O ambiente na direita é soturno. Está tudo rendido e resignado. Rui Rio já admitiu que se tiver 20% não fica a liderar o partido. Cristas previu que as eleições podem dar dois terços à esquerda. Todos agitam freneticamente o espantalho da maioria absoluta do PS, como se a única dúvida fosse o tamanho do prémio a conceder a António Costa.
A direita não fica tranquila quando Costa diz que não pede a maioria, mas busca a melhor votação possível, como qualquer partido. A única coisa que podia consolar a direita era que Costa aconselhasse os eleitores a dispersar cristãmente os seus votos.
A Iniciativa Liberal reclama a entrega da RTP e da CGD à mão invisível, a descida do IRS dos ricos para a taxa dos que ganham pouco acima do salário mínimo e a entrega de cheques ensino para financiar os colégios particulares. O drama é que a Iniciativa Liberal diz alto o que o PSD e o CDS no fundo pensam, mas não ousam propor. Depois da aposta forte em outdoors imaginativos, vai ser duro para a Iniciativa Liberal constatar que pagou do bolso dela a publicidade às ideias íntimas do PSD e do CDS.
O inconsolável Santana, do alto dos seus 1,5%, berra por uma nova Constituição, a aprovar certamente por maioria simples numa reunião de copos em sua casa.
Quando é mesmo que o PSD ou o CDS teriam coragem para privatizar a RTP? Eu dispensava pagar o salário da Barbie furtado
Em Outubro vai verificar-se, quatro anos depois de a merecerem, a verdadeira e colossal derrota da PàF, do coelhismo incapaz e mesquinho e do infame cavaquistão, agora enfim reduzido a um ridículo cavaquistinho.
A qual será também a verdadeira e pesada derrota da narrativa mentirosa dos mérdia comerciais e das televisões mercantis sobre a Crise da primeira metade dos anos 10 e sobre a maneira de a enfrentar.
Pena é ter de ser o pobre do Rui Rio a levar esta lambada.
Felizmente serão um António Costa e um Mário Centeno os principais beneficiários desta tardia justiça eleitoral.