Elegia para a turma de Outubro de 1963
Aqui estão os 19 rapazes da turma com uma professora cujo nome hoje já não recordo. Ela que me perdoe. Esta é a turma do Curso Geral do Comércio, as escolhas já tinham sido feitas. Uns foram para serralheiros e outros para electricistas.
Na primeira fila temos dois futuros lideres: Horácio José Cecílio Rufino, fundador e secretário-geral da JCP e José Carlos Pereira Lilaia, fundador e porta-voz do PRD.
Na segunda fila temos o Novo, o Fernando, o Joaquim Narciso, o Cardoso, o Carlos Félix e o Dias. Os três primeiros vinham de Alenquer e de Cheganças, o Cardoso veio uma vez visitar-me a Lisboa para concorrer a um Banco, o Carlos Félix foi presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, o Dias tinha blocos e canetas do BNU.
Na última fila estão o Bento Fumaças, o Vidaúl Froes Ferreira e o Zé Afonso de A-dos-Loucos. O Vidaúl fundou o MRPP em 1970 numa casa de Benfica com mais três companheiros de aventura. O Fumaças vinha de Samora Correia numa motoreta. O Horácio terá vindo do Couço para Vila Franca porque ali era mais fácil apanhar o comboio para o forte de Caxias onde estava um familiar. Nesse tempo as pessoas deslocavam-se no país por esses motivos. Visitar um preso político não era tarefa fácil para quem vivia na zona de Coruche, daí a família do Horácio ter assentado arraiais na terra do colete encarnado. Bastava dar uma volta à procura de vidros com escritos.
Graças ao jornalista Adelino Gomes recuperei os contactos do Lilaia e do Vidaúl além do Álvaro Pato e do Arnaldo Ribeiro que não estão nesta foto. Sei que o Horácio vive no Algarve mas dos outros pouco ou nada sei. Perdi muitos nomes mas nenhum rosto.
Almocei no sábado com o Vidaúl.
Olha o abuso… De 1961, já vamos em 1963, ora até 2010, imagina-se! À primeira, tem graça, à segunda, ainda vai, mas depois, começa a ser seca!
Maravilhosas estas fotografias, por tudo que nelas se lê. O P/B já por si é especial pois dá-nos uma dimensão poética, traduzida pela simplicidade das imagens fixadas.
Tenho muita pena de não conhecer nenhum dos do grupo, só conheci o professor Terêncio que já foi citado por si mas que ainda não apareceu em nenhuma foto.
Parabéns pela ideia de saudade retratada.
Leonor
E que tal uma fotozinha tua, como era uso antigamente, todo nu, deitado numa almofada e de pilinha à mostra?
O aspirina virou “Ponto de Encontro”. Constituirá plágio ao Henrique Mendes e à SIC?
Eu, limito-me a perguntar: quantos ábuns de fotos deste género – que todos nós temos -terá o Cfrancisco para nos «presentear»? Irá seguir-se o manancial de recordações nostálgicas de quem vê a juventude por um canudo? O «achado» para preencher posts terá continuidade? Aguardemos pelos próximos capítulos!
E quem é que disse ao senhor (?) «mário» que me pode tentar, assim sem mais nem menos, tratar por tu??? Volte lá para a sarjeta!
Continuas na mêma, jcfrancisco. Que mal tem, na Net, o tratamento por tu?! Já cá faltava a má-educação do costume. Tem um mínimo de decoro, só te fica bem e não desmerece o blog onde te pavoneias!
Estive preso em Caxias com o Horácio Rufino. Gostava de voltar a falar com ele.