«A Batalha das Lágrimas» que só agora começou
Pode parecer insólito mas gostaria de sugerir a leitura de uma livro que ainda não acabei de ler. Ainda vou na página 63 mas pareceu-me importante abrir uma excepção. O livro é «A batalha das lágrimas» de Joana Ruas, edição Calendário das Letras. Estou fascinado com este livro. Trata-se de um romance que conta as histórias da História e cujo pano de fundo é a vida em Timor entre 1870 e 1910, em pleno Ultimato britânico. Nesse tempo o governador repetia muitas vezes: «Estou aqui para governar e governar é submeter!».
Um viajante recém-chegado define assim o território: «Timor não tem uma biblioteca, nem um grémio, nem um teatro, nem um bilhar, nem uma orquestra, nem um meio qualquer de distracção do espírito». Resta fazer política: «Fazer política aqui reduz-se a discutir se se é pelo governador ou contar o governador». A diversidade religiosa é complicada: «Há quatro religiões aqui: a animista, a católica, a islâmica e a budista. E há a considerar a pressão do calvinismo a partir do Timor Ocidental».
A autora explica o que entende por povo de Timor: «Esta sociedade incaracterística, sem tradições definidas, invadida e perturbada pela massa de estrangeiros que a explora e abandona, continha muitas raças sem que houvesse um povo».
Poderia chamar-se este livro «O governador e a rainha» mas não. Primeiro esqueceria o papel de João Maurício, o brasileiro que liga habilmente os diversos fios da narrativa. Depois não poderia esquecer que «A batalha das lágrimas» é o nome que ficou para sempre nos relatórios escritos dos militares portugueses e na memória dos habitantes de Timor. O recado está dado: espreitem este livro, amigos e amigas. É um acontecimento…
hum, tem uma história engraçada que eu conto,
tinha lá uma vez um governador muito empreendedor, já não me lembro se era o Celestino da Costa, tinha de ir consultar o Ruy Cinatti, que resolveu plantar muito sândalo
tudo muito encarrilado que acabava em muitas plantas devidamente envasadas em tubos de bambú, para proteger o raízame que era frágil
tudo desmatado e rasgado a eito
foi um investimento brutal em capital e trabalho, ainda por cima feito com cuidado técnico
deu um desastre, a taxa de vingamento parece que não chegou aos 10%
não sabiam que o sândalo é hemi-parasita, ou apenas simbionte, precisa de misturar as suas raízes com as de plantas vizinhas, para se alimentar melhor na fase de vingamento, e mesmo depois, em contrapartida dá um belo cheirinho, lenho cheiroso e salutífero chamava-lhe Camões.
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Tem outra história engraçada. Houve um governador que vendeu as Flores aos holandeses para pagar aos funcionários públicos e tropas de lá. Não sei se levou comissão. Foi destituído quando chegou a notícia à Metrópole mas o negócio estava feito com os selos do Estado.
Ainda hei-de conhecer as Flores.
Já chegaste à página 64?
estás a falar comigo oh nik? Eu não estou a ler o livro pá, estive lá.