Aquele golo do Hugo Viana em Mortágua
Há coisas inesquecíveis como aquele golo de livre do Hugo Viana em Mortágua, corria a época desportiva de 1998/1999. O Sporting ia jogar com a Académica mas, como os «estudantes» estavam de castigo, os jogos realizavam-se a mais de 50 quilómetros da Lusa Atenas. Mas não era do lado de Lisboa – em Condeixa, em Penela ou em Pombal. Era (tinha logo de ser) do lado de Viseu, em Mortágua, num campo pelado que parecia lixa nº 2. O castigado era a Académica mas quem cumpria o castigo eram os adversários. O capitão dos «capas negras» era o Zé Castro que se batia como um leão e o guarda-redes defendia tudo. Tudo menos o livre do Hugo Viana, quase igual ao livre do jogo Braga-Benfica. Dessa equipa faziam parte o Miguel Garcia, o Ricardo Quaresma, o Tecelão, o João Paiva, o Filipe Costa e o Mangualde – que está em Chipre, vi-o agora na televisão. O árbitro do jogo foi Carlos Xistra que fez uma excelente arbitragem, sem se deixar influenciar pelo público de Mortágua – muito fanático e quase todo afecto aos «estudantes». O golo que abriu a vitória ao Braga foi quase igual ao outro em Mortágua e mostra como às vezes um pequeno pormenor pode alterar o destino de uma carreira. Depois de ter sido campeão nacional em 2001/2002 o Hugo foi para Valência mas voltou por empréstimo aos «leões». Logo por azar, pouco tempo depois, marcou em Alvalade um golo ao Braga de Jesualdo Ferreira mas um árbitro de Portalegre invalidou esse golo. Com essa vitória o Sporting passaria para a frente do Braga e assim, com o golo anulado, o Hugo desmoralizou. E a sua equipa também. Aprendeu à sua custa, sofrendo na pele, que os árbitros são sempre influentes e, muitas vezes, são decisivos.