Fui ver o filme. Nele fuma-se (muito), bebe-se (muito), matam-se a rifle veados (veados tipo Disney), comem-se veados (tipo Disney, claro), grita-se «Jesus Christ» como variante de «fuck you», brinca-se com os Pentecostais e com os Metodistas. E com o Papa. Ah, e há dois homens que não aguentam quietos juntos.
Se isto é a América, começa a ser muito, mas muito correcto gostar da América.
enrabar é um verbo inquieto.
Tinha que ser. Um postador medroso, ideiológicamentíssimo correcto, com medo dos comentários dos próximos e da eventual exclusão, falta de rabujar, safa-se exclamando que é uma questão da Igreja e nada das pessoas. Que o sexo é um capricho que deve ser entreportas, na sombra dos convidados da festa. A Esquerda está a passar a Esquerdalha, para sair bem na fotografia . Ou nunca , esta gente, apareceu na fotografia.
Índico, há comentários parvos, como que o precede. E há outros muito parvos, como o seu.
Que o sexo, e exactamente o sexo entre homens, acabe tornado bandeira dum país que nos habituou a um histérico moralismo – eis o que parece ter-lhe escapado.
Vá ao cinema, homem.
Isto não é a América.
“This is hollywood.”
A América são os filmes em que actores assumidamente gays não são contratados para as grandes produções.
A América são as manifestações “God hates fags” nos funerais nos homossexuais.
Isto não é *A* América. Isto é o Ang Lee, em Hollywood.
A america e’ tudo o que pressuponha antes e depois de ver o filme…
De quê, exatamente, gosta na América? Do fumo? Do álcool? Dos veados? Da homossexualidade? Ou, simplesmente, dos filmes?
Em todas estas 5 coisas, não vejo nenhuma que seja especialmente digna de aplauso na América.
Luís Lavoura, fico só numa dúvida: é se você é apenas anti-americano (com mil razões, claro) ou um pessimista cultural, padecente dum «Kulturpessimismus» (com outras, ou as mesmas, mil razões). Tire-me, se quiser, da perplexidade.
Fernando Venâncio, não sou anti-americano na medida em que aprecio muitas coisas na América; mas certamente que não aprecio o fumo do tabaco, o álcool à maneira americana, comer veados, e filmes americanos.
Quanto a pessimismo cultural, não sei o que seja. Vou ao teatro de vez em quando.
Também fiz comentário sobre este filme. Um pouco mais longo, mas de acordo com o teu:
http://www.verbeat.com.br/blogs/miltonribeiro/
Ó LV ,desde quando UM filme com êxito comercial é ” a Bandeira da América”?
Foi determinado por quem?
Temos mais um anti-americano, por pudor?
Ser anti-americano é a melhor maneira de ficar bem cotado nalguns círculos sociais. Portanto, façam como os americanos: assumam-se.
Vou muito ao cinema , meu caro, senão eu estaria calado. Um filme é apenas um fime, nada mais. Muito poucas vezes representa alguma coisa. No conjunto sim, por exemplo o Histórico pela 1ª vez foi em Hollyhood.
Milton Ribeiro,
Tem razão. O roteiro (nós dizemos o argumento) «mata» o Jack num momento infeliz do filme.
Nós compreendemos, a posteriori, que o Jack não tenha contactado por longo tempo o Ennis, porque ficou amuado e se vingou em outras relações. Mas a falha no argumento é que quer-nos fazer crer num ‘rompimento’, quando ele era muito improvável, já que o Jack amava desmedidamente o Ennis (bom, e o Ennis o Jack). E, mais importante, se o Ennis pôde telefonar quando soube da morte, porque não telefonou antes, sabendo, ou podendo saber, o amigo sentido com ele?
Enfim, falhas algo graves num filme que pode ganhar uma carrada de Óscares.
Gostei da trilha sonora de Brokeback Mountain e da paisagem rural, agreste. Mas não gosto de ter de gostar do filme. Até gostava de ter gostado. Mas não gostei. E não é pelo alegado amor que não ousa dizer seu nome. Não, não foi por isso. É porque a história é fraca e os personagens não comovem, nem empolgam, nem são críveis. Mesmo assim, Mr. Lee ainda tem o meu reconhecimento (por ter filmado The Ice Storm). Saudações a todos.
Ainda não vi o filme mas a formula parece-me um tanto ou quanto gasta (shock tactics). Para a próxima, bem que poderiam fazer um filme sobre duas velhotas da cruz vermelha que, a dada altura, descobrem que foram lésbicas…não hã pachorra para filmes que assentam numa única ideia (a choque da transgressão de duas personas com significados estereotipados que se dissolvem ao longo do filme) …não hã paciencia!! Falta de imaginação.
se a formula está gasta, o que falta inventar em cinema? talvez a pachorra para comentários estereotipados!
Eu gostei foi do subtítulo: “Love is a force of nature”; mas não traduzo.
Desculpem, estão a falar de quê?! …