Terceiro poema para Vó Mam

«O lugar da mãe»

in Mesa dos Extravagantes, edição OMIRANTE 1996

A meio da eira entre duas casas
Numa tarde de sol e no seu lugar
Vê passar por cima dezenas de asas
De pássaros cansados já a regressar

Nunca fica quieta mesmo se parada
Nunca fica triste mesmo na desgraça
Cruzam-se pessoas ao lado na estrada
É a mãe que fica no mundo que passa

Já não tem idade só tem o sorriso
Aberto a quem dele se abeirar
Já não tem o nome nem já é preciso
Porque tem a paz dentro do olhar

Fixo-lhe um retrato aqui no caminho
Com todo o perigo que isso contém
Quem sou eu agora para dizer sozinho
Que é este aqui – o lugar da mãe?

3 thoughts on “Terceiro poema para Vó Mam”

  1. Não costumo comentar poesia, nem tenho talento para isso, mas deixo a minha modesta opinião: não gosto do “já” na primeira estrofe, não me soa bem. Ou era “De pássaros cansados a regressar” ou “De pássaros já cansados a regressar”. “já a” é estranho.

    De resto, gostei bastante. O melhor dos três, na minha opinião.

  2. Plástico, plástico, Plástico. Sem alma. Sem sensibilidade. Os poemas não se fazem ou escrevem como se estivesse a redigir sobre o trabalho de um artista.

    Desculpa lá JKF, mas pela tua perspectiva, todos somos poetas e olha que se tivesse um morango aqui à frente fazia-lhe um«poema» também.

    E os pássaros, passarinhos
    em fila no meio do ar
    perguntando ao Francisco
    Quando páras de te gabar

    Tu não fazes poesia
    Que poesia não é
    Chama-lhe antes redigir
    redigir contra a maré

    A vaidade é um pecado
    dentre os sete conhecidos
    Não te ponhas a pau Francisco
    Que tens o inferno merecido

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