Não lhe podem já tirar tudo
Mas escondem-lhe o nome, os golos
As vozes de quem, nas humildes casas
Lhe grita o nome à volta do som dum rádio
Nas tardes interrompidas dum quotidiano igual.
Não são homens – são sombras, escondem o rosto
Furtivos, fechados nos gabinetes, nos automóveis
Roubam os sonhos, decretam a morte civil
Dum jogador assim perseguido sem porquê.
Não lhe podem já tirar tudo
Ao menos ficam os troféus oficiais, as recordações
As homenagens mais particulares
As fotografias dos jornais e os abraços
Dos companheiros a correr do outro lado do campo.
Não são homens – são sinais dum castigo
Que se perde no fundo do tempo, longe
Lá onde começou a primeira de todas as guerras
Lá onde tábuas de morte se pregaram num coração.
Despedimento colectivo de 112 trabalhadores no Casino Estoril
Nestas condições não constituirá um escândalo e uma imoralidade proceder-se à destruição da expectativa de vida de tanta gente ? Para mais quando a média de idades das mulheres e homens despedidos se situa nos 49,7 anos ?
Infelizmente, a notícia de mais um despedimento colectivo tem-se vindo a tornar no nosso país numa situação de banalidade, à qual os órgãos de comunicação social atribuem cada vez menos relevância, deixando por isso escondidos os verdadeiros dramas humanos que sempre estão associados à perda do ganha-pão de um homem, de uma mulher ou de uma família.
Mas, para além do quase silêncio da comunicação social, o que mais choca os cidadãos atingidos por este flagelo é a impassibilidade do Estado a quem compete, através dos organismos criados para o efeito, vigiar e fazer cumprir os imperativos Constitucionais e legais de protecção ao emprego.
E o que mais choca ainda é a própria participação do Estado, quer por omissão do cumprimento de deveres quer, sobretudo, por cumplicidade activa no cometimento de actos que objectivamente favorecem o despedimento de trabalhadores.
Referimo-nos, Senhores Deputados da República, à impassibilidade de organismos como a ACT-Autoridade para as Condições do Trabalho e DGERT (serviço específico do Ministério do Trabalho) que, solicitados a fiscalizar as condições substantivas do despedimento, nada nos respondem.
Mas referimo-nos também à Direcção-Geral da Inspecção-Geral de Jogos, entidade a quem cumpre fazer cumprir as normas legais da prática dos jogos, que não hesita em violar os imperativos da Lei nº 10/95, de 19 de Janeiro, para possibilitar à empresa o despedimento dos porteiros da sala de jogos tradicionais.
A corrupção não existe, agora chama-se: Ciência Politica Utilitária
quem é essa personagem, Zézinho? :-)
Trata-se do melhor marcador do campeonato portugues de 1986-1986 que apesar de ser o BOLA DE PRATA foi excluído da equipa nacional que foi ao México para o Mundial 86. Ainda hoje é uma personagem do futebol portugues.
85-86, não?
ah. (já estou a chutar para canto):-D
Bolas, mas ainda era mais lento do que o Quaresma, era dificil safar-se no Mundial 86…
Peço desculpa é bem 1985-1986. Quanto ao «Miguel» nada de confusões – o Bola de Prata é o melhor não pode deixar de ser convocado. Foi uma perseguição miserável.