Vozes da direita têm alegado que vivemos em regime semipresidencialista, de onde inferem a legitimidade de o PR decidir livremente a nomeação do primeiro-ministro e, no caso presente, deixar de nomear Costa para encabeçar um governo com apoio parlamentar maioritário. É mais um argumento desesperado de gente tendenciosa e ignorante.
O próprio Cavaco afina por esse diapasão, desde que soltou a célebre cavacada de 22 de Outubro, a saber: “Cabe ao presidente da República, de forma inteiramente livre, fazer um juízo sobre as diversas soluções políticas com vista à nomeação do primeiro-ministro.” E depois de ter sustentado isto, Cavaco embrenhou-se em conhecidas considerações políticas, justificativas da escolha que fez de um primeiro-ministro sem maioria no parlamento, em detrimento da alternativa maioritária que lhe fora já apresentada pelos partidos de esquerda.
Quando se fala de semipresidencialismo, alude-se ao facto de em Portugal o PR ser eleito por sufrágio popular e de, por essa razão, deter poderes importantes, designadamente o de dissolver o parlamento e o de demitir o governo. Ora em 1982, com a direita no poder, houve uma importante revisão da Constituição. Entre outras alterações feitas, houve uma que fortaleceu, outra que enfraqueceu os poderes presidenciais: 1) foi extinto o Conselho da Revolução, passando o PR a poder dissolver a AR sem necessidade de prévio parecer favorável daquele órgão extinto; 2) o governo passou a ser politicamente responsável apenas perante a Assembleia da República, deixando de o ser perante o PR. Ambas as alterações à Constituição – que o PS também apoiou – vinham na sequência de anteriores guerras contra Eanes, protagonizadas sobretudo por Sá Carneiro, mas secundadas por Mário Soares. Houve quem comentasse, após a revisão de 1982, que o semipresidencialismo português tinha sofrido um rude golpe, mas ninguém verteu lágrimas por ele. Os chamados governos de iniciativa presidencial também acabaram com a revisão de 1982. O próprio Cavaco o reconheceu em 2013: “Se um Governo que passa na Assembleia não responde perante o Presidente mas só perante a Assembleia, então não faz qualquer sentido um Governo de iniciativa presidencial.”
Uma das consequências de o governo ter passado a ser politicamente responsável exclusivamente perante a AR foi o PR ter deixado de poder demitir o governo por razões políticas, apenas podendo fazê-lo em circunstâncias excepcionais, “para assegurar o normal funcionamento das instituições democráticas”. Mas se o PR não pode agora demitir um governo por razões políticas, também não pode nomear ou deixar de o nomear um governo com base em considerações ou preferências políticas. Para nomear o primeiro-ministro, o PR apenas tem de ouvir os partidos representados no parlamento e ter em conta os resultados eleitorais. Se não gostar nem de uns nem de outros, só lhe resta meter uma rolha ou renunciar ao cargo.
Eles não desistem, ainda há pouco no seu espaço semanal na SIC o émulo do
prof Martelo, o mini ganda nóia lá ia dizendo que o presidente ao indigitar
António Costa devia por algumas condições sobre aprovação do O.E. ? Aqui
temos mais uma prova da ignorância dos comentadeiros! Claro que, este
“especialista” meteu os pés pelas mãos ao querer comparar o caso presente
com a nomeação de Santana Lopes até porque, Costa não foi eleito P. Ministro
afirmava ele, como se houvesse eleições para a função!?!
http://pedrolains.typepad.com/pedrolains/2015/11/o-nicho.html
A grande “jogatana política”, absolutamente surpreendente para todo o país, Cavaco e PS os mais surpreendidos, foi uma grande jogada que ficará para a história, exclusivamente atribuída a António Costa.
E se surtir efeito positivo, para Costa e o país, que toda a gente agradeça a este compasso de espera que Cavaco está fazendo.
Porque o país inteiro ainda continua boquiaberto sem entender nada.
E temos que entender como se alguem pode governar, como o PCP e BE sem fazerem parte de qualquer governo.
Jogatana política:
Tem um pouco de paciência! Até tu próprio vais entender isso, quando deitares fora as palas de mula verdes que te puseram nos olhos. Essas que transformam o feno seco em ervas frescas!
Jogatana:
Se por acaso te li mal, peço-te contritas desculpas. É que a linguagem torna-se perigosa, se não for exacta e límpida.
Ó espreitador, como não te ia perdoar, se és tão inocente?
Costa tem que explicar a quadratura do circulo, para tudo não virar um circo.
Força Cavaco!
Olha Jogatana!
Com a minha inocência toda, de que não posso abdicar, daqui te mando foder!
Se isso te não bastar, pede reforço!