«O lugar da mãe»
in Mesa dos Extravagantes, edição OMIRANTE 1996
A meio da eira entre duas casas
Numa tarde de sol e no seu lugar
Vê passar por cima dezenas de asas
De pássaros cansados já a regressar
Nunca fica quieta mesmo se parada
Nunca fica triste mesmo na desgraça
Cruzam-se pessoas ao lado na estrada
É a mãe que fica no mundo que passa
Já não tem idade só tem o sorriso
Aberto a quem dele se abeirar
Já não tem o nome nem já é preciso
Porque tem a paz dentro do olhar
Fixo-lhe um retrato aqui no caminho
Com todo o perigo que isso contém
Quem sou eu agora para dizer sozinho
Que é este aqui – o lugar da mãe?
Getting better.
Não costumo comentar poesia, nem tenho talento para isso, mas deixo a minha modesta opinião: não gosto do “já” na primeira estrofe, não me soa bem. Ou era “De pássaros cansados a regressar” ou “De pássaros já cansados a regressar”. “já a” é estranho.
De resto, gostei bastante. O melhor dos três, na minha opinião.
Plástico, plástico, Plástico. Sem alma. Sem sensibilidade. Os poemas não se fazem ou escrevem como se estivesse a redigir sobre o trabalho de um artista.
Desculpa lá JKF, mas pela tua perspectiva, todos somos poetas e olha que se tivesse um morango aqui à frente fazia-lhe um«poema» também.
E os pássaros, passarinhos
em fila no meio do ar
perguntando ao Francisco
Quando páras de te gabar
Tu não fazes poesia
Que poesia não é
Chama-lhe antes redigir
redigir contra a maré
A vaidade é um pecado
dentre os sete conhecidos
Não te ponhas a pau Francisco
Que tens o inferno merecido