Atenção Direcção-Geral de Impostos! Nogueira Leite acaba de confessar que do dia 1 de Agosto até 31 de Dezembro de 2012 foge totalmente aos impostos. Num texto publicado no Facebook, o ex-conselheiro de Passos Coelho, que fez um sacrifício enorme em ir para administrador da Caixa, confessa que durante os últimos cinco meses do ano corrente não paga impostos:
“Em 2012 o meu dia de libertação de impostos foi 1 de Agosto. Ou seja, até esse dia tudo o que ganhei entreguei ao Estado.”
Solicito à DGI que verifique a veracidade desta alegação e que tome providências urgentes, pois no mesmo texto do Facebook o banqueiro ameaça pirar-se, não sabemos se da Caixa Geral de Depósitos se do país:
“Se em 2013 me obrigarem a trabalhar mais de 7 meses só para o Estado, palavra de honra que me piro, uma vez que imagino que quando chegar a altura de me reformar já nada haverá para distribuir, sendo que preciso de me acautelar.”
E porque não se pira já?
Comentando esta tomada de posição, Francisco Louçã escreveu, também no Facebook:
“Eu fico. Porque é preciso enfrentar o governo, correr com a troika, não desistir de recuperar os salários e as pensões.”
Afinal sempre fica. Já avisou o Semedo e a Catarina?
Além de burlão é piegas
todo o cidadão que paga impostos diz o mesmo, mas dito pelo antónio do pranto é de ir às lágrimas, deve ser o efeito tristiano. o louceiro fica, mas na esperança que todos se vão embora para ele chegar a primeiro-ministro.
Não gosto nada da personagem, mas o que ele diz não é que foge aos impostos desde Agosto. O que diz foi que as taxas de impostos directos que lhe são impostas significam que dos seus rendimentos anuais, é retido o equivalente aos vencimentos que auferiu entre Janeiro e Agosto.
Qualquer um de nós pode fazer essas contas com o seu próprio salário.
João, muito obrigado, se não me tem explicado isso muito bem explicadinho, eu nunca chegaria lá. Agora explico-lhe eu o que você não entendeu, tá bem?
O sr. António do Pranto Nogueira Leite, que era administrador executivo do maior grupo privado no sector da saúde, foi para a Caixa Geral de Depósitos depois de se anunciar que a Caixa ia privatizar as suas participações na área da saúde. Ele não foi para o banco do Estado simplesmente para “trabalhar” ou pelo ordenado líquido que ia receber, mas sim para “tratar” do bolo da saúde que ia ser assaltado e, depois, do próprio banco que o governo diz que vai privatizar. A fome do bolo era tanta, que foi directamente convidado pelo governo para vice-presidente executivo da CGD, atropelando os regulamentos do banco estatal, que previam que a escolha dos titulares dessas funções fosse feita em sede de conselho de administração.
É preciso não ter vergonha nenhuma na cara para vir agora queixar-se obscenamente dos impostos que tem que pagar ao Estado, o mesmo Estado que lhe paga e que lhe ofereceu o tacho em que ele vai tratar da sua vidinha e da dos seus vários amigos.
E acaso diz o mangas quanto lhe resta depois de cumprir a suas obrigações fiscais? Tenho imensa peninha dele.
Já agora, será que a suposta vantagem de voltar às privadas, para onde agora ele sugere que se quer “pirar”, é ter maneira de, para idêntico rendimento real, pagar menos impostos? Depositam-lhe uma parte dos ganhos reais em offshores? Como será?
O inimigo dos apoiantes de Socrates, é o Louçã está visto.
Caro Julio , onde é que alguma vez leu , que o Louçã se ia embora, vai deixar a coordenação do Bloco de Esquerda, mas continua como militante e ao lado do povo como sempre esteve , quer antes , quer depois do 25 de Abril, ao contrario de muitos…..
É claro que o Anacleto fica. É que o Sócrates pode resolver voltar à política portuguesa e, nesse caso, cá teremos o grande timoneiro Anacleto Louçã prontinho para de novo se aliar aos seus amigos do PSD, CDS e PCP, na luta contra o aleivoso parisiense, não vá o malandro ter ainda para aí uns PEC’s escondidos.
isto está muito engraçado. Nunca vi tantos “depoimentos” a dizer que a única solução é o regresso do Sócrates. À parte a nossa costela sebastianista, parece-me que é um pouco tarde, não? O homem fez tudo o que pôde para evitar este cenário, o homem desdobrou-se em previsão dos cenários – agora actuais- da opção tomada pelos representantes do povo e pelo próprio povo e agora não temos ninguém, ninguenzinho de nada para resolver a situação. Pois eu, que até chorei (sim, digo-o sem vergonha, já o disse antes) quando nesses idos de Março se chumbou o PEC IV, digo: neste momento, qualquer bosta serve para abanar a barraca e substituir estes carrascos. Esqueçam o Sócrates. O que importa é mandá-los pela janela, como em 1640. Na rua, com boicote, de qualquer maneira, mas todas as saídas são melhores do que aquilo que nos vão pôr no prato.
O povo disse não ao Sócrates, e agora vinha o homem (é Sócrates, malta, não é um caracol) dzer que apanha a boleia desta catástrofe?. Esta não foi a sua escolha. Aguentem-se com a opção.
Pela 5ª vez: está a escrever um livro lá em Paris, recheadinho de informação e quem quiser que a apanhe.
Júlio,
Repito o que disse: não gosto do Nogueira Leite.
Posto isto, as declarações dele têm um fundo de verdade: a carga fiscal imposta em Portugal é muito alta. E é muito alta para todos, não só para os mais ricos.
Sobretudo tendo em conta o que é um salário médio em Portugal e a perda de protecção social dos últimos anos.
Se queria ter escrito um post acerca da carreira profissional do homem, então devia tê-lo feito. Olhe que havia pano para mangas…
Fazer piadolas com a coisa mais acertada que ouvi sair da boca do Nogueira Leite parece-me na melhor das hipóteses indigente. Sobretudo quando nada nas entrelinhas do seu post indiciava a diatribe com que me respondeu.
Mas se lhe dá conforto achar que tem de me explicar o que quer que seja, esteja à vontade, farei de bom grado o papel de sua catarse.
João, “indigente” é este seu último comentário. O meu post era para pessoas que conseguem funcionar no comprimento de onda da ironia e a quem não é preciso dar a papinha mastigada. Mas para pessoas como você a resposta que lhe dei acima já tinha o suplemento necessário.
“A coisa mais acertada” que v. diz ter ouvido sair da boca do Nogueira Leite, que está no escalão mais alto do IRS, é uma queixa ridícula e desavergonhada de alguém que toda a gente sabe (menos você) que só foi para a Caixa para explorar as privatizações em seu proveito e dos seus amigos. Como tal, essa queixa só merece escárneo. Mas se v. não sabe o que é a ironia, consulte urgentemente um especialista, porque isso lhe pode ser fatal.