeiam. Prevê-se, contudo, que Mariana deixará de odiar empresas e bancos quando estiverem todos sob a sua alçada como ministra das Finanças. O título desse filme de terror será, sem dúvida, “No sonho $elvagem do Louçã”.
“Levar a banca à glória” é uma velha expressão de jogos de mesa que retrata bem o que a Mariana, o Xico e o Bloco pretendem: apoderar-se do dinheiro da banca, que é “do povo”, para o utilizar na realização do programa lunático do seu partido. Por exemplo, para renacionalizar as tais “empresas estratégicas”, que eles querem recomprar aos accionistas.
Para quem já cá andava em 1975, tudo isto soa a farsa trágica. Mas a Mariana só nasceu em 1986 – sob o cavaquismo, coitada.
enquanto pedirem o impossível justificam a existência e a seita sobrevive.
quando participam na resolução dos problemas perdem votos e lá se vai a sobrevivência.
resumindo: o segredo do negócio é empatar, aproveitar os avanços e reclamar grandes conquistas do povo que eles nunca aprovaram.
desta vez foi forte demais e não creio que a campanha para limpeza da imagem que a comunicação social lhes anda a promover seja suficiente para os safar dum péssimo resultado eleitoral. esperemos que a próxima aritmética parlamentar acabe com o negócio das abstenções estratégicas.
“que eles querem recomprar aos accionistas.”
Para além da frase acima tudo de acordo Valupi.
Contudo é um erro considerar que os putos, pós 25A e sem vida prática pessoal própria para lá dos livros e estudos de sebentas, queiram “recomprar” o que quer que seja, bancos e empresas, aos actuais donos; querem sim nacionalizar simplesmente e depois fundamentam com o argumento que pensam, mas não têm coragem de afirmar agora, que tudo era e é propriedade do país roubada por negociatas e corrupção e que os lucros obscenos já declarados já pagaram bem essas empresas; é o argumento normal de quem pensa no poder como totalidade sem o nomear.
Se os elevarem ao poder e os deixarem à solta bastam um-dois anos para transformarem o país numa Venezuela com os habituais álibis paradoxais e fraudulentos da vulgata marxista.
O ideólogo da Marianita revolucionária será também o farsante Louçã da “sic” mas, ceio eu, que o seu ídolo e modelo de pensamento será o antigo ministro do Syriza, Varoufakis.
é médicos “marrões ” e políticos universitários teóricos , duas barbaridades “modernas e cientificas” que pagamos caro.
jose neves, o texto é do Júlio.
O que pensará realmente Louçã acerca do seu sonho? Acreditará que ainda vai assistir à queda do capitalismo e à entrada na terra prometida? Ou apenas pretende desfrutar, enquanto der, do seu nicho de mercado? Pagava 10 euros para saber.
“a começar pela EDP, GALP, ANA e CTT” porque já houve um “Mortágua” que começou pela reversão da privatização da TAP, provavelmente a decisão política livre e consciente (para a distinguir das tomadas sob a pressão do colapso do sistema bancário) mais lesiva do erário público português, desde 1975. Tão ruinosa, que acredito que nunca saberemos o custo da mesma (pelo rumo que as coisas estão a tomar, só vendo a CMTV, o que não faz bem à saúde).
(Um comentário fora da caixa)
O be, politicamente, é uma farsa. Não tem um rumo definido, uma verdadeira identidade ou entidade de história. Em boa verdade não difere muito dos restantes partidos em Portugal, Com uma exceção: o PS,
O PC quando “regressou” a Portugal após Abril, desconhecia a realidade nacional, imaginava um país mais atrasado do que efetivamente era, vivia alheado do rico movimento associativo, especialmente, cultural, já existente- julgou que eram favas contadas. O PSD é um partido marcelista/salazarista constituído por milhentos licenciados nas mais diversas áreas em busca de emprego e proteção do Estado. O capitalismo português é um pobre diabo… – quase não existe. Perguntem à CGD e ao Bes/Banco Novo. E ao Banco de Portugal. O que existia foi entregue pelo PSD ao capital estrangeiro.
Se a democracia triunfou em Portugal em 25 de Abril, deveu-se aos oficiais democratas do MFA – que não eram tantos como se possa imaginar -, a três partidos, o PS, o MDP/CDE e MRPP, a Ramalho Eanes e a muitos milhares de órgãos de vontade popular, como, por exemplo, comissões de trabalhadores, sindicais, moradores, etc… O PS é o único partido em Portugal que tem um rumo definido, uma verdadeira identidade ou entidade de história. O grande erro do PS foi ter deixado de ser um partido de inspiração marxista no tempo de V. Constâncio. As suas bases ficaram entregues aos bichos.
(……..e eu ralado)
José Neves: limitei-me a citar o programa do Bloco para esta legislatura, que parece que ninguém lê. Lá se diz que a “renacionalização das empresas estratégicas” seria negociada com os accionistas e financiada por emissão de dívida pública.
https://programa2019.bloco.org/images/programa-sem-fotos.pdf , pág. 40.
Portanto, eles não pretenderiam “nacionalizar simplesmente”, como afirmas. Como não têm poder para fazer porra nenhuma sem o PS, quereriam que o governo do Costa largasse uns 20 mil milhões para lhes fazer a vontade. Como os bloquistas também dizem que querem renegociar a dívida, mais ou menos 20 mil milhões para eles é canja. Primeiro contrai-se a dívida para realizar o programa do Bloco, depois não se paga ou paga-se a 90 anos (sic) e com descontos especiais para bloquistas.
Mas se o eleitorado endoidecesse e lhes desse os votos necessários para governarem, não duvido que quisessem nacionalizar à moda antiga, como em 1975.
Ok, ok, isto é um blog socialista, e quem o quiser ler já sabe o que se arrisca a encontrar pela proa.
Tudo bem ,no hard feelings…
Porém, a vulgata socialista não é, oh não, mais harmoniosa que a vulgata marxista…
Samuel, tens aproveitado este blogue para emitir livremente a tua opinião e pronunciar-te sobre as opiniões dos outros. Há poucos sítios na net onde o possas fazer tão livremente como aqui.
Esqueceste foi dizer o que pensas sobre a renacionalização das empresas, a emissão de dívida pública, o pagamento da dívida, etc.
Pois. Como não confiamos no Estado para gerir empresas estratégicas, entregamo-las a poderosos grupos privados, com interesses geopolíticos obscuros, que apenas pretendem maximizar o lucro independentemente das consequências.
Claro que a banca privada é algo que já está tão entranhado no nosso subconsciente que não passa pela cachimónia do pessoal ser contra esta aberração que arrebanha a riqueza das comunidades e as condiciona a seu bel prazer.
“Ah e tal, é que sai mais caro aos contribuintes” diz esta gente. O caralho.
Dou razão aos bloqueiros nisto, embora pense que a conversa deles não passa de retórica barata porque, sejamos pragmáticos, as ações desta cambada acabam por, invariavelmente, nos conduzir a governos de direita que arrasam de imediato todas as pequenas conquistas conseguidas no setor público.
Não é a “esquerda” ideal, mas ainda vou votando PS. É o que se arranja.
PS- Aproximam-se eleições e os mérdia já começam novamente a falar no Sócras. Pois.
“Não é a “esquerda” ideal, mas ainda vou votando PS. É o que se arranja.”
se fosse ideal não prestava, assim votas na melhor e ainda menosprezas.
Lucas, se acaso andas por aí, toma lá esta (a despropósito) que está bem esgalhada:
Is it wrong for Christians to convert Muslims? https://www.rt.com/op-ed/540792-christian-muslim-faith-conversions/