Carreiras meteóricas

Dijsselbloem é um político trabalhista holandês que se licenciou em economia agrícola numa cidadezinha do sul do seu país. Do currículo oficial do mangas chegou a constar ser detentor de um mestrado irlandês em economia empresarial, aldrabice depois denunciada na Irlanda por um jornal. O gajo esteve mesmo na Irlanda a passar uma temporada, presumivelmente com uma bolsa que pagou farras e cerveja Guinness, mas não concluiu qualquer curso. Depois de ter sido vereador na sua cidade natal, saltou para deputado do parlamento holandês, onde se ocupou de questões de educação, juventude, ensino especial, professores, etc. Escusado será dizer que não tinha qualquer formação ou experiência prévias nessas áreas. Desde 2012, sem que ninguém saiba explicar porquê, é ministro das Finanças da Holanda. Em 2013, foi feito presidente do Eurogrupo, sem outra experiência política europeia prévia. Em 2014 chegou a falar-se dele para comissário europeu, numa pasta que não lembraria a um careca: Melhoria da Legislação, Relações Interinstitucionais, Estado de Direito e Carta dos Direitos. Pelos vistos, o fulano é um tapador de buracos nato.

Tal como Miguel Relvas, com quem tem várias afinidades, Dijsselbloem tem fama de ser “sincero” e “directo”, isto é, incontinente verbal. Talvez seja esse o segredo da sua carreira ascensional, que nenhuma outra razão parece justificar, além do amor paternal que Schäuble lhe vota. Há tempos, declarou que Claude Juncker bebia demais. O acusado lá teve de ir à televisão negar que tivesse problemas com o álcool. Há poucos dias, referindo-se aos países do Sul da Europa, o gajo disse que “não se pode gastar todo o dinheiro em mulheres e copos” e depois ir pedir dinheiro aos países ricos. Políticos dos países sul-europeus, incluindo Costa e Renzi, reagiram chamando-lhe vários nomes merecidos e sugerindo a sua demissão de presidente do Eurogrupo. Até o líder do Partido Popular Europeu lhe pediu mais respeito e tento na língua.

Como ministro das Finanças da Holanda, Dijsselbloem ajudou o seu partido a cair a pique nas recentes eleições. Com Passos Coelho também tem outras afinidades: estão ambos a caminho do desemprego, depois de carreiras políticas meteóricas em que apenas se distinguiram como serventuários de Schäuble.

A caminho do desemprego… ou da Goldman Sachs?

22 thoughts on “Carreiras meteóricas”

  1. É isso, Júlio. À beira do desemprego, o que o sipaio desbocado está a fazer é a enriquecer a mata-cavalos o currículo de cão-de-fila, na mira de uma boa sinecura que não desmereça da que está quase a escapar-lhe das patas.

    Mas confesso alguma frustração e vergonha pelas reacções castradas que ouvi, a começar por aquele eurodeputado espanhol que perguntou muito civilizadamente ao lacaio do Schäuble se estava disposto a pedir desculpa, sendo muito merecidamente gozado na mais que esperada recusa do parvalhão arrogante, e a acabar nas declarações de António Costa, que se limitou, num frémito de indignação bué de educada, a considerar o discurso do jagunço como “racista, xenófobo e sexista”, e que tais declarações eram “inaceitáveis” e “perigosas”. Devia ter acrescentado serem elas a prova de que o senhor Dijsselbloem é um idiota e que apostava, dobrado contra singelo, que as teria feito depois das 15 cervejas, dez whiskies e outros tantos vodkas que enfiara pela goela abaixo para esquecer o que acabara de saber por um médico amigalhaço, consultado à socapa, que lhe diagnosticara um valente esquentamento resultante da sua mais recente (e habitual) incursão no bairro da lanterna vermelha de Amesterdão.

    Ou seja, que tudo indica que o senhor Dijsselbloem gasta grande parte do gordo ordenado de jagunço do Schäuble em putas e tintol e que as finérrimas bojardas não passariam de um fenómeno de projecção.

  2. Foda-se, que triteza ! mais um post pacovio de um provincianismo sebento. Trocado por miudos : “quem é este Holandês que vem arrotar postas quando nem sequer é doutor” ? Que indigência total. Isto num blogue que, tanto quanto me lembro, sempre fez questão (e muito bem) de denunciar as insinuações imbecis e tacanhas relativas à “licenciatura obtida num domingo” de José Socrates.

    O problema de Portugal não é que as pessoas gastem dinheiro em vinho e mulheres, mas é com toda a certeza a de continuarmos a ser um pais de parolos formatados por 48 anos de fascismo mental onde ainda impera a reverência pelo doutor de Coimbra e a subservência por qualquer Margalho que se prevaleça de uma merda de um canudo.

    Tirem-me deste filme !

    Boas

  3. a imbecilidade desse cromita impõe-me uma questão: se o governo machão, por cá, machão por sermos conservadores e ele ser atento, é putas e vinho verde – será que as mulheres ao leme são também, para ele, todas lésbicas e borrachas? :-)

  4. E o mais assustador volta a ser a quantidade de tugas que ainda estão com este lacaio do diabo de rodinhas. Pseudo economistas que nunca vão perceber que o epicentro da crise financeira não foi em Portugal. E que a conta é sempre enviada aos mais fracos para preservarem os ganhos… Mas a austeridade foi mas é para pagar o curso em Paris…

  5. O gajo não disse nada disso mas se tivesse dito, seria o único a sentir-me honrado? E que fora a cena de nos querermos armados ao pingarelho, de nos estarmos sempre a comparar aos países do norte, aquilo é o maior elogio ao estilo de vida mediterrânico.
    A necessidade de reacção geral só demonstra um inconsciente complexo de culpa europeu através da renuncia renuncia aos nossos mais sagrados valores.

    Aliás nos “exportamos” o melhor gajo a jogar de cabeça antes do Van Basten porque a família não alinhava no nosso lifestyle, o Baruk Espinosa.

    E se em vez desta reacção tivéssemos aproveitado a pressao e negociado que os balcões da CGD a fechar pudessem ser transformados em Balcões Gourmet, hum? Um pires de caracóis e uma loira (em nome do espirito do norte europeu) uma francesinha e uma cama de…oh perdão, e um copo de água, etc… Bem melhor! O Dieselboom que mande mas é o guito que criatividade temos nós. Proudly.

  6. Aproveitar o passeio limpo para passar e dizer que por aqui se está em companhia de gente inteligente que sabe pensar e fala com bases sólidas.
    Bom dia.
    Que a primavera aqueça para que o verão nos traga o que há muito merecemos :
    – palavras sábias em clima decente.

  7. Concordo com o Joe , para além de que ” a palabras necias, oídos sordos” . :) o costa e esses : agarrem-me se não mato-o ? ridículo.

  8. Mas…ó comuna…esqueces-te de indicar o maior exemplo com o qual o holandês se identifica…o Sócrates.
    Aldrabão, pseudo licenciado, histérico…

    As afinidades são muitas…

  9. O problema de Portugal não é que as pessoas gastem dinheiro em vinho e mulheres, mas é com toda a certeza a de continuarmos a ser um pais de parolos formatados por 48 anos de fascismo mental onde ainda impera a reverência pelo doutor de Coimbra e a subservência por qualquer Margalho que se prevaleça de uma merda de um canudo.BY João Viegas

    Meu caro, e você tem um canudo, tem? hum? Tem? Não tem pois não? Nãaaaaaaaaao.

  10. primaveraverão
    24 DE MARÇO DE 2017 ÀS 9:35
    Aproveitar o passeio limpo para passar e dizer que por aqui se está em companhia de gente inteligente que sabe pensar e fala com bases sólidas.”

    ehehehehehe

    Compreendido, palavrões, ordinarices, badalhoquices….bimbos, arrotos de pescada podre…

    Salvo raras exceções, já identificadas, mas tu não fazes parte delas…

  11. Yo, espero q a razão porque o Costa e o Governo tenham feito voz grossa seja a mais cinica possível (aproveitar o ruido mediático para correr com um gajo q não gostam) mas com Marcello ao barulho (q teve de dar o ok, como é óbvio) receio ter sido a mais populista possível.

  12. I
    Rappers portugueses querem desancar holandês
    mas não conseguem fazer rimas com Dijsselbloem

    A indignação anti-dijsselbloemiana tomou conta de Portugal
    e arredores. Os rappers portugueses tentaram fazer um hino
    anti-fuinha holandês mas espalharam-se ao comprido. “A rima
    tá difícil e não vai sair / O Dijsselbloem tem nome de gajos
    cotas / A rima não sai, não vamos conseguir / Sacar um rap que
    dê ao Dijsselbloem com um barrote nas costas”, declarou um
    representante do sector a O INIMIGO. MB
    Inimigo Público, 24.3.2017, p. 2

    II
    Dijsselbloem partiu para o lar
    de idosos dos dirigentes europeus
    na Goldman Sachs

    Jeroen Dijsselbloem apanhou a carreira, esta manhã, e já está a caminho
    da Goldman Sachs, onde irá partilhar um beliche com Durão Barroso. “Vou
    para o lar de idosos preferido por 11 em cada 10 dirigentes de instituições
    europeias. Se as contas não estiverem correctas, não levem a mal. É que fui
    presidente do Eurogrupo e baralho-me com números”, declarou o sacrista do
    Jeroen. MB

    Idem, p. 2

    III
    António Costa partilhou
    no portal ‘diadafelicidade.gov.pt’
    a felicidade por Passos Coelho ter
    escolhido a Teresa Leal Coelho
    para candidata à CML

    O Governo aprovou o Dia Internacional da
    Felicidade para criar o portal “diadafelicidade.
    gov.pt”, onde todos os portugueses que não
    tenham mais nada de útil para fazer podem
    publicar vídeos a contar o que os faz felizes,
    tendo o primeiro-ministro estreado o site
    com um vídeo onde manifesta a sua imensa
    felicidade por Pedro Passos Coelho ter
    escolhido Teresa Leal Coelho para disputar
    com Fernando Medina a Câmara Municipal
    de Lisboa, vídeo extremamente parecido ao
    que Assunção Cristas publicou logo a seguir.
    O deputado comunista Miguel Tiago postou
    também um vídeo onde declarou que seria
    imensamente feliz se a Teodora Cardoso fosse
    despedida, enquanto Jeroen Dijsselbloem
    postou um vídeo onde se declara feliz por
    beber chá de tília e ser eunuco. VE

    Idem, iIbidem.

    ______

    Nem mais, Júlio. Inclui o PSE nesses pedidos de demissão, podendo o caso levar até à expulsão dos “sociais-democratas” holandeses. Socialistas europeus com “vergonha” das declarações de Dijsselbloem.

    O presidente do Partido Socialista Europeu (PSE) considerou hoje uma “vergonha” que Jeroen Dijsselbloem, membro desta família política, tenha insultado “com uma só frase” tantas pessoas, e sublinhou que aquela posição “não representa o PSE”.

    “Com uma só frase, Dijsselbloem conseguiu insultar e desacreditar tantas pessoas e aumentar as divisões. As suas palavras são ofensivas tanto para os países do sul como do norte da Europa, mulheres e homens”, comentou Sergei Stanishev numa declaração escrita, referindo-se às declarações do presidente do Eurogrupo sobre os países do sul gastarem dinheiro “em copos e mulheres”.

    Segundo o presidente do Partido Socialista Europeu, “as declarações de Dijsselbloem são simplesmente inaceitáveis, especialmente neste período tão crítico para o projeto de integração europeia”, e a poucos dias da celebração do 60.º aniversário dos Tratados de Roma, no próximo sábado.

    “É realmente uma vergonha que um representante da nossa família política contradiga a essência dos valores da unidade, respeito e solidariedade que são as fundações do projeto europeu”, concluiu.

    No DN, online.

  13. Isabel Moreira

    Em ti, Dijsselbloem

    25.03.2017 às 8h00

    Aqui, seguindo o exemplo da Santa-Santa ali ao lado:
    http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_contrasemantica/2017-03-25-Em-tiDijsselbloem

    ______

    Nota. Aos postantes, especialmente ao Valupi que é seu fã confesso n.º 1. Sou só eu, ou acontece-me mais vezes saiba-se lá porquê, ou porque sou mesmo um azarado, ou, quiçá?, porque sou um machão intolerante, ou porque tenho o hábito de ler os seus artiguinhos se der, mas sou só eu, dizia, que pensa que a Isabel Moreira tem uma tendência natural para escrever umas cenas assim como esta e, depois, embrulhá-las com uma retórica p’rá frentex e, ainda depois ainda, comercializá-las com o tio Balsemão mas sempre com um sensível atraso e uns suaves deslizes?

    Que dizes da vida e desse senhor com o nome bastante pouco pronunciável Lodewijk Asscher, Valupi?

    […]

    Foi o caso do partido trabalhista holandês, que lá fez o seu caminho tendo um Dijsselbloem à sua frente, à frente do governo e à frente do Eurogrupo, que não disse uma única palavra verdadeiramente diferenciadora do discurso da extrema-direita e que morreu nas últimas eleições.

    Quem não morreu foi a extrema-direita.

    Em ti, Dijsselbloem, ouvimos o que destrói (e já destruiu) a Europa.

  14. Era uma vez um menino Julinho, um nenufarzinho serventuariozinho domesticadinho pelo do quintinho que de tão atrevidinho ficou sem rabinho ainda cedinho e tão triste ficou com o tanto que levou que agora é só pra boquinha, que da antiga comidinha não resta nadinha senão uma résteazinha de uma ténue lembrançazinha, “Ai que bom, ai que bom que era levar todo o santo diinha no pacotezinho bem cedinho” e de volta o marialvinha com ele bem espremidinho e enrugadinho mais a sua boquinha ….”
    Né Çim menino Julinho ?! De fininho nhéitinha de manhazinha pela bentinha e melzinho de urzinho no ceguinho mais pela tardinha!?

  15. eheheheh… vens a seguir ao Portas no ranking do Worldpanasca Report de Abril.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *