O Expresso julgou, está julgado

“Salgado criou offshore só para pagar a Sócrates”, titula hoje em grandes parangonas o semanário de Balsemão, numa das quatro páginas dedicadas a emitir sentença sobre o antigo primeiro-ministro. Não sei se a lei prevê possibilidade de recurso desta sentença para a justiça…

Na última página do 1.º caderno, o cabalista Henrique Monteiro esfalfa-se a desmentir a tese da “cabala” da defesa de Sócrates. Monteiro é perito nisso. Para ele nunca há cabalas  – quando não gosta de quem as denuncia ou quando gosta de quem as engendra. Daí o histórico acto censório desse falso jornalista, a sua vergonhosa recusa em publicar, quando era director do mesmo Expresso, em Setembro de 2009, o email que provava flagrantemente a conspiração de Belém e do Público contra o dito primeiro-ministro Sócrates. Na altura, Monteiro não gostou da cara política de quem lhe fez chegar o email, por isso recusou publicá-lo. Hoje titula assim a sua coluna no Expresso: “A cabala dada olhe-se o dente”. Traduzindo: “Desconfio logo de denúncias que vêm da cor política adversa à que eu sirvo”. Já em 2009 Monteiro pensava e actuava exactamente do mesmo modo. Nada de novo debaixo do sol.

O Expresso e Monteiro julgam sem provas contra Sócrates e escondem provas quando elas dão razão a Sócrates.

O Expresso julgou, está julgado.

5 thoughts on “O Expresso julgou, está julgado”

  1. Alguém que faça as contas de quanto o BES e o BPP entregaram ao Expresso ao longo dos anos. Coincidementente foi o fim dessa mama caiu ao charco.

  2. “O EXPRESSO JULGOU, ESTÁ JULGADO”
    Também o Expresso está julgado. Que o diga o seu proprietário. Não foi impunemente que o apoio à direita passou sem custos. Que o diga o seu proprietário, com a perda de dezenas de milhares de leitores. Escolheram o lado da barricada da direita, para lá se mudaram de armas e bagagens. Aquele que foi um semanário de referência, não passa agora de um imitação chique do Correio da Manhã.

  3. A ideia de que o Expresso foi alguma vez um jornal de referencia é uma ilusão .
    Enquanto a política se centrou no bloco central ia balançando ao sabor das correntes mas sempre soprado pelos interesses dos donos disto tudo .
    Desfeito o bloco central e apeados os homens de mão o Expresso teve que abrir o jogo e mostrar o que sempre foi : o propagandista chique da mixórdia política .

  4. Ao expresso ao pingo doce e ao continente é fazer lhes uma cruz à porta. Quanto ao Monteiro é tarefa árdua encontrar uma opinião honesta em qualquer kant daquela cabeça.

  5. O «Expresso» É UM NOJO

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