Vinte Linhas 578

Nem tudo o que a Enciclopédia Larousse afirma é verdade

Durante muitos anos habituei-me, no local de trabalho, a ouvir esta frase: «Se vem na Enciclopédia Larousse é verdade». Outro livro que todos aceitavam era o Banker´s Almanak que tinha todas as moradas, telefones e telexes de todas as agências de todos os Bancos do Mundo. A ficha da Enciclopédia Larousse sobre Cármen Miranda contém um erro crasso: refere a data de 1914 como a sua data do nascimento quando na verdade Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em 9-2-1909. E não em Marco de Canavezes mas sim em Várzea de Ovelha.

A origem do erro só pode ser uma: quando chegou aos Estados Unidos da América em 1939 com 30 anos de idade os rapazes dos escritórios do senhor Greneker resolveram inventar uma nova biografia. Nessa nova história contada na primeira pessoa a origem da família passou a ser Lisboa por ser a capital e não a região do Porto. Seu pai deixou de ser barbeiro e passou de caixeiro-viajante em Lisboa a próspero atacadista e exportador de frutas no Rio – isso estava relacionado com as frutas no turbante da Cármen. Mudaram a data de nascimento para 1914 e ela descrevia-se como uma «moça de convento» que «gostava de cantar» e enfrentou uma séria oposição dos seus pais para se tornar cantora. Referia também que no Brasil «as pessoas de boa família não se misturavam socialmente com os artistas» mas no seu caso isso era mentira pois ela tinha livre-trânsito entre as melhores famílias e até namorava rapazes saídos dessas famílias como Mário Cunha. Pronto fiquemos por aqui. Nem tudo o que aparece na Enciclopédia Larousse é para ser tomado a sério. Neste caso são cinco anos a menos.

18 thoughts on “Vinte Linhas 578”

  1. Por falar em erros crassos, o nome artístico de Maria do Carmo não leva, nem nunca levou, acento. Podes conferir na biografia feita por Ruy Castro e editada pela Companhia das Letras, de São Paulo (2005), não sei se conheces.

  2. Admiro muito o Ruy Castro e conheço o livro – por isso coloquei aqui a capa. Mas escrevo Cármen pois é assim em português e é assim que está na Larousse. Ele no livro também escreve os nomes dos meses com caixa baixa e eu não. Admiro o senhor e o seu trabalho mas não escrevo como ele…

  3. Se acaba de afirmar que «nem tudo o que a Enciclopédia Larousse afirma é verdade», não entendo como teima em escrever Carmen com acento. É grande a sua contradição, como sempre. Não é assim que se escreve em português, como diz. Em portugês não leva acento. O erro é apenas seu, meu caro. Trate de o corrigir. Não escreve como ele (Ruy Castro), mas é pena. Dava menos erros, certamente… E outra coisa: a data do nascimento de Carmen Miranda, em todos os livros que consultei, apontam para 1914 e não para 1909. «A origem do erro só pode ser uma», deduz você. Para chegar à conclusão de haver um erro, você parte, portanto e apenas, de uma suposição sua. Sendo assim, também você, como a Larousse, não pode ser tomado a sério, como se vê… E aqui tem três exemplos da palavra sem acento: Carmen de Bizet, Carmen Sevilha e Carmen Dolores…

  4. Já Salazar dizia que beber vinho era dar de beber a um milhão de portugueses.

    Bem ditos, JCF e Valupi, que não largam o vinho, a bem da nação.

  5. Os moços do sr. Greneker é que mudaram as datas para 1914 mas só uma é verdadeira – 1909. Você nem ler sabe. Está explicado no meu texto na citação feita do livro do Ruy Castro. Mesmo que muita gente escreva 1914 só 1909 é que está certo.

  6. Não «pio» nem tenho nada que piar pois esse não é o fundamento do meu «post». Aliás eu fui buscar o livro do Ruy Castro para desmentir (sobre a idade) o conteúdo do verbete da Larousse. Por isso é que a capa aparece no cabeçalho. Mas podia citar Orlando Neves no seu livro «Dicionário de nomes próprios» página 65: «Maria do Carmo Miranda da Cunha (1909-1955) cantora portuguesa que fez carreira no Brasil». Por mim completaria «…e nos EUA onde veio a falecer». Mas isso já era outra conversa.

  7. Atão quanto a «fundamentos», estamos conversados sobre o acento. Porreiro, pá, muito porreiro. Quando não te interessa a conversa, não «pias nem tens nada que piar». És mesmo, como diz acima o «anónimo», um «cármen francisco» de rebolar a rir! E que interesse tem a data em que nasceu a Carmen Miranda, venha ela no Larousse ou no raio que te parta?! São esses os assuntos que te ocupam a mente, pá? Lamento que tenhas vistas tão curta e que o teu tempo seja passado em tentar encontrar ninharias (usas lupa?» para apontar erros aqui e ali, quando tu próprio tens, ó se tens! telhados de vidro… Temas mesquinhos como este. são o teu forte. Não passas dum cocabichinhos já velhote e sem talento à procura do furozito que te fará brilhar… sem conseguires!

  8. No Prontuário Universal da Texto Editora cujo autor é D´Silvas Filho surge Cármen tal como Cárpatos e Cássio. Agora essa de tentar designar como «ninharia» um erro de cinco anos na idade de Maria do Carmo Miranda da Cunha trocando 1909 por 1914, essa não… Vai morrer longe, lapão!

  9. Um dia ainda engoles esse veneno que destilas, essa teimosia de burro velho, essa arrogância de quem não tem onde cair morto. Queres maior ninharia do que discutir a data do nascimento da Carmen Miranda? Tás chalupa, pá! Lapão serás tu, ó convencido, ó saloio da merda, que só vives encostado a quem te pode dar um empurrãozinho na tua suposta ascensão a estrela das letras do Bairro Alto! Vai-te catar, pá, que o teu mal devem ser pulgas ou carraças! Merdoso da trampa que tiras uma pessoa do sério, sacana! Sim, sacana, se ainda ninguém to disse, digo-to eu. Sempre a chamar nomes, sem respeito por ninguém, armado em bom sem valer a ponta de um corno! Vê se largas é o osso do aspirina. Aqui ninguém te grama, ou ainda não reparaste? Escreves mal, és maldizente, mesquinho e, no fundo, um pobre diabo que já nem sabe comportar-se como gente adulta!

  10. Essa é mesmo para rir – «Aqui ninguém te grama». Até parece que o autor da patacoada pertence ao Blog. Ora abóbora… quem está de passagem não pode dizer «aqui» porque não é daqui. Os seus esgares valem menos que a sombra do cão debaixo da carroça dos nómadas. Safa!

  11. Veja lá, não se meta com os ciganos… Faltaram-lhe argumentos dos pesados, foi, para responder ao André? Se quer que lhe diga, ninguém precisa de pertencer ao Blog para lhe dizer umas verdades: basta ser comentador. E não me parece que o André «esteja de passagem». Tenho lido vários comentários dele nestes posts e noutros. Portanto, podemos dizer que marca presença «aqui» – como eu própria… Ou estava à espera que fosse o Val ou a Isabel a dizer-lhe: «aqui ninguém te grama»? Essa é a tarefa que cabe a quem lê e comenta os seus posts, meu caro…

  12. «…língua viperina» é da sua lavra, não minha. Quanto ao resto, faz a diferença: entre aquilo que escrevo e aquilo que o meu caro escreve…

  13. Estão 16 comentários neste post. Alguns contêm reparos, alguns contêm brincadeiras, alguns contêm rectificações, alguns contêm desabafos… e alguns contêm insultos. Mas todos os insultos têm apenas um autor.
    Tirem-se as ilações.

  14. “Você nem ler sabe.”
    “Vai morrer longe, lapão!”
    “Os seus esgares valem menos que a sombra do cão debaixo da carroça dos nómadas.”
    “essa língua viperina”

    PS: considero o comentário do André um desabafo perfeitamente natural, e até muito brando, dadas as circunstâncias.

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