«Campinas – A mulher ribatejana, o canto e a dança» de Aurélio Lopes e Bertino Martins
O Estado Novo sempre insistiu na trilogia «Ribatejo-Toiros-Campinos» rasurando não só a Charneca e o Bairro em detrimento da Lezíria mas ofuscando os outros habitantes da Lezíria: os camponeses e os pescadores. O discurso dominante em Portugal endeusou a figura do campino; esta situação já tinha sido estudada por Aurélio Lopes em «Vale de Santarém: o Bairro e a Lezíria». A intuição dos escritores sempre esteve contra a corrente. Não é por acaso que José Loureiro Botas em 1938 no conto «A Leandra» dá voz à mulher (não ao homem) no relato do naufrágio no Tejo de um barco de Avieiros no seu livro de 1940 «Litoral a Oeste».
Aurélio Lopes explica: «As mulheres eram trabalhadoras jornaleiras, como o homem. Tinham a sua praça todas as semanas, onde iam vender, igualmente, a sua força de trabalho. Aí discutiam preços e condições com capatazes e proprietários. Daí saíam, para trabalhar, afastadas dos maridos, às vezes por dezenas de quilómetros. Algumas, aliás, eram capatazas, habituadas a comandar grupos de trabalhadoras, servindo de porta-voz perante o feitor ou o proprietário.» A mulher trabalha mas também canta: «Cantava-se na Igreja, em casa (…),nos rios (…),nos trabalhos campestres (…),nas idas e vindas de muitos percursos(…), na apanha da azeitona ou na vindima, na monda ou na desfolha, a solo ou com acompanhamento de alguns dos companheiros (…) ao desafio assumido entre homens e mulheres». Mas a mulher do Ribatejo, a Campina do título do livro, também dança o fandango. Em 1772 Richarda Twiss escreveu «o estalajadeiro de Mafra dança com a sua mulher o fandango ao som da guitarra» e em 1948 Álvaro Valente recorda a mulher a quem o marido pediu: «Ó Eufema chega uma trepa nesse franganote, não vá ele julgar que aqui não há quem saiba bailar o fandango!».
Bertino Martins, musicólogo, encarrega-se das partituras e dos versos do Cancioneiro regional ribatejano entre as páginas 85 e 145 deste livro bem oportuno sobre um mito do século XX.
(Editora COSMOS, Prefácio: Ludgero Mendes, Fotos: Lopes Pires, Elias Rodrigues, António Pote, Manuel João Barbosa e Museu Municipal de Benavente)
a richarda deve ser travesti do richard twist again, bailarino de fundango.
olha como ficava giro assim: o fandango, na Borda d’Água, é mulher. :-)
Ficava giro mas isso está no texto e nas partituras – como sabes o autor faz o miolo, o editor faz a capa…
oh bronco! corrige as gralhas do texto e deixa-te de mestre escola.
iá, ó zécaralhete, bibes nu paçado pá, hoje é mais raves, pó duro, chutos e puntapés, iá,e narinas du tamanho do aqueduto, iá, tudo numa boa, pá, iá, o que intereça é mesmo curtir bué