Maria Farandouri – memória de um poema
A propósito da Grécia lembrei-me da Maria Farandouri. Em 1981 dediquei-lhe um poema no meu livro «Inicias» e ontem passei uma hora a ouvir no Youtube as suas canções cuja memória ainda guardo: Pote, pote, pote, To palio roloi, Ligo akoma, Pios ti zoi mou, O kaimos, Menexedenia ta vouna, Z, To Yelasto pedi, O Antonis e Asma Asmaton. Canções quase todas com música de Mikis Theodorakis, ligando de modo mágico o som da sirtaki à sua poderosa voz de contralto.
O poema é este:
Desculpe que lhe diga mas gosto mais do disco
Não digo que não me emocione profundamente
Quando a vejo num palco a enfrentar a multidão
Mas o disco tem um som mais cuidadoso e belo
Você coxeia ligeiramente talvez devido às sevícias
Embora a sua palavra nada transmita dessa situação
Como se fosse possível esconder a longa noite
Por detrás da frescura da sua bela voz
Nesse tempo você não usava óculos como hoje
Na prisão em Zatouna você percorria o perímetro da lágrima
Hoje tenho comigo a dupla emoção de a ver
Pedindo-lhe desculpa por não saber escrever grego.
gregices. ela gostou?:-)
Ainda perguntas, Sinhã?
Se fosse comigo, não garanto que pusesse o autor a escrever grego, mas a coxear punha-o de certeza. :))
pois eu, fazia-lhe um petisco docinho e oferecia-lhe cigarros gregos. :-)
Pois, mas também te ficou a dúvida. Seja como for, não me esqueci que há gostos para tudo. Mas a mim não me ocorreriam docinhos e cigarros depois de ler uma coisa destas. :)
GUIDA: Ainda bem que não fazias parte do júri que lhe atribuiu o prémio em 1980. Nem fazias parte do Conselho de Leitura da Moraes Editores. Safa!
JCFRANCISCO, eu não conheço a senhora de lado nenhum. Não gostei foi do “poema” que lhe dedicou, e nem lhe peço desculpa por isso. Gostos. :)
foi um poemisco, guidinha. :-D
O meu sinhês é muito rudimentar. Tens de me traduzir isso, Sinhã. :)
sim,guidinha, mais logo que agora só vim descarregar a máquina – e a tripa – e vou a correr para as medições analíticas numa de plásticos. :-)
Que porcaria de “poema”. Safa! Acudam a literatura que o jcf está a dar cabo dela!!!
A rima é pobre e forçada; o verso, escancarado; o poema, uma borrada.
Este Paul Valery piolhoso fala em rima mas não está lá rima nenhuma. O critico que não é nada só fala do que é – porcaria. Safa!
É triste constatar que o próprio autor possa ser tão cegueta. É flagrante, surpreendente! E vem comprovar todas as anomalias e defeitos presentes em tamanha bosta.
Olha lá, então tu dizes que dedicaste o “poema” à coxa em 1981 e agora vens dizer que já tinha sido premiado em 1980?
zézinho: dá-lhes!. :-)
um poemisco, guidinha, é poema com rima à zé do carmo francisco.:-)
Essa do ‘dá-lhes’ também me inclui?
Olha que eu quando disse que o deixava a coxear era só uma pisadela sem querer (num dedo com uma unha encravada), nada de grave. :)
Eu vejo-me realmente grego e estonteado face a esta amálgama de palavras tão deformadamente assassinadas.
Como, em Portugal, permitem que palhaços auto-umbigais se pavoneiem histérica e provocadoramente nas praças públicas e nos salões rançosos de um bolor ancestral?
Há falta de gosto e força de pensar na capital portuguesa! Se os bons se calarem, são os péssimos e medíocres que progridem! Não se esqueçam disso.
Para acalmar os ânimos…
Poesia
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Sophia de Mello Breyner
ai, guidinha, que precisava de relaxar e limpei a casinhã toda. agora que cheira a lavanda, estou como nova. :-) dar pode ser com meiguice. :-)
há espaço e estilo para todos, crítico literária.
(haja língua):-)
Senhorita Sinhã, não há espaço para discursos obsoletos como os exibidos pelo Sr. JCF. Pavoneia-se, bamboleia-se e está encarecidamente convencido de todo o seu esplendor literário. O Sr. José do Carmo Francisco saiu do armário rançoso do século XVIII-XIX e traulita feliz e alegre pelas ruas de Lisboa, convencido de sua pessoa e talento literário.
Os “poemas” do Sr. JCF são caricatos, tirados das valetas mais sujas da capital, apesar de toda a neutralidade fétida e deprimente a emanar das suas empobrecidas obras.
Sr. JCF, um conselho amigo: dedique-se às obras da Igreja, mas não às Letras. Tenha dó delas.
há, hã
(eu gosto). :-)
Isto está povoado por malucos mas o pó há-de assentar e eles voltam para o Miguel Bombarda no próximo fim-de-semana. Há essa certeza…
Deixa ver se adivinho.
Tu dedicaste o poema à senhora
1 ano após ter sido premiado
Porque estiveste esse tempo à espera
De saber se ela tinha reagido mal
Ao facto de teres dito que era melhor
Ouvir o disco que uma coxa caixa-de-óculos
Mal acompanhada por uma má orquestra
E como ela te ignorou… pimba!
Publicaste o poema sem remorsos
A sangue frio.
—
Olha! Acabo de fazer um poema! Afinal é fácil, basta escrever umas linhas, sem vírgulas, a dois espaços!
ZECA DIABO Tu até és bom rapaz mas não percebeste, mais uma vez. Foi o facto de a Grécia estar na berra, toda a gente fala da Grécia e eu lembrei-me deste poema. Podes entrar no Youtube e escreve ro nome dela e ouves maravilhado. Pode ser Farandouri ou Farantouri, é o mesmo.
Eu não percebi? Tu é que não percebeste que a referência ao coxear da senhora era escusada, tanto como dizeres que a actuação em palco era de inferior qualidade relativamente ao disco. Já agora, a que disco te referes?