Já percebi tudo!

– Ganhámos as eleições!
– Parabéns! Então vão continuar a governar, não é?
– Só se o Costa nos deixar.
– Quem é esse Costa?
– É um tipo sedento de poder que é líder da oposição.
– Se é líder da oposição é porque estava contra o vosso governo, não?
– Sim, mas ele perdeu as eleições e apesar disso quer governar a todo o custo.
– Ai o patife! Mas vocês ganharam as eleições, não ganharam?
– Ganhámos.
– Então o presidente da República vai nomear-vos.
– Ele quer nomear-nos, mas depois o Costa pode deitar-nos abaixo.
– E o Costa tem poder para isso?
– Ele não, mas o parlamento tem.
– Vocês ganharam as eleições e o parlamento pode derrubar-vos?
– Sim, porque no parlamento a oposição ficou em maioria.
– E se o tal Costa não alinhar nessa maioria?
– Isso é o que nós esperamos para podermos governar mais quatro anos.
– E porque é que esperam isso?
– Porque ganhámos as eleições.
– Já percebi tudo! Vocês ganharam as eleições, a oposição ficou em maioria e agora vocês esperam que o líder da oposição vos permita governar mais quatro anos.
– Tal e qual.
– Fantástico, melga!

22 thoughts on “Já percebi tudo!”

  1. No final ainda vamos agradecer a A. Costa, porque finalmente vislumbra-se o início do fim do PREC. Porque verdadeiramente o PREC ainda não acabou, e a prova é a de que um partido com 8% de votos é a maior força de bloqueio e oposição a todos os executivos dos últimos 40 anos.
    E porquê o agradecimento a Costa? Porque ele se propõe acabar com o PREC (e o muro de Berlim), imolando-se e ao seu partido, lodo o PS deixará de fazer sentido, apesar da merda e do nojo que vai já deixou pelo caminho.

  2. Muito bom.

    :^D

    Tomo a liberdade de repetir aqui um comentário que fiz a outro post:

    «É muito interessante notar a forma orwelliana como uma imposição bem sucedida de uma terminologia viciada condiciona as mentes mais fracas. Neste caso, funciona — infelizmente até para o PS, dada a sua necessidade de engraxar a comunicação social para não ser ainda mais rapidamente asfixiado — a repetição da palavra «GANHOU», como se uma eleição parlamentar pudesse ser aferida à laia de eleição presidencial, ou seja, independentemente da representação e coligação de facções em confronto.

    Exemplo para os adeptos do governo da «maioria relativa» (leia-se «da maior minoria»): considerem-se dez partidos em confronto, um deles com 11% dos votos; outro com 9%; e mais oito com 10% cada. O partido dos 11% quer um determinado governo e todos os outros querem um outro governo bem determinado. Qual é a solução de governo recomenda pela boa prática democrática?

    Mais boa doutrina aqui, se me permite a oportunidade.

  3. A tremenda preocupação da direita, e sobretudo da direita menos libertária, com o fim iminente do PS às mãos do António Costa é um dos fenómenos mais interessantes da actual geometria parlamentar.

  4. Estalou o verniz a JERÓNIMO.

    Aquela vozinha de comunista /catequista que o caracteriza, tornou-se um vozeirão.

    Nem no parlamento ou na Festa do Avante engrossou a voz daquela maneira.

  5. ò palerma, o jerónimo não usa verniz, aumenta o volume e põr trombas. a paulette é que usa verniz, peruca e a agulha salta-lhe para os agudos histériofónicos.

  6. “(…) não gostaria de estar na pele de António Costa. É preciso ter estofo para isto, é preciso não ter qualquer problema em arrogar-se o direito de, sozinho, interpretar como lhe convém o sentido de voto de cinco milhões de eleitores. Até pode acontecer que Cavaco lhe dê posse, que os parceiros não o atraiçoem na primeira curva, que as coisas lhe corram bem e que fique no lugar de primeiro-ministro, que não conquistou por direito próprio, um, dois, quatro anos. Mas dure esse tempo o que durar e corram as coisas como correrem, António Costa não poderá ignorar que, aos olhos da maioria dos portugueses, ele será um usurpador.”, Miguel Sousa Tavares, no Expresso (17/10/2015).

  7. “As negociações à esquerda estão a correr bastante melhor do que à direita”

    Tradução: Se eu conseguir um acordo à esquerda, serei primeiro-ministro. Se eu conseguir um acordo à direita, Passos Coelho será primeiro-ministro e eu serei mais um defunto político devorado por aqueles que me apoiaram.

    “Eu ando na política desde os 14 anos”

    Tradução: Eu não ando há 40 anos a trabalhar para ser primeiro-ministro apenas para desistir agora só porque fui derrotado numas eleições.

    “Não quero o poder a todo o custo”

    Tradução: só quem quer o poder a todo o custo precisa de vir dizer que não quer o poder a todo o custo.

    “A coligação anda a esconder a realidade do resto do país”

    Tradução: Independentemente do meu programa, ou do que acordar com o BE e PCP, a austeridade é para continuar, mas a culpa é do anterior governo que não fez austeridade suficiente para agora podermos gastar à vontade.

  8. Se até o Fernando Medina vai para o Correio da Manhã, o mais conhecido, comprado e lido dos jornais diários, pela sua enorme qualidade, independência e rigor informativo, não tenho dúvidas em corroborar a a afirmação opinião do Gungunhana Meireles de que em vez do socialismo (das esquerdas) vem aí o COLUNISMO, um espaço de pensamento e de informação onde cabe tudo, mesmo tudo, desde uma pujante indústria da calúnia até às opiniões honestas e ponderosas da gente honesta como o este Medina da Câmara de Lisboa. Pelo que vou ouvindo, o apoio das esquerdas ao Costa só vai até à aprovação do OE para 2016. Se for assim, vou hoje mesmo acender uma velinha à Senhora de Fátima para que Cavaco não nomeie Costa PM. Para bem de Portugal, porque o PS já não terá salvação, quer aceite governar uns meses com apoio das esquerdas, quer viabilizando o governo da PaF. Alguém espera ver o PS apoiado, ao longo de toda uma legislatura, pelo BE e pelo PCP? O BE não tem a mínima consistência. A qualquer momento se pode esfrangalhar. E evapora-se a maioria de esquerda.

  9. Manuel Carvalho PUBLICO de HOJE

    Dizer que o empenho de António Costa em formar um governo apoiado pelo Bloco e pelo PCP carece de legitimidade política ou de legitimidade constitucional é uma bizarria; afirmar que o líder do PS regressou ao golpismo do PREC ou que está usurpar o poder à coligação é um disparate. Mas mesmo que a conformidade com o texto constitucional esteja garantida, a manobra de bastidores de António Costa justifica a sensação de que a democracia portuguesa se transformou numa trapaça feita à vista de todos. Qualquer governo do PS apoiado pelo Bloco e pelo PCP não escapará a este pecado original. É um nado-morto que ameaça arrasar a credibilidade que resta ao PS.

    Para começar, é impossível não suspeitar que o que está a acontecer se funda numa mentira alimentada nos dias da campanha. O PS tinha todas as razões para suspeitar que a coligação não obteria uma maioria absoluta, mas nunca admitiu procurar uma alternativa de governo estável com a esquerda. Pelo contrário, quando Paulo Portas intensificou os seus alarmes sobre a possibilidade de uma aliança do PS com o Bloco e o PCP, António Costa e o seu estado-maior assobiaram para o lado e trataram de fazer a gestão dos danos no seu eleitorado mais moderado. Bem se sabe que o líder socialista foi recusando a ideia do “arco da governação”, mas para a maioria dos portugueses essa denúncia não passa de um estado de alma vago e filosófico. O mesmo não seria se Costa tivesse dito preto no branco: ‘Se a esquerda for maioritária no Parlamento, vamos procurar um acordo com o Bloco e o PCP para governar’.

    O segundo factor que legitima a sensação de trapaça é a súbita mudança de tom do Bloco e do PCP em relação ao PS. É impossível não nos recordarmos que o PS foi para eles até ao dia 4 um partido ao serviço da direita, um prolongamento do capital alemão e da troika. Agora, num arremedo de voluntarismo e ambição, ambos procuram tapar o sol com uma peneira para dizer que é possível construir uma superfície contínua com triângulos, hexágonos e círculos. O Bloco vai calar-se e deixar de dizer, como dizia no seu programa eleitoral, que “só é possível inverter a política de austeridade rompendo com a lógica dos programas de ajustamento e do pacto de estabilidade”. E ninguém ouvirá o PCP dizer que “o programa eleitoral do PS e o respectivo cenário macro-económico confirmam a intenção convergente de prosseguirem, consolidarem e aprofundarem a regressão social, a exploração e o empobrecimento”, como o escreveu no seu programa.

    Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra socialista, escrevia ontem no PÚBLICO: “Defender que o PS não tem legitimidade para negociar com outras forças partidárias à sua esquerda, porque o seu eleitorado não lhe deu esse mandato, exige que se recorde que ninguém tem o dom de adivinhação das intenções dos eleitores”. Se assumirmos esta tese como verdadeira, tem de se admitir que a “intenção” dos eleitores aponta para uma coligação à esquerda. O que está longe de ser provável. O eleitorado do PS é por definição moderado e votou num programa prudente. Por acaso acredita Maria Lurdes Rodrigues que se o PS se apresentasse às eleições com o mandato de fazer um governo negociado com os partidos à sua esquerda teria 32.5% dos votos? Por acaso não lhe parece que uma boa parte, talvez até a maior parte dos 1.7 milhões de cidadãos que votaram no PS estão irritados com as negociações em curso?

    Com bases tão vulneráveis, se numa hipótese remota os três partidos sustentarem um governo o que virá a seguir vai ser muito feio. O PS não pode abdicar da disciplina financeira e o eleitorado do Bloco e do PCP cedo dará conta de que, afinal, o compromisso à esquerda não passou de uma ilusão. Depois, como é difícil entender por que razão António Costa, o perdedor, se transformou em Costa primeiro-ministro, um eventual governo de esquerda liderado pelo PS será o mais odiado desde a era de Vasco Gonçalves. Perante este colete-de-forças, um governo com esta génese e este ADN estará condenado a soçobrar.

    A fuga para a frente baseada no improviso só pode correr mal, o que para esquerda pode significar um retrocesso de muitos anos. Num processo difícil como o que está a decorrer as sementes de entendimento só poderão germinar se as reuniões em curso servirem para quebrar o gelo e criar bases para futuros acordos. Assim, com prudência e sem ansiedade, talvez o Parlamento se reconfigure e se perceba que a partilha do poder não é uma prerrogativa natural do PSD e do CDS. Não se apagam 40 anos de divergências numa negociação imprevista, apressada e sujeita a ser avaliada pelos cidadãos como uma trapaça. Insistir nesta loucura será um acto de desespero muito em breve celebrado pelos principais visados da operação: o PSD e o CDS.

  10. SOT Manuel Carvalho PUBLIK

    Për të thonë se angazhimi i Antonio Costa në formimin e një qeveri të mbështetur nga blloku dhe PCP i mungon legjitimiteti politik apo legjitimitet kushtetues është një gjë e çuditshme; deklarojnë se lideri i PS u kthye në grushtit të shtetit Preç ose po uzurpon pushtetin e koalicionit është e pakuptimtë. Por edhe në qoftë se përputhshmëria me Kushtetutën është e garantuar, manovra António Kosta backstage arsyeton ndjenjën se demokracia portugez ka bërë një dinakëri bërë në sytë e qartë. Çdo qeveri PS përkrahur nga Blloku dhe PCP nuk do të shpëtojnë këtë mëkat fillestar. Kjo është një fetale që kërcënon të shkretoj besueshmërinë është lënë SP.

    Për të filluar me të, është e pamundur të mos të dyshojnë se ajo që po ndodh është themeluar në një gënjeshtër ushqyer në ditët e fushatës. PS kishte çdo arsye për të dyshuar se koalicioni nuk do të marrë shumicën absolute, por nuk pranoi të kërkojë një qeveri alternative të qëndrueshme me të majtë. Në të kundërtën, kur Paulo Portas ka shtuar alarmin e saj për mundësinë e një aleance të PS me bllokun dhe PCP, António Kosta dhe stafi i tij doli në anën dhe u përpoq të bëjë menaxhimin e dëmtimit të elektoratit më të moderuar . Është e njohur se lideri socialist ka refuzuar idenë e “harkut të qeverisjes”, por për shumicën e portugezëve se ankesa është thjesht një shtet i shpirtit të paqarta dhe filozofike. E njëjta gjë nuk do të jetë në qoftë se Kosta kishte thënë zezë dhe e bardhë: “Në qoftë se e majta është shumicë në Kuvend, ne do të kërkojmë një marrëveshje me bllokun dhe PCP për të sunduar ‘.

    Faktori i dytë që legjitimon ndjenjën e mashtrimit është ndryshimi i papritur i bllokut ton dhe PCP në krahasim me PS. Është e pamundur të mos kujtojnë se PS ishte për ta deri në një parti e 4-t në shërbim të drejtën, një zgjatje e kapitalit gjerman dhe Trojkës. Tani, në një pamje të vullnetarizmit dhe ambicie, të dyja kërkojnë për të mbuluar diellin me një sitë për të thonë se është e mundur për të ndërtuar një sipërfaqe të vazhdueshme me trekëndëshat, hexagons dhe qarqet. Blloku do të hesht dhe të ndaluar duke thënë, siç tha ai në programin e tij elektoral, i cili “vetëm mund të ndryshojë politikën e kursimeve thyer me logjikën e përshtatjes dhe të programeve të Paktit të Stabilitetit.” Dhe askush nuk do të dëgjojë PCP thonë se “programi elektoral i PS dhe skenarin e saj makroekonomik të konfirmuar qëllimin konvergjent për të vazhduar, të konsoliduar dhe thelluar regres sociale, shfrytëzimin dhe varfërim”, siç shkroi ai në programin e tij.

    Maria de Lurdes Rodrigues, ish-ministri socialist, shkruante dje në publik: “Mbrojtja e PS nuk ka legjitimitet për të negociuar me forcat e tjera palë në e tij të majtë sepse elektorati i tij i dha atij këtë mandat, ajo kërkon rekordin që askush nuk e ka dhurata e shortari qëllimet e votuesve. ” Në qoftë se ne supozojmë këtë teori si e vërtetë, duhet pranuar se “qëllimi” e votuesve tregon për një koalicion në të majtë. Çfarë kjo është larg nga e mundshme. Elektorati i PS është sipas definicionit moderuar dhe votuan në një program matur. A Maria Lurdes Rodrigues beson se PS është paraqitur në zgjedhje me një mandat për të kërkuar një qeveri negociuar me palët në të majtë të saj do të ketë 32.5% të votave? Nuk mendoni se një pjesë e mirë, nëse jo shumica prej 1.7 milionë qytetarë të cilët votuan për PS janë të zemëruar në negociatat e vazhdueshme?

    Me baza si të rrezikuara, është një mundësi e largët tri partitë mbështesin një qeveri që do të vijë i ardhshëm do të jetë shumë e shëmtuar. PS nuk mund të heqë dorë disiplinën financiare dhe elektoratin e bllokut dhe PCP së shpejti do të kuptojnë se, në fund të fundit, angazhimi i majtë ishte thjesht një iluzion. Pastaj, si është e vështirë për të kuptuar pse António Costa, humbës, u bë kryeministër Kosta, një qeveri e mundshme e majtë e udhëhequr nga PS është më i urryer që nga epoka e Vasco Gonçalves. Kundër këtij jelek-e forcave, një qeveri me këtë gjenezë dhe kjo ADN është e dënuar të shembet.

    Falsifikim përpara bazuar në improvizim vetëm mund të shkojnë keq, i cili la mund të thotë një pengesë e shumë vite. Një proces i vështirë sa duke u zhvilluar të kuptuarit e farërave vetëm mund të mbin në qoftë se takimet e vazhdueshme të shërbejë për të thyer akullin dhe për të krijuar bazën për marrëveshjet e ardhshme. Kështu, me kujdes dhe pa ankth, ndoshta Parlamenti do të rikonfiguruar dhe të kuptojë se për ndarjen e pushtetit nuk është një prerogativë e natyrshme e PSD dhe CDS. Mos dilni 40 vjet e mosmarrëveshjes në një të nxituar papritur tregtare dhe lëndë të vlerësohen nga qytetarët si një mashtrojnë. Insistojnë në këtë çmenduri është një akt i dëshpëruar shumë shpejt hyri së objektivit kryesor të operacionit: PSD dhe CD-ve.

  11. se o texto referido, é do manuel carvalho jornalista do publico,lamento dizer-vos, mas esse senhor é um grandessissimo pulha.vendeu-se à direita pois ontem estava na area do pcp /bloco.foram muitos anos a malhar na direita e no ps.leio o publico muitas vezes e sei do falo.alguem pode dizer: se é assim está a ser honesto.honesto o caralho vendeu-se ao patrão. há cada fdp?vou lembrar aos fdp deste pais.passos coelho nas eleiçoes de 2011, disse em campanha que se ia coligar com o paulo portas? manuel carvalho se está a ler o aspirina b,tenho a dizer-he que para homens como voçê,o POVO,está-se cagando de alto!

  12. Fernando Medina faz muito mal em escrever no Correio da Manhã. Tal como António Costa já havia feito. Vender perfume atolado numa fossa séptica é um acto de corrupção intelectual confrangedor.

  13. Bem apanhado, uma sinopse das conversas dos comentadeiros
    avençados pela comunicação social que, invariávelmente giram
    à volta das mesmas perguntas! Sim é legal mas, iligítimo !!!

  14. Depois de ler aquele diálogo, esperei pela solução e pela crítica do seu autor…mas a mesma não aparece…

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