«Cartas a Deus» de Philippe Capelle
Com o subtítulo de «As mais belas orações cristãs» o volume reúne 207 orações com autores diversos desde São João da Cruz, Santa Teresa de Ávila, Teilhard de Chardin, Lutero ou Calvino aos inesperados Shakespeare, Senghor, Beaudelaire, Dante, Verlaine, Rilke, Saint-Exupery, Kierkegaard, Miguel Ângelo ou Dostoiweski.
A oração é tão antiga como a relação do Homem com Deus; já o Evangelho de S. Marcos refere: «Tudo quanto pedirdes, orando, crede que o recebereis». O poeta Mário Cesariny considerava este um dos maiores poemas da Humanidade: «Salve, Rainha, Mãe de Misericórdia, / Vida, doçura, esperança nossa, salve! / A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. / Eis, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. / E, depois deste desterro, nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso ventre. / Ó clemente! Ó piedosa! Ó doce Virgem Maria!».
A mais bela, mais que oração programa de vida, será esta: «Senhor, faz de mim um instrumento da tua paz. / Onde houver ódio que eu leve o amor. / Onde houver ofensa que eu leve o perdão. / Onde houver discórdia que eu leve a união. / Onde houver erro quer eu leve a verdade. / Onde houver a dúvida que eu leve a fé. / Onde houver desespero que eu leve a esperança. / Onde houver trevas que eu leve a luz. / Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. / Senhor, que eu não procure tanto consolar quanto ser consolado / ser compreendido quanto ser amado. / Pois é dando que se recebe, / esquecendo-se que se encontra, / perdoando que se é perdoado, / morrendo que se vive para a vida eterna.»
(Editora: Temas e Debates/Círculo de Leitores, Capa: Rochinha Digo, Tradução: António Maia da Rocha)
uma das mais Belas, simples, completas ‘atenções’ de Vida…
ainda não acedi à obra aqui apresentada….mas tendo-A orado infindamente (a da Paz)…lembro-me de “…que eu não procure tanto ser consolado quanto consolar…”
será isso?…
Anyway…agradeço “As cartas a Deus”…e o renovar da memória orante da ‘Salve Rainha’ e da Paz de Francisco*
ainda que a Oração das orações sejam ‘os gemidos inenarráveis do Espírito’ em nós…
é isso mesmo: é dando que se recebe. e, aqui, encontra-se alegria. :-)
A pagina 83 do livro refere de facto «não procure tanto consolar quanto ser consolado» mas penso que houve erro na tradução. De facto a ideia chave da oração vai no sentido inverso. Ou seja «não procure tanto ser consolado quanto consolar» mas isso agora só perante o original. Agora é perguntar ao tradutor e ao revisor. Alguém que se chegue à frente.
foi de propósio para gerar polémica
(a polémica é um óptimo instrumento de mkt).:-)
Tudo o que damos nunca se perde, nada se perde, apenas se transforma e se guarda numa caixa que só o futuro conhece…